Becky Armstrong
Já tinha buscado a Lexa na casa da Dulce, e Taylor veio até nossa casa pra jantar conosco. Lexa disse que ia tomar um banho enquanto eu começava a preparar um macarrão ao molho branco.
- Becky. – Taylor chamou e eu fiz um som nasal pra que ela continuasse. – Como assim a Freen levou a Lexa e o Dylan pra almoçar hoje? – ela perguntou e eu a olhei rapidamente.
- Lexa disse que ela foi na escola buscar os dois e os levou pra comer. – falei e ela assentiu.
- Você sabia que ela ia fazer isso? – perguntou e eu neguei com a cabeça. – Você não tá achando estranho ela querer se aproximar assim, do nada? – perguntou e eu bufei.
- Lexa tá doente, Taylor. Freen só quer ficar com a filha. – falei e ela se aproximou segurando em minhas mãos.
- Você confia nela? Ficando perto da nossa menina assim? – perguntou e eu neguei, já tinha sofrido demais com Freen pra saber como ela é. Lembro de quando Lexa fez a primeira peça na pré-escola, ela avisou a Freen uma semana antes e mesmo assim ela chegou atrasada. Acenou pra Lexla no palco e se sentou ao meu lado, apenas pra ficar em seu celular e sete minutos depois se levantar e ir embora. A alegria que Lexa tinha nos olhos quando viu a Freen, desapareceu assim que ela a viu se levantar. – Só tome cuidado. – me abraçou e beijou minha cabeça. – Não confio naquela mulher.
- Nem eu. – Lexa disse entrando na cozinha de braços cruzados, eu ainda não havia contado a ela sobre a gravidade do seu problema, mas sei que minha filha não é idiota, já deve ter procurado meios de descobrir. – Mas foi apenas um big mac, batata frita e refrigerante. De certa forma ela me deve isso. – deu de ombros e se sentou na cadeira de costume.
- Devia ter pedido um pra viagem. – Taylor disse e piscou pra minha filha que apenas sorriu.
- É, eu deveria. Ela me deve muitos hambúrgueres. – levei o macarrão pra mesa, nós três nos sentamos e nos servimos. Os assuntos ficaram leves, como se nós três soubéssemos que a Freen não é um bom assunto. Depois do jantar Taylor se ofereceu pra lavar a louça e eu deixei, era sempre assim, eu cozinho, ela lava a louça. Lexa desceu as escadas trazendo com si um bilhete da escola. – Posso ir? – perguntou com um bico enorme, já fazendo manha. Li o papel e vi que era pra um passeio para um museu.
- Você nunca se interessou por museu. – falei estranhando seu interesse repentino. Minha filha ficou vermelha. – Hm, suas bochechas coradas querem dizer que a aquela pessoa especial vai estar lá? – perguntei e a garota olhou para o chão.
- Mama. – ela me repreendeu. – Posso ir? O Dylan também vai. – ela disse coçando a nuca, o mesmo gesto que Freen usava sempre que estava nervosa.
- Você não tem sentido dores ou falta de ar? – perguntei e ela negou rapidamente. - Tudo bem. – falei indo até minha bolsa e pegando uma caneta e assinando a permissão. – Mas se você sentir qualquer coisa tem que jurar ligar pra mim. – falei e ela beijou demoradamente meu rosto antes de pegar a folha em minhas mãos olhado diretamente minha assinatura. – Você promete ligar ou vou ter que pedir ao Dylan pra ser seu cão de guarda?
- Ele já é meu cão de guarda. – a garota revirou os olhos, acho linda a relação de irmãos que eles tem. – Prometo ligar, mama. A senhora é a melhor. – a garota correu até seu quarto e nem adiantou que eu pedisse pra que ela parasse, quando consegui dizer ela já tinha entrado em seu quarto e fechado a porta, adolescentes.
- Hm, terminei a louça. – Taylor disse me abraçando por trás e beijando minha nuca descoberta por conta do coque mal feito. – O que acha da gente tomar um banho relaxante na sua banheira? – disse e eu acabei rindo e aceitando. Subimos a escada e tomamos banho sem malícia, apenas banho mesmo. Taylor foi vestir uma roupa sua. Algumas de suas peças já ficam em meu guarda-roupa. Fiz o mesmo e logo estávamos deitadas em minha cama trocando beijos e pequenas carícias. – Como foi seu dia hoje? – perguntou assim que ela ligou o abajur e pegou seu livro. Taylor dorme em minha casa pelo menos uma vez por semana.
- Bom, escrevi alguns esboços pela manhã, discuti com a Freen no almoço, revisei algumas coisas durante a tarde e busquei a Lexa, depois disso você já sabe. – falei abraçada ao meu travesseiro e já com os olhos fechados.
- Discutiu com a Freen? – perguntou e eu assenti. – Discutir com ela é muito fácil. É uma idiota. – ela disse e me aconcheguei mais a minha cama. Taylor se aproximou e beijou minha têmpora. – Boa noite, Becky. – disse e eu nem me dei ao trabalho de responder, já estava entregue ao sono.
(...)
Levantei durante a madrugada, um hábito, e fui até o quarto da Lexa. Abrir a porta e entrei lentamente, minha filha sabe das minhas visitas noturnas, por isso não tranca a porta. Me aproximei e me sentei no canto da sua cama acariciando seus cabelos loiros.
- Não, Freen. – ela disse e agarrou seu travesseiro. Um pesadelo. Me aproximei e beijei seu rosto.
- Tá tudo bem, meu amor. – eu disse e ela acordou me encarando com os olhos arregalados. – Teve um pesadelo com sua mãe? – perguntei e ela assentiu.
- Freen estava tendo falta de ar, como eu, mas não conseguia voltar a respirar. Mama, a senhora pode ligar pra ela? – perguntou já sentada em sua cama.
- Amor, são três da manhã. Freen deve estar dormindo. – eu disse e ela pegou seu celular no criado-mudo.
- Só vamos confirmar. – ela disse e me entregou o celular.
- Tudo bem, mas ela pode nem ver essa ligação. – falei e ela assentiu, procurei o nome da Freen e logo o achei. Apertei o botão de chamar e começou a chamar, no terceiro toque ela atendeu.
- Lexa? – perguntou desconfiada.
- Freen, sou eu, Rebecca. – falei e percebi que ela estava no hospital quando ouvi alguém a abordando como doutora Sarocha.
- Aconteceu alguma coisa com a Lexa? – perguntou com um tom um pouco mais assustado.
- Não, eu só... ela só queria saber se está tudo bem, teve um sonho ruim. – falei e a mulher suspirou de alívio no outro lado.
- Eu to bem, foi só um sonho. – ela disse de forma doce e eu estranhei, o que essa mulher tem?
- Eu disse isso a ela, mas ela quis ter certeza. – falei e Lexa me encarava.
- Passa o celular pra ela. – peguei o telefone e estendi pra Lexa. Ela negou no começo e eu insisti, a mesma pegou o telefone e colocou no viva voz.
- Oi. – disse tímida.
- Eu to bem, filha. Pode voltar a dormir. – Freen disse e Lexa e eu nos encaramos.
- Okay . – Lexa respondeu e Freen se despediu. Milha filha colocou seu celular de volta no seu criado-mudo e se deitou na cama, eu a cobri e beijei sua testa.
- Eu disse que sua mãe estava bem. – a garota já tinha os olhos fechados.
- Ela não é minha mãe, a senhora é, Freen não. – ela disse e eu sabia que ela não queria dizer isso. Se Lexa não amasse a mãe, não teria se preocupado a ponto de pedir que eu ligasse pra Freen as três da manhã. Eu espero que tudo ocorra bem, elas precisam uma da outra.
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Boa tarde meus amores 🤗❤
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My Mistakes - Freenbecky
RomansUm casamento que durou poucos anos, uma separação de quatorze anos. Não existe mais sentimentos? O problema é quando o passado insisti em voltar. Com a doença da única filha os caminhos se cruzam mais uma vez. E se tais caminhos quiserem se entrelaç...