exposição part-2

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  O clima estava agradável naquele começo de dia, kageyama já se encontrava vestido e pronto para ir até a exposição de Hinata, ele sentia-se tão animado quanto o ruivo com a apresentação, seria o dia de Shoyo e Tobio sabia que ele iria ser incrível, depois do encerramento da exposição o moreno planejava levar o namorado a um restaurante de massas italiano que abriu a pouco tempo e tinha uma ótima avaliação.

Pegando a chave do carro que havia alugado se dirigiu a porta e ao abrir estancou no lugar sem saber como reagir com a presença imponente do homem parado a porta.

“ pai?” falou baixo de forma automática sem saber o que devia dizer em primeiro momento, mas logo mudou a expressão de surpresa para raiva. “Oque faz aqui?”

“ precisamos conversar Tobio.” falou dando um passo a frente e adentrando a casa sem a permissão do filho.

“ Não tenho nada pra falar com você, saia agora da minha casa” ele estava irritado e a expressão seria assustaria qualquer um que o visse naquele momento, porém, o homem mais velho parado a sua frente tinha uma expressão ainda pior.

“ mas eu tenho muito o que falar com você pirralho.” ele falava de forma contida mas kageyama sabia que seu pai estava a um passo de falar aos berros.

“ você tem um minuto ” disse ainda parado em frente a porta aberta, demonstrando o quanto estava insatisfeito com a visita.

“ acho que vai demorar um pouco mais que somente um minuto filho.” kageyama estremeceu com a mudança de expressão no rosto do homem, ele agora demonstrava um ar zombeteiro.

“ eu não ligo onde você está trabalhando agora Tobio, não quero saber se é uma clínica nova se ou boa ou não, não estou nem aí, eu quero que você volte pra nossa companhia agora, como meu filho eu espero que você esteja do meu lado na empresa...” ele falava enquanto sentava de forma confortável no sofá de Tobio, como se ele mesmo fosse o dono e estivesse em seu território e não o contrário, kageyama se sentia encolhido, ele detestava o poder autoritário que seu pai exercícia sobre ele de forma natural apenas ao falar. “ os acionistas não acham de bom tom o filho de um dos melhores médicos e dono de uma grande clínica como a nossa está trabalhando em uma empresasinha medíocre que acabou de abrir e não tem nome nenhum no mercado. Pensei direito Tobio, você sempre foi um prodígio e agora está aqui enfiado em um muquifo e trabalhando muito mais horas por dia pra receber menos do que devia. ”

Ele estava tentando manipular Kageyama, ele sempre fazia isso quando queria que o moreno desistisse de algo, ele o fazia pensar que era o melhor caminho e que havia sido decisão do próprio Tobio fazer a escolha, quando na verdade, ele estava apenas sendo instruído a isso, mas kageyama já estava crescido e esses joguinhos deixaram de funcionar nele a muito tempo.

“ onde você quer chegar com isso?” perguntou sem paciência, mesmo que no começo daquela jornada kageyama realmente quisesse que seu pai fosse até ele e o pedisse para voltar, agora era tarde, ele não voltaria de jeito nenhum, ele estava feliz onde estava, e não queria voltar a vida de antes.

“ eu estou mandando você voltar para casa e para clínica Tobio. Eu vou esquecer as idiotices que você fez.” ele levantou do sofá e caminhou até o moreno mais jovem. “ você pode voltar pras coisas como eram antes, desde que, você me prometa que vai acabar com essa besteira de – ele fez uma pausa como se estivesse enjoado para falar– se envolver com homens.”

kageyama olhava nos olhos daquele homem e se perguntava em que momento da vida ele deixou de ter um pai? Onde estava o homem que o levava ao parque quando criança, que o envolvia em um abraço enquanto contava histórias de dormir quando ele tinha seis anos de idade e que dizia com todo o coração que o amaria para sempre; ele não lembrava em que momento exato o seu pai havia deixado de se importar com ele, ele não lembrava se foi antes ou depois de ter perdido sua mãe, mas ele sabia que o homem de cabelos tão negros quanto os seus e de olhos tão azuis não era seu pai, era apenas um conhecido estranho que não se importava nenhum pouco com ele.

viagem pra casa - KagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora