Wednesday
Winter/ 10:20 AMO primeiro alvor da manhã cresceu pela cidade de Amystic, trazendo uma quarta-feira parcialmente amena, um perfeito dia para sentar-se em sua poltrona com roupas de dormir acompanhado de um chocolate quente e biscoitos fresquinhos, se é que o ruivo poderia dizer isso. Ao contemplar uma revigorante noite de sono, isenta de qualquer despertar repentino e sonhos com um certo trotar como música de fundo, sentia como se uma parte do completo caos que foi a terça-feira passada houvesse desaparecido. Obviamente as preocupações não sumiram, contudo, a complicação exagerada não possuía mais sentido algum.
Em determinados pontos da vida, temos a tendência de complicar tudo o que seja absolutamente possível e até mesmo impossível. O falecido pai de Apuh costumava dizer que o ser humano tende a se atrair pelo o mais difícil, pois é conduzido pelo desejo de realizar um desafio e inflar ainda mais o próprio ego. Claro que aos 23 anos de idade, o ruivo não poderia concordar com veemência com a frase, mas assumia que possui a mania de complicar aquilo que em princípio seja simples. Mesmo não sabendo ao certo o porquê, apenas o faz e lida com as consequências depois.
Lidar com as consequências não era algo exatamente que Apuh apreciava, ainda mais quando cometia esses atos de maneira impensada. Afinal, imagino que não haja alguma solução para algo feito de maneira impulsiva. Se a princípio foi irresponsabilidade, o que será em seguida?
Estava em meus planos começar a entregar os primeiros currículos antes das férias de inverno, após tomar um belo banho quente, finalizar o cabelo e comprar o café da manhã de sua família. Estava até mesmo enviando uma mensagem à mente, a fim de sugerir que se vissem hoje, enquanto destrava a porta às 10:25 para ir a padaria de Ralls. Estava tudo nos conformes para uma rotineira quarta-feira, se não fosse pela carta enrolada em um papel velho e acompanhada de uma bela rosa branca.
Era a resposta do cavaleiro das almas, e foi somente naqueles instantes, em que precisou correr novamente para o quarto com a carta e a flor em mãos, que recordou da carta enviada por si de maneira impulsiva.
Assim como teve que aprender a lidar com todas as consequências de seus atos, precisou juntar o máximo de coragem possível para desenrolar aquela folha envelhecida e ler o que estava escrito – perfeita era a caligrafia em tinta preta.
“Decerto, perigos rondam este ato cometido por ti, caro príncipe. Contudo, aprecio tamanha coragem e confesso estar curioso ao seu respeito. Escreva-me uma resposta para que possa conhecê-lo e a deixe no mesmo local, se assim for de sua vontade. O retorno saberá onde encontrar e não tenha medo, Apuh Amsterdam.
Atenciosamente.”
Seus olhos rolavam de uma palavra a outra, parcialmente encantados com a inegável beleza de caligrafia, encurvada e com perfeita precisão. Conduziu de forma involuntária a carta ao busto, pressionando-o enquanto seu cérebro tentava absorver cada uma daquelas palavras. O compasso de sua frequência cardíaca era acelerado e podia senti-lo cada vez mais eufórico, resultando também em um certo suor frio em suas mãos. Tamanho era o trabalho que suas glândulas sanguíneas estavam fazendo naquele momento.
O ruivo jamais imaginou que poderia receber uma resposta do cavaleiro, tampouco que ainda viria acompanhada de outra rosa branca, tão reluzente e intragável. Repousou a flor sob a mesa, regredindo a olhar a carta em mãos. O nervosismo corria por suas veias, à medida que um sorriso questionável moldava seus lábios.
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O Cavaleiro Das Almas
FantasyGostaria de informar primeiramente, isso é uma fanfic dos personagens, não dos criadores. Se em algum momento algum dos criadores se sentirem desconfortáveis com essa história, eu estarei apagando e dando um fim a isso. Essa fanfic tbm contém go...