"Lágrimas, Lágrimas vindas de um quase silencioso choro, eram tudo o que podiam ouvir"
Neste tempo, mais aproximadamente no século XVIII. Um homem caminha calmamente, com passos tranquilos, loiro, de um olhar intimidador, andando pelas ruas movimentadas de Londrine. Com olhares curiosos se direcionando a ele, provavelmente por causa de um corvo que parece
repousar sobre seu ombro direito. Parecia ter certeza de onde deveria ir, e em quanto tempo chegaria lá. No meio de sua caminhada vagarosa, reparando no cenário a sua direita, ele vê um mercante, vendendo algumas frutas. Ele se aproxima com um jeito curioso mas calmo, e diz:-pelo movimento parece estar tendo boas vendas hoje.
o mercante com uma expressão alegre responde:
-sim, estão indo muito bem. Por que não leva algumas frutas também?
o Homem olha para seu corvo e alguns instantes em seguida olha novamente para o mercante, respondendo:
-obrigado mas, Não é o que estamos procurando.
o mercante com medo de perder um cliente, apressadamente fala:
-espere um pouco! Te garanto que vou achar algo que te interesse.
enquanto o mercante se vira de costas, o pensamento vem na sua mente;
"Não é o que estamos procurando"
-espera! nós? nós quem? diz ele em seu pensamento, Enquanto se vira rapidamente. Apenas para perceber que o rapaz, não estava mais ali. Infelizmente ou felizmente para aquele mercante, ele nunca mais o veria novamente.
Esse homem com um corvo em seu ombro não parece ter um nome, mas se fosse para chamá-lo de algo, ele seria mais conhecido como:
"domador de corvos"
Depois de sua interação com o mercante, o homem misterioso, continuou sua caminhada pelas ruas movimentadas de Londrines. As pessoas ao seu redor continuavam suas vidas, alheias à presença enigmática entre eles. O corvo em seu ombro parecia inquieto, seus olhos brilhantes observando atentamente os arredores.
Gradualmente, as ruas começaram a se esvaziar à medida que ele se afastava do centro da cidade. As lojas coloridas e os vendedores ambulantes deram lugar a becos estreitos e sem movimento. Ele nunca tinha passado por ali antes, mas por alguma razão, sentia que era o lugar onde precisava estar naquele momento.
Um dos becos parece vazio, não há literalmente ninguém nele, exceto um homem alto e robusto que espanca um morador de rua qualquer, como diria a maioria. O morador de rua, mais conhecido por todos como Joseph, sempre esteve por ali. Sua mãe, uma prostituta que deu a luz para Joseph nas ruas daquela mesma cidade, abandonado por sua mãe, um pai que ele só conheceu porque era um cliente um tanto quanto frequente, entre as outras amarguras da vida problemática de Joseph. Agora ele se encontrava sendo espancado, simplesmente por pegar comida em uma lata de lixo na frente de um restaurante frequentado pelos ricos e poderosos. O agressor?! era filho do dono do tal restaurante. Nosso protagonista, esgueirando olhares observava tudo pela entrada do beco, sem ser notado, mas ele não iria interferir, Ele não tinha motivo para interferir. Por que? porque o corvo não chorou...
Em uma cena completamente brutal, e de causar indignação, o homem que vivia nas ruas desde sua infância, se via agora morto, após uma sessão de espancamentos violentos vindos de um homem odioso, que sairia impune, pois era um dos: "amigos ricos de um podre governo" somente agora, com o homem morto,e um silêncio tremendo naquele beco, mas o vento começava a soprar intensamente, o mesmo vento de quando você sabe que a chuva virá.
Em meio a tudo isso, uma lágrima cai dos ombros de alguém, pois o corvo, o corvo finalmente, chorou. O agressor, que acabava de se distanciar alguns passos daquele beco sem testemunhas, com os mesmos sapatos que ele chutou o pobre rapaz, os esfregava no chão, em uma tentativa de limpá-los. em sua distração momentânea, um homem de olhar bem intimidador, uma capa preta, envolto por suas vestimentas de elegância, aparecia nas costas daquele homem. Falando com uma voz calma e serena, um tom de curiosidade ironica:
-Você sabe o que você fez?!
O homem assustado se vira, perguntando quem era aquele homem, ao mesmo tempo que em sua mente, vinha a ideia de que aquele homem sabia de tudo, de tudo que tinha acontecido, embora ele não tivesse provas.
Então o que restava era matar aquele jovem ali mesmo, da mesma forma que ele fez com Joseph.
Ele avança em direção ao jovem, que por algum motivo, se desfaz em sua frente, apenas para reaparecer nas suas costas. Com aquele olhar que não transmitia ódio, não transmitia dor, não transmitia nada, um olhar vazio. E a mesma pergunta é feita:
-Você sabe o que fez, não sabe?!
O homem amedrontado, ao mesmo tempo quase que em prantos de agonia ajoelhado no chão, com desespero em sua face, responde com uma voz misturada a um grande medo, e gagueja:
-o que e... eu fiz? é sobre aquele homem??? ele... ele não tinha o direito de fazer aquilo.
O jovem com um corvo em seu ombro direito, olha fixamente nos olhos dele, enquanto estende seus braços para os corvos que sem explicação apareciam e pousavam sobre eles. Dizendo uma pequena frase, mas objetiva:
- O que você verdadeiramente fez, foi... O Corvo chorar."
A cena se escurece como quando alguém fecha as pálpebras de seus olhos, não vemos mais nada, apenas ouvimos gritos, um ranger de agonia e dor insuportável, podendo apenas supor o que está acontecendo ali.
A cena retorna alguns minutos depois, e o corvo que estava em seu ombro agora voava em liberdade. Vemos o domador de corvos indo embora, o vendo pelas suas costas , enquanto a imagem vai se tornando cada vez mais borrada, e perdendo sua nitidez quanto mais longe ele fica, até desaparecer completamente.
Exatas Duas horas depois, quase chegando o pôr do sol, duas jovens prostitutas passavam por aquele beco, um caminho comum para ladrões, prostitutas e moradores de rua passarem. Uma murmurava para sua acompanhante:
-Você sabe o quanto eu não gosto desse atalho! nesse beco nunca vejo sequer uma alma viva.
Ao Caminhar um pouco, elas veem um homem caido e ensanguentado. Elas olham para o corpo de Joseph, que há algumas horas havia sido morto de forma brutal, para tristeza de Joseph, elas espantadas não pensaram duas vezes, e seguiram o mais rápido que puderam em direção ao fim daquele beco. Ignorando seu corpo, apenas para encontrar outro corpo mais a frente. Uma delas estava quase em estado de pânico sem entender o que havia acontecido ali, enquanto a outra, dirigindo a palavra para a acompanhante dizia:
-Julianne! anda logo! vamos sair daqui. Credo que coisa horrível! esse homem teve seus...
(dizia ela quase vomitando quando se referia ao corpo do agressor) sem conseguir terminar sua frase, elas vão embora pelo fim daquele beco o mais rápido possível. Por falar nisso, se ela tivesse sido capaz de terminar sua frase que seria mais ou menos a seguinte: "esse homem teve seus... Seus olhos arrancados"
Talvez isso tivesse algo a ver com o jovem domador de corvos que também esteve naquele beco, mas um fato curioso sobre os corvos seria (Os corvos costumam ser animais necrófagos, então aqueles olhos não seriam um acaso.)...
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The crows who cry
Mystery / ThrillerEm meados do século XVIII, Um homem vaga, se vingando pela dor daqueles que involuntariamente fizeram o pacto, simbolizado pelos corvos e mistérios que o rodeiam. A cada vingança realizada, um corvo é liberto.