amigos

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Haviam se passado quatro horas desde que Hinata começou a usar o cinzal pra adicionar detalhes a forma básica da escultura, ele esculpia cuidadosamente o abdômen de kageyama, tentando não deixar nenhum detalhe passar despercebido, ainda teria que passar a lixa para remover as pequenas partes igrimes que permaneciam.

O ruivo estava tão focado em fazer detalhe por detalhe do umbigo de kageyama e os gominhos que definiram a barriga malhada, que quando finalmente tirou os olhos do trabalho se esticando com os braços pra cima alongando a coluna pode notar que Tobio estava cochilando. O moreno tinha a cabeça jogada para trás do encosto do sofá com os olhos fechados e a boca entreaberta, Shoyo se sentiu hipnotizado, tudo que kageyama fazia parecia perfeito para ser registrado como arte, talvez fosse um pouco de exagero de Hinata ou talvez ele realmente fosse feito para ser admirado.

Tirando o celular do bolso e capturando uma foto rápida do moreno, Hinata decidiu que por enquanto já era o suficiente, o moreno estava visivelmente cansado e provavelmente queria ir para a própria casa o quanto antes e não ficar ali como um manequim posando pra ele.

Aproximando-se do mais alto, Shoyo começou a sacudir de leve o seu ombro para ver se ele acordava, vendo que não teve resultado algum e Tobio parecia dormir como pedra, decidiu deixar que ele dormisse mais um pouco enquanto ia preparar algo para o almoço que estava quase na hora. Seguindo para a cozinha e começando a cortar alguns legumes para preparar um caldo de carry de carne com arroz imaginando se o moreno gostava ou não desse tipo de prato ouviu o celular tocar na mesinha de centro da sala, correu pra pegar-lo depressa pra que o barulho não acordasse kageyama.

“Iai tampinha, tá em casa?” reconheceu a voz de kuro no mesmo instante. “To sim Kuro-san, porque? O Kenma tá com você?” Perguntou colocando o celular no ombro e voltando a cozinha para colocar o arroz na panela.

“Ta sim, a gente queria te chamar pra almoçar, tô preparando uma sopa aqui que tá com uma cara ótima ” Kuro sabia que Shoyo era o maior fã das sopas que ele preparava, sempre que faziam acabavam convidando o ruivo para prova também.

“ Gostaria muitíssimo Kuro -san mas hoje eu não posso, o kageyama tá aqui e eu já tô preparando o almoço pra gente” falou terminando de picotar a cenoura e jogando na panela com o caldo para cozinhar, ouvindo ao fundo Kenma pergunta o que ele tinha dito.

“ O tampinha disse que não vem porque tá com um tal de kagemaya”

“Kageyama! O nome dele é Kageyama.” falou enquanto ria do barulho de fundo da ligação, provavelmente seu amigo Kozume tinha acabado de derrubar alguma coisa e ia até Kuro para tomar o celular das mãos dele.

“ O kageyama tá aí? O cara que a gente encontrou essa semana? Sério? Ele é um pisicopata ou algo do tipo?”  Hinata gargalhou alto e depois se conteve colocando a mão sobre a boca para abafar a risada escandalosa que escapou.

“Acho que não, ele parece inofensivo, porquê a pergunta?” Ele já imaginava o porque, Kenma o havia repreendido depois do encontro vergonhoso em que ele conheceu kageyama. Nas palavras do loiro, ele era um maluco só de ter cogitado o pedido de Hinata, que foi absolutamente estranho. Hinata concordava só na parte do estranho.

“Ele tá aí agora? Ele chegou a muito tempo? O que vocês fizeram? Já começou o trabalho e por isso ele foi aí? Espera! O que foi que ele pediu em troca?”

“ Ele venho cedinho, eu fui buscar ele na verdade, ele trabalha na clínica aqui do lado, é médico! Hã... E sim, eu já comecei o trabalho, na verdade ele tá dormindo agora, deve tá muito cansado, saiu do plantão e tá aqui me ajudando, e ele não pediu nada em troca ainda, disse que ia pensar mais”

“hum... Tá bom Shoyo, você sabe o que faz, mas qualquer coisa avisa tá! Eu e o Kuro estamos em casa, xau” encerrou a ligação com o amigo e deu continuidade ao almoço, seu relógio de parede marcavam 11:40, então decidiu voltar ao seu pequeno escritório de arte para acordar kageyama.

“oe, kageyama, tá com fome? Vem almoçar, eu fiz carry” balançava o ombro do moreno que já estava quase que inteiro deitado no sofá, ele resmungou um pouco mas despertou com um bocejo e coçar de olhos.

“Desculpe, acabei cochilando e perdendo noção do tempo. Você já fez o que tinha que fazer?” questionou olhando a escultura que ao ver de Tobio não havia mudado nada.

“sem problemas, eu que deveria pedir desculpas, você deve tá cansado e ainda assim tá aqui me ajudando, bom.. faltam muitas coisas ainda mas é um começo.” Tobio concordou com um manear de cabeça, notando que ainda permanecia sem camisa e tratou de vesti-la rapidamente com o rosto avermelhado.

“eu fiz almoço, vamos comer”

“acho que já tá na hora de ir pra casa”

“voce pode ir depois de comer, eu já coloquei na mesa” disse com um grande sorriso e inclinando a cabeça sujestivamente para a cozinha, kageyama o acompanhou e sentou se a mesa, ouvindo a própria barriga roncar com o cheiro da comida.

“espero que goste, eu não sou um dos melhores cozinheiros mas não costumo errar o ponto da comida” falou como quem não quer nada e esperou kageyama colocar a primeira colher na boca para ver qual reação teria.

“ está ótimo! Você deve ser modesto.” Disse naturalmente e continuou a comer sem notar que o ruivo tinha os olhos mais sorridentes que algum poderia ter.

“ Que bom que gostou”

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Já haviam se passado dois dias desde que Tobio esteve em sua casa, Hinata não deu continuidade a escultura, esperaria até quando ele voltasse, para que pudesse fazer tudo olhando de perto, pessoalmente, para que nada passasse despercebido, nenhum sinal de nascença se quer.

No entanto, não conseguia parar de pensar o quão lindo ele estava dormindo,   e foi assim que ele voltou a pintar, em uma grande tela de 70x100 sobre o cavalete no meio da sala, ele finalizava com delicada maestria o rosto adormecido de kageyama que foi capturado em uma foto no seu celular. Como ele podia ser tão bonito com a expressão tranquila do sono?

Olhando a própria obra, Shoyo sorriu satisfeito. Ele sempre foi bom com pinturas de paisagens, mas esse quadro era surreal, totalmente diferente do que ele fazia e tentava transmitir antigamente em seus trabalhos, agora ele tinha certeza que qualquer obra que fizesse e tivesse  kageyama Tobio seria sua obra prima e nenhuma outra seria capaz de alcançar isso.

Na pintura a sua frente ele retratava os ombros do moreno relaxados, o pescoço inclinado sobre uma superfície macia e a cabeça jogada para trás, os olhos estavam fechados e os lábios entreabertos, a imagem podia ser interpretada de outras formas devido o ângulo em que ele estava, mas Hinata fez o melhor que pode para que foi transmitido apenas serenidade e calma.

A tranquilidade e inocência que só o sono é capaz de trazer a alguém, Tobio parecia relaxado e genuinamente bonito. Hinata transmitiu tudo isso em sua obra, tudo o que ele viu naquele dia e tudo o que ele não parava de pensar.

































Zero criatividade, não sou muito boa escrendo fanfics, espero que tenham gostado. Próximo capítulo tentarei fazer um pouco maior.

viagem pra casa - KagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora