Becky Armstrong
Minha relação com a Freen eu não sei definir, acho que estamos ficando, não sei. É estranho. Mas bom e intrigante. Lexa já está um pouco melhor, ela saiu da UTI e está no quarto. Na manhã seguinte a que dormi com Freen no sofá, fomos ao hospital bem cedo. Allan bateu o pé e disse que iria conosco, mesmo contrariada, Freen deixou que ele faltasse aula. Quando entramos no hospital Freen foi falar com sua secretária Emma. Eu sabia que ela tentaria encaixar suas pacientes com outro médico, Freen não tem cabeça pra trabalhar. Allan e eu fomos até a sala de espera, Clarke já estava lá mordendo o lábio em nervosismo e Lauren sentada em uma cadeira, cochilando com a boca aberta. Me aproximei e cumprimentei a garota. Fui até Lauren e a balancei levemente, essa pulou da cadeira e ficou em alerta.
- O que aconteceu? - ela perguntou desperta, mas logo bocejou e deixou os ombros cairem.
- Só te acordei por que iria sentir dor. - falei a mulher que se sentou ao meu lado. - Estão aqui desde que hora? - perguntei curiosa por ainda ser oito da manhã.
- Chegamos aqui as cinco da manhã. - ela disse e ao final da frase bocejou. - Clarke não dormiu e decidiu que Camila e eu não podíamos também. Ficou andando pela casa a madrugada toda e quatro horas da manhã decidiu que era hora de vir ao hospital. - ela contou e eu entendi. A menina está mesmo preocupada. - Que horas são, Becky?
- Oito e treze. - falei olhando a tela do meu celular.
- Meu Deus, tô atrasada. - ela pulou da cadeira mais uma vez. - Pede pra Freen levar Clarke pra casa. Tchau Becky, tchau baixinho. - ela disse e acariciou os cabelos do Allan. - Tchau filhota, avisa sua mãe que vou tentar sair mais cedo do trabalho. - beijou Clarke, que tentou fugir do carinho sem sucesso e saiu correndo do hospital passando por seguranças, duas vezes maior que ela, que a olhavam com cara emburrada. Acabei rindo e Freen apareceu.
- Era a Laur? - perguntou apontando pra trás.
- Sim e pediu pra você levar Clarke pra casa. - Freen deu de ombros.
- Vou ver se podemos entrar pra ver a Lexa. - ela disse e mais uma vez me deixou com Allan e Clarke. A garota ainda andava de um lado para outro e Allan veio pra perto de mim balançando suas perninhas sentado na cadeira.
- Lexa vai voltar logo pra casa? - ele perguntou me olhando com esperança.
- Vai sim, querido. - acariciei seus cabelos e o menino deitou sua cabeça em meu colo.
- Eu nunca tive uma irmã mais velha, é legal. - o garoto disse e eu sorri ainda acariciando seus cabelos.
- Podemos entrar. - Freen disse e Clarke passou rapidamente por sua tia, sumindo pelo corredor. - Mas ela nem sabe qual o quarto. - disse com uma sobrancelha arqueada. Fiquei de pé com o Allan e segurei sua mão.
- Anda logo, tia. - Clarke voltou e segurou a mão de Freen a puxando para o corredor, enquanto íamos atrás.
- Ela parece com pressa. - Allan disse.
- Acho que você tem razão. - confirmei e chegamos no quarto 128. Clarke já estava lá dentro e Freen nos esperava na porta. Lexa ainda dormia quando entramos no quarto, mas aos poucos foi se mexendo até abrir os olhos.
- Clarke? - ela perguntou encarando a garota a sua frente. - O que ta fazendo aqui?
- Vim te visitar. Sabe, depois de uma cirurgia é bom receber visitas. - a garota disse meio sem graça por estarmos ali. - Eu deveria ter trago flores? É que não tinha nenhuma floricultura as cinco da manhã, mas posso ir comprar agora se você quiser. - minha filha olhava encantada pra Clarke, essa que tossiu pra chamar atenção da Lexa. - Você quer as flores?
- Não, não é necessário. Você já veio até aqui, é o suficiente. - Lexa disse com um grande sorriso. Freen se aproximou da maca e começou a encher o rosto da Lexa de beijos. – Mãe, por favor. – a garota dizia envergonhada. – Mama me ajuda. – ela disse e eu fui até lá puxando a Freen.
- Ela já é grandinha, Freen. – falei e vi Allan se aproximar e acariciar a mão da Lexa.
- Mas eu só estava com saudade. – falou com um bico nos lábios.
- Quando ela tiver em casa ela não nos escapa. – sussurrei.
- Ei, eu ouvi isso. – Lexa disse e Allan pulou na sua cama.
- Pra que serve esse tubo? – ele perguntou sobre o soro que Lexa recebia em seu braço.
- Pra ela receber o soro. – ele assentiu e pegou o aparelho preso ao dedo da Lexa que marca seus batimentos cardíacos. O som estridente começou e Allan pulou da maca assustado nos fazendo rir. Freen colocou o aparelho no indicador da Lexa novamente e o som voltou ao normal.
- Freen, Allan e eu vamos tomar um suco. – anunciei e segurei a cintura da Freen pra fora do quarto.
- Mas nós já não tomamos café? – ela perguntou antes de fecharmos a porta do quarto.
- Mas eu quero um suco agora e o Allan me acompanha, não é querido? – perguntei e ele assentiu com um pequeno sorriso. – Viu. Você não pode ser uma mãe desnaturada e deixa seu filho com vontade de tomar suco, não é? – ela bufou e seguiu em direção a lanchonete, comigo logo atrás dela.
- Vocês podem tomar suco sozinhos, não quero deixar a Lexa sozinha. – ela disse se virando e voltando para o quarto até que eu a segurei pelo braço antes que ela continuasse.
- Acho melhor você ficar comigo aqui. – falei e ela olhou para o meu rosto. – Se ficar comigo pode escolher o que quiser depois.
- O que eu quiser? – ela perguntou e eu notei seus olhos caírem sobre meus lábios.
- Faz assim, você fica comigo e o Allan e pode dormir lá em casa de novo. O que acha? – perguntei e ela assentiu freneticamente. Freen se aproximou de uma mesa e puxou a cadeira pra que eu me sentasse ali. Se sentou ao meu lado e perguntou o que Allan achava de dormir na minha casa novamente. Ele comemorou junto a mãe e eu apenas ri da interação dos dois.
- Eu não vou ter que ver você queimando mais uma jantar e a gente tendo que comer cereal de novo. – Allan disse e eu gargalhei vendo a cara emburrada da Freen.
- Eu to tentando, okay. – ela disse e ficou com um bico enorme. Não resisti e me aproximei segurando seu rosto com as mãos em suas bochechas e selei nossos lábios em um selinho demorado. Me separei e encarei os olhos castanhos tão vívidos. Ah Lexa, o que não faço por você filhinha? Se bem que ficar com Freen não é nenhum sacrifício. Me aproximei novamente e lhe dei mais um beijo, agora um acariciar de lábios.
- Vocês tão namorando agora? – Allan perguntou enquanto Freen e eu nos encarávamos.
- Talvez. – respondemos juntas.
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My Mistakes - Freenbecky
RomanceUm casamento que durou poucos anos, uma separação de quatorze anos. Não existe mais sentimentos? O problema é quando o passado insisti em voltar. Com a doença da única filha os caminhos se cruzam mais uma vez. E se tais caminhos quiserem se entrelaç...