6° capítulo: Desencadear

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                                                         13:40 PM Friday 
                                                         Fim do Outono

        O clima se encontrava gélido, as árvores já não tinham mais as folhas alaranjadas plantadas, todas elas tiveram o seu notório fim. Não somente ao lado de fora, contudo na Residência dos Amsterdam se encontrava em uma nevasca. Poderíamos analisar esse fator ao notar que para os queridíssimos avós de um certo ruivo, salvar uma pessoa de um iminente perigo no meio da madrugada não era o certo a se fazer, e sim algo para temer. O de mechas ruivas tinha um olhar exaustivo, o que deveria estar notável descaradamente aos seus respectivos avós. 

Amélia — Imagina se ele tivesse o pegado? O que faríamos Apuh? — Indagou novamente ao ruivo, sua seriedade causava incômodo aos mais novos na sala 

Robert — Deveria pensar nas consequências de desafiar o Cavaleiro. — Completou seu avô, fitando o mais novo com repreensão 

Amélia — Isso mesmo! — Concordou a patriarca da residência, acarretando o olhar dos mais novos — não pensou nos riscos que você mesmo correu? Você colocou em perigo a si mesmo! 

Não. Eu não pensei, vovó. — assumiu enquanto relaxava no sofá, tentando precaver uma forma de fugir do recinto. — Eu sinto muito..por todo o pânico que causei a vocês, mas não posso me arrepender de ter salvado uma vida inocente. Estou bem, e Foka também. 

       Os patriarcas dos Amsterdam suspeitaram, dava para notar tamanha preocupação que sentiam pelo neto mais velho. O ruivo compreendeu em partes, afinal, foi irresponsável de sua parte ter saído de maneira tão afobada ao escutar o trotar do famoso cavalo. Mas o ruivo também tinha em mente que era melhor contar a possibilidade de salvar a vida de um inocente, do que ouvir seus gritos agonizantes e não ter uma reação. Suas ações não foram totalmente impulsivas, moveu-se pela bondade. Ao menos era o que o ruivo tentava acreditar. 

          Afinal, mesmo com o som do trotar, a sensação emitida, o sentimento de pânico, nada possui uma prova válida da existência do Cavaleiro. Pelo menos, não de maneira definitiva. 

         Tudo o que foi sentindo ao momento foi pura adrenalina, o qual o seu coração estava totalmente descontrolado e os pensamentos em torno de uma densa neblina, logo, tais sensações poderiam se considerar mais abstratas do que fundamentais. Aquele trotar medonho poderia muito bem ser de um cavalo que pertenceria a uma pessoa maldosa que apropriou-se do medo alheio, mas, verdadeiramente, representava riscos ao bem estar do seu amigo Foka, isso era um fato. 

        Portanto, ainda existe a permanência da dúvida em relação ao cavaleiro na cabeça do ruivo. Por uma consequência, acreditava que havia salvado o amigo de um lunático. Apenas e somente. 

Amélia — Você sabe que a nossa preocupação é com o agora, apuh. — este comentário deixou o ruivo intrigado 

Como assim? Eu deixei Foka em casa e nada me ocorreu até este exato momento, então para que tanta preocupação?

       Seu avô o endereçou um sorriso meigo, como se quisesse tranquilizá-lo de uma notícia devastadora. Suas sobrancelhas arquearam instantaneamente, um pouco ansioso pela explicação querendo entender que bicho de sete cabeças está assustando seus avós. 

   Ao certo seria algo relacionado ao Cavaleiro. 

Robert — Uma pessoa consegue pressentir a vítima de um cavaleiro, mas nunca usam isso para salvar alguém. É algo que nunca vi, nem sequer imaginei que alguém teria tamanha coragem. — A resposta subjetiva veio de seu avô, o que o fez trincar a cara 

O Cavaleiro Das AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora