57 - capítulo

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    Becky Armstrong


- Primeiro encontro com sua ex-mulher. - Annie disse, ela deixou Dulce e as crianças em casa e veio me ajudar. - Dul tava lustrando uma faca quando eu saí de casa. - ela disse e eu ri. - Mas é só idiotice dela, Dulce ta torcendo por vocês. - disse me ajudando com o cabelo.

- Sinceramente, fiquei impressionada quando ela me chamou pra um encontro. Eu sei que a gente ta se envolvendo, envolver é pouco até, por que eu já sinto falta dela quando ela não ta em casa, eu fico esperando ela ir até meu quarto no meio da noite tentando me "convencer" a deixar ela dormir comigo. - confessei fazendo aspas com os dedos. - Mas eu achei que a gente só ia começar tudo de novo, sem esse começo de todo relacionamento, me entende? - perguntei e ela assentiu e eu vi pelo espelho enquanto me maquiava.

- Você adorou isso, não é? -  perguntou e foi minha vez de apenas assenti. - Eu notei que ela tinha mudado quando deixou a Lexa em minha casa a primeira vez. Ela chegou lá totalmente desarmada. -  falou e eu me peguei lembrando. - Bom, falta quinze minutos pra o horário marcado, então eu vou indo. - minha amiga avisou e me deu um leve abraço antes de sair. 

Eu sabia que ela deixaria a porta encostada, então não me preocupei. Quando estava passando o perfume, ouvi o soar da campainha pela casa. Respirei fundo três vezes antes de mover meus pés em direção a saída do quarto. Cheguei a sala e encarei a porta que ela estaria do outro lado, abaixei meus olhos até meu vestido azul, que marca minha cintura e acaba acima dos meus joelhos. Levei minha mão sobre o leve tecido, a campainha soou mais uma vez e eu me toquei ao quanto estava enrolando. Caminhei até a porta e abrir devagar, me certificando de parecer bonita e sexy a partir daquele momento. Vi Freen em sua jaqueta de couro, aquela que eu achava tão sexy, uma camisa branca soltinha e a calça jeans apertada e surrada, linda, minha Freen estava completamente linda. Seu sorriso brilhava no rosto assim como seus olhos.

- Uau. - foi a primeira palavra que ela pronunciou. - Você está linda. - seu sorriso sumiu enquanto seus olhos passeavam pelo meu corpo, antes de voltar ainda maior. - Eu trouxe pra você. - tirou de suas costas uma rosa vermelha, a primeira flor que ela me deu, dizendo que não achava um buquê apropriado. - Ah, e isso também. - com a outra mão ela me estendeu uma caixa com meus bombons favoritos.

- Oh, obrigada, Darling. - falei e segurei os dois. - Vou colocar as flores em um vaso antes de sairmos. - ela assentiu e entrou em casa enquanto eu ia até a cozinha. Coloquei as flores na água e os chocolates ao lado. Voltei a sala e Freen me esperava, notei que ela estava nervosa ao secar suas mãos em sua própria roupa. - Vamos? - chamei e ela se virou pra mim.

- Claro. -  me ofereceu a mão e eu logo a aceitei entrelaçando nossos dedos. Peguei minha bolsa de mão na mesinha do lado da porta e tranquei a mesma assim que saímos. Freen me guiou até seu carro e com seu lado galante abriu a porta pra mim. Freen nunca dizia pra onde íamos, então não me dei ao trabalho de perguntar, apenas curtir o breve espaço de tempo que levaríamos até chegar lá. – Gostei da cor do seu vestido. – quando Freen gosta de algo ela sempre procura uma forma de elogia-lo.

- Obrigada, Darling. – ela tinha um sorriso sincero em seus lábios enquanto deixávamos pra trás, casas e ruas. Já estávamos na parte mais afastada da cidade e tendo conversas aleatórias, a velocidade do carro foi diminuída. E eu olhei ao redor, o drive-in. – Ainda funciona? – perguntei com esperanças e surpresa no tom de minha voz.

- Na verdade não funcionava até ontem. –  anunciou e eu a encarei a procura de respostas. – O dono era muito amigo dos meus pais e eu o conhecia, o lugar estava parado a anos, eu conversei com ele e pessoalmente ele concertou o projetor e conseguiu algumas fitas de filme guardadas em seu porão, até o filme que a gente assistiu aqui na primeira vez. –  disse e eu não sabia se sorria ou se agradecia. – O filme já vai começar, me daria a honra? – perguntou e eu assenti. Ela saiu do carro e veio em direção a minha porta.

- Não vamos com o carro? – perguntei saindo de seu carro me apoiando em sua mão.

- Não, dessa vez será diferente. Só eu, você, um cobertor, as luzes do céu e uma tela grande. – disse de forma despreocupada, nos guiou até o centro do lugar e ali já tinha dois cobertores no chão e outro dobrado ao lado, vi um grande balde de pipoca e refrigerante. – Cortesia do senhor Lincon, o dono do lugar. – respondeu a pergunta que eu fiz na minha mente. Nos sentamos ali e o filme se iniciou, um romance antigo, antigo o suficiente pra ser em preto e branco. Quando viemos aqui estavam passando clássicos, bom, hoje novamente. – Agora ele, o velho homem deve estar assistindo o filme junto a nós, mas sem nos ver, sua esposa morreu a cinco anos, eles sempre assistiam esses filmes juntos. Ele me contou a história. No aniversário de casamento eles sempre assistiam os filmes clássicos, no dia que viemos aqui era aniversário deles e até hoje, quando é o aniversário, ele assiste a clássicos, sozinho fisicamente, mas diz que ela sempre está ao seu lado. –  contava tudo sem olhar pra mim, ela olhava a tela enquanto eu admirava sua expressão de lado. – A mulher sempre fazia biscoitos pra que depois dos filmes os dois deixassem a música final tocando e comessem biscoitos com chá. –  deu um singelo sorriso e me encarou. – Bebec, você sabe fazer biscoitos? – eu assenti e ela beijou as costas da minha mão que segurava entre as suas. – Eu quero isso, sabe, não necessariamente os biscoitos, chá e o filme. Eu quero você, quero acordar cada manhã e te ver se espreguiçar na cama. Quero que reclame quando eu dizer que esqueci a toalha e que me entregue-a mesmo reclamando, bufando. Quero fazer o café, enquanto você faz os ovos mexidos. Quero poder perder a paciência de esperar você tomar seu banho e invadir o banheiro. Quero te abraçar quando sentir que você está perdendo suas estribeiras. Quero que me deixe pintar suas unhas. Quero ter guerras de cosquinha com você. Quero encarar teus olhos, me perder dentro deles e me sentir bem com isso. Quero poder conduzir você até qualquer pista de dança e não saber dançar junto com você. – a essa altura minhas lágrimas desciam sem pausas. – Quero poder fingir que esqueci nosso aniversário e te ver com a maior carranca o dia todo. Quero ir em reuniões escolares com você. Quero que me use como seu único cobertor em noites quentes. Quero acordar no meio da noite sentindo que você está totalmente sobre mim. Quero fazer amor em uma manhã gelada de inverno. Quero fazer sexo em noites quentes de verão. Quero que me faça ir ao mercado na véspera de natal por ter esquecido o peru. Quero te amar, Rebecca. Quero tudo. Mas só quero tudo se for com você. – o filme rodava ao nosso lado sem nem ao menos prestarmos atenção nele. Freen segurou minhas duas mãos e ficou de frente a mim, enxugou cada lágrima minha e beijou minha testa. Beijou minhas mãos e olhou no fundo dos meus olhos, ela respirou fundo e levou a mão até o bolso da jaqueta. Tirou de lá um pequeno saco de veludo azul amarrado com uma corda dourada. – Quero segurar suas mãos. Quero te olhar nos olhos em todo o processo e dizer o quanto te amo. Quero que diga sim. Quero me desculpar se você achar que estou sendo rápida demais. –  abriu o saquinho e tirou de lá um anel dourado com uma pequena pedra em seu centro. – Quero que case comigo. É só dizer sim...

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É só dizer sim, será que esse Siim vira? 

My Mistakes - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora