viagem pra casa - Kagehina

mamãe

A noite havia chegado depressa e com ela trazido uma brisa fria e úmida, fazendo com que quem ainda estivesse na rua precisasse se encolher no próprio agasalho em busca de algum calor. O céu de primavera era o favorito de Shoyo, as estrelas pareciam mais brilhantes do que em qualquer outra estação, e a lua cheia que iluminava no alto era capaz de banhar a rua por onde os três seguiam tanto quanto os postes de luz distribuídos pelo caminho.

Olhando a frente já era possível ver o portão marrom e as flores na calçada que enfeitavam sua antiga casa, onde havia vivido até pouco tempo atrás; com os cabelos ruivos presos num coque arrumado e um avental azul bebê parada em frente ao portão acenando para eles com um enorme sorriso de alegria estava  sua mãe, avistando ela parada ali não demorou  para apressar o passo em uma rápida corrida para abraça-la.

Ficaram abraçados juntos sorrindo um para o outro enquanto davam curtos pulinhos comemorando a primeira vitória do time de Natsu nos regionais, separaram-se apenas quando a mais velha pareceu notar que não eram só os filhos presentes ali naquele momento.

“ Nana quem é o rapaz com vocês ? Não vai apresentar pra mamãe filho?” ainda com um braço envolto no ombro do filho primogênito aguardando até que o estranho lhe fosse apresentado.

“ ho! mãe esse aqui é kageyama, ele é meu amigo e veio comigo assistir o jogo. Ele gosta de vôlei também aí eu convidei.” falou rapidamente ao perceber que tinha esquecido por um momento que Tobio também o acompanhava.

“ É um prazer conhecer a senhora, pode me chama de Tobio. Espero não incomodar ” falou formalmente de forma educada.

“ Claro que não incomoda querido, se é amigo dos meus filhos é muito bem vindo, vamos, vamos vocês devem estar com fome! Eu já preparei as carnes para grelhar, entrem, entrem” dizia a ruiva mais mais velha, todos eram bem parecidos fisicamente e também possuíam personalidades semelhantes. Kageyama sentia-se em um ninho de fênix, essa era a definição perfeita para a família à sua frente. Todos eram calorosos e revigorantes . Pensando nisso sorriu e adentrou a casa sendo conduzido pela senhora Hinata.

Shoyo observava a interação do moreno e da sua mãe com um sorriso diferente do que costumava ter. Sentiu um cutucão de Natsu no seu braço e olhou para a irmã que tinha uma expressão sapeca no rosto.

“ melhor disfarçar um pouco Nana, tá deixando muito na cara. Dá pra perceber a um quilômetro de distância que você tá afim do Kageyama-san” ela tinha a mão cobrindo a boca enquanto dava uma risada contida de quem acabou de descobrir um segredo.

“ o- oque? Não fale isso muito alto Natsu! E se o Tobio ouvir hum? Não diga bobagens! Não tem ninguém afim de ninguém! ” falou um pouco exasperado com o rosto avermelhado de constrangimento por ter sido pego quando nem ele mesmo havia admitido os próprios sentimentos.

“ que bobagem oque? Tá escrito na sua testa: tô afim do kageyama.” ouvindo isso e ficando ainda mais envergonhado por escutar esse tipo de coisa da sua irmã caçula, Shoyo colocou as duas mãos na testa e saiu correndo para dentro de casa.

“ não tem nada escrito aqui!” falou alto pra irmã ouvir. Entrando na casa de sua mãe, viu que o moreno e ela já estavam sentados a mesa com a panela de churrasco no centro enquanto algumas carnes já assavam.

Olhando para eles da sala onde estava, viu que pareciam estar em uma conversa entusiasmada como se já se conhecessem a muito tempo. Tobio não parecia tão retraído como costumava parecer e sua mãe parecia interessada no que ele falava; aproximando-se da mesa notou que eles conversavam sobre o trabalho de kageyama, sua mãe parecia curiosa pra saber como era o cotidiano de um médico, e oque ele fazia no dia a dia na clínica, o moreno parecia contente em falar sobre isso.