Como prometido, cá estou eu novamente rs irei me dedicar a mas uma história. Espero que vcs se apaixonem por ela, assim como eu me apaixonei. Sem mais delongas, boa leitura!
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Freen Sarocha
Sabe aquele amor que todos querem? Aquele amor de quando a noite fria chega você sabe que não precisará do aquecedor. Aquele amor que quando acordam pela manhã a primeira coisa a se fazer é sorrir ao olhar para o lado. Aquele amor que a maioria das pessoas anseia e até invejam em alguns momentos. Aquele amor que nasce sem pretensão, mas que ganha proporções jamais vistas. Aquele amor que seus familiares enxergam em seus olhos e você mesmo consegue passar o que sente apenas com atitudes. Aquele amor que você espera pela vida toda, mas quando acontece ainda não tá preparado, por ser tão forte. Aquele amor que te faz pensar na pessoa antes mesmo de pensar em você. Aquele amor de planos para o futuro enquanto vivemos intensamente o presente e odiamos o passado por não ter nos feito conhecer o amor antes.
Bom, eu já tive um amor assim. Mas sabe aquela história de que nem tudo é para sempre. Eu desacreditei nisso enquanto vivi esse amor, mas agora sei que é verdade. Rebecca, meu amor adormecido do passado. Ela é aquele tipo de pessoa que conquista todos ao seu redor, por sua espontaneidade e pela forma que ela consegue conversar com qualquer pessoa, mesmo sendo tímida em alguns minutos. Uma vez, no começo de nosso namoro, eu disse a ela que a mesma conquistaria um serial killer facilmente com seu jeito. Ela gargalhou nos meus braços e eu senti meu coração parar pela primeira vez ao lado dela. E depois dessa vez foram se seguindo milhares de vezes. Ela tinha o poder de fazer o que quisesse com meu coração, e o pior é que ela não sabia de tal controle. Namoramos por três anos, e todos diziam que nós éramos pra sempre.
Sabe aquele casal de novela? Éramos nós. Um dia após nosso aniversário de três anos eu a pedi em casamento. E apenas eu sei que foi a melhor decisão que eu tomei em minha vida. Eu tinha vinte e um anos e ela dezenove. Eu na metade da faculdade e ela entrando. Eu fazendo medicina e ela ingressando em jornalismo. Um ano depois do pedido, nós trocamos alianças, nossos pais apoiaram desde o começo e esse foi o diferencial. Tudo corria para o nosso para sempre ser perfeito. Como aquelas histórias de conto de fadas. Mas sabem, histórias de conto de fadas não existem e o para sempre nunca é para sempre. Os dois primeiros anos de casamento foram tranquilos. Claro que discutíamos, é impossível conviver com alguém e não ter algumas discussões. Mas no final da noite, mesmo chateadas dormíamos na mesma cama e no meio da noite nos abraçávamos, e pela manhã já não tinha mais motivos para ficarmos chateadas.
Depois que eu terminei a faculdade e me firmei no hospital de Miami vieram os plantões, ela estudava o dia todo e três vezes por semana eu não estava em casa a noite. Mal nos víamos e quando acontecia brigávamos por não estar passando tempo juntas. E foi ai que tudo começou a desandar. Na primeira noite que ela não me deixou dormir ao seu lado. E depois dessa não teve uma noite em que brigávamos que eu quis ficar ao lado dela e assim nosso tempo juntas ficou mais escasso. Ela começou a trabalhar e o único dia que podíamos ficar juntas era o domingo e nesse dia sempre tinha almoço em família. Ou na casa dos pais dela, ou na casa da minha irmã mais velha. E ai, fingíamos que estava tudo bem. Chegávamos em casa as vezes nos trancávamos em nosso trabalho ou quando as duas estavam sentido vontade, transávamos. Dois anos depois nós tivemos uma decisão, ter um filho.
Uma péssima decisão. Não que eu me arrependa de ter uma filha com ela, mas achar que um filho poderia salvar nossa relação foi uma infantilidade. Eu tinha vinte e cinco e ela acabará de fazer vinte e três. Com um óvulo meu e o espermatozoide de um desconhecido, Rebecca engravidou. Ela quase abortou no primeiro mês. Mas com ajuda de medicamentos conseguiu segurar o bebê. Talvez fossem as semanas que mais estivéssemos próximas. Sabendo que em seu ventre estava o fruto de nós duas. Durante os nove meses de gravidez foram quando menos discutimos. Parecia que aquele romance do começo estava voltando. Já acreditávamos que tínhamos conseguido salvar tudo o que construímos. Garotas tolas nós éramos. Alexa nasceu e foi o dia mais feliz da minha vida. A garota tão parecida comigo quando bebê, mas com os olhos de Rebecca. E nos primeiro meses da vida de nossa filha as discussões tiveram fim. Eu pedi que meu diretor diminuísse meus plantões e ele o fez. Eu ajudava Rebecca com tudo que era necessário. E no final da noite lá estávamos, abraçadas e com nossa pequena do lado da Rebecca.
Tudo estava nos eixos. Mas começou a desandar novamente, as noites mal dormidas, dores de ouvido, cólica, choro, muito choro. Rebecca já não dormia a noite, pelo menos não no nosso quarto, sempre estava no quarto da Alexa, e pela manhã quando eu saia pra trabalhar nem a via. Foi assim até as brigas recomeçarem, o cansaço de nós duas e minha forma de fugir não estavam dando certo, eu pegava o máximo de plantões que conseguia pra fugir de discussões. E quando estava em casa, elas apareciam, por eu sempre estar fora, por não ajudar a cuidar da pequena, ou por simplesmente não deixar o copo dentro da pia. Nosso auge foi quando nós gritamos uma com a outra e a pequena Alexa acordou assustada. Eu sai com raiva do quarto indo em direção ao quarto da bebê e Rebecca veio atrás, eu gritando que ficaria com nossa filha pra que ela pudesse descansar e ela dizendo que eu nem saberia o que fazer. E ela tinha razão, Alexa já tinha cinco meses e eu devo ter trocado a fralda dela três vezes. Lembro de ter parado meu corpo no lugar e ouvir as palavras dela que ficaram gravadas no meu peito, e de lá nunca saíram.
"Eu devia ter tido Alexa sozinha, você não é uma boa mãe, na verdade nem mãe de verdade você é."
Assim que ela terminou de falar, eu lembro apenas de ter virado meu corpo e acertado o rosto de Rebecca com um tapa estalado. Me arrependi do ato no momento que vi dor em seus olhos, não pelo tapa, mas uma dor que ela já guardava a muito tempo. Meu pior erro foi tentar não concertar, não pedir perdão. Ela apenas tirou a mão do rosto vermelho e me mandou sair da casa, que pegasse minhas roupas e levasse junto, por que se algo ficasse, ela colocaria fogo em tudo, foi o que eu fiz. Nunca mais voltei, e já tem quase quatorze anos que aconteceu. Hoje tenho quarenta anos e Rebecca trinta e oito, Alexa completou quatorze a cerca de um mês, e eu não estive presente. Me permiti abrir meus olhos, a manhã já tinha nascido e eu perdi mais uma madrugada em lembranças. Olhei para o lado e bufei alto, balancei os ombros da mulher de cabelos loiros ao meu lado.
- Jennifer, é melhor você ir pra casa. – falei.
- Qual é, Freen. Me deixe dormir mais um pouco. – ela disse e eu revirei os olhos.
- Quando sair deixe a chave com o porteiro. – esse era o meu jeito de dizer que não queria ela ali quando eu retornasse ao apartamento, fui até o banheiro e fiz minha higiene, quando saí já com as roupas intimas e uma bermuda, apenas coloquei uma regata folgada, peguei meu fone de ouvido logo o conectando ao celular, a música alta saiu pelos fones e eu saí do meu apartamento, fui correr apenas para me distrair e poder organizar meus pensamentos.
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E assim inicia nossa caminhada, espero que gostem do 1 capítulo ❤
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My Mistakes - Freenbecky
RomanceUm casamento que durou poucos anos, uma separação de quatorze anos. Não existe mais sentimentos? O problema é quando o passado insisti em voltar. Com a doença da única filha os caminhos se cruzam mais uma vez. E se tais caminhos quiserem se entrelaç...