De um cruzeiro que foi interrompido as pressas, para um tribunal que julgava um homem acusado de estupro, o que ouviamos agora era: "Senhoras e senhores do júri, após uma análise cuidadosa das evidências apresentadas e considerando os testemunhos de especialistas em saúde mental, chegamos à conclusão de que o réu é mentalmente insano. Este tribunal reconhece que a doença mental do réu o impede de compreender plenamente a natureza e as consequências de suas ações. No entanto, isso não diminui a gravidade do crime cometido. O ato de estupro é um crime hediondo que causa danos irreparáveis à vítima.Portanto, é a decisão deste tribunal que o réu seja internado em uma instituição de saúde mental para tratamento. Ele permanecerá sob custódia e receberá tratamento até que seja considerado não mais uma ameaça à sociedade.Esta decisão não é tomada de ânimo leve. É o resultado de um processo judicial rigoroso e da aplicação da lei. Nossa prioridade é garantir a segurança da comunidade e o bem-estar do réu.Que a justiça seja feita." - eram as palavras que definiam a sentença decretada naquele grande tribunal.
Após a tão esperada sentença, aquele homem que se via agora algemado diante de uma grande audiência, que em sua maioria demonstrava indignação, como ele poderia ser considerado apenas um homem insano, em suas mentes, seus atos eram suficientes para um breve passeio na forca. Ele, que trêmulo e com medo, por causa da raiva que o júri transmitia, apenas assistia à situação. Sendo agora erguido pelos seus braços, por dois policiais, que o guiavam agora para fora daquele local, onde víamos pessoas saindo pelas portas, algumas indignadas com a situação, outras indiferentes, além de um pai desolado que ansiava por justiça. Até que vemos o local vazio, após a saída de todos. Ali foi julgado, aquilo que seria designado, um monstro entre os homens. A garota que teve sua vida destruída por aquele homem, se encontrava agora na tentativa de superar um trauma, de algo que não conseguiria apagar de sua história, mas que infelizmente teria que aprender a lidar, para poder viver. Enquanto o julgamento fora decretado, o dia se passou, tendo sido ocupado pelos procedimentos de transporte, e alojamento do réu, coisas que não presenciamos, mas sabiamos que tinham acontecido, enquanto o dia passava em uma velocidade extrema, trazia também uma rápida mudança de cena , onde uma janela escura era vista, já sendo noite naquele lugar, o homem "insano" parece estar anexado à uma cama, não por vontade própria, fato que pode ser comprovado por sua impaciência, ele que se contorce várias vezes, tentando se soltar das amarras que o seguravam, esperando por um exame clínico, que tardava em chegar, enquanto ele age com sua teimosia pura, um pássaro que parece pousar em sua janela, com um som quase como um susurro, grunhe, o que faz o homem revirar seu rosto instintivamente para ver o que era, Quando ele percebeu um corvo do lado de fora de sua janela, ele ignora o corvo em sua primeira reação, até escutar um ruído, algo sendo arranhado em um som que ia até o fundo de seus tímpanos. Quando ele olhava novamente para a janela, aquele corvo parecia tentar entrar em seu quarto, arranhando seu vidro com suas pequenas unhas. Aquele homem estava assustado, ele sentia que a presença do corvo era algo mais, ele estava com medo ao mesmo tempo que sua cabeça não compreendia a ação do corvo, que com um olhar profundo, "um olhar que não transmitia nada, seus olhos fixos no homem. À medida que o homem olhava para o corvo, seus olhos pareciam mudar. Primeiro, eles se tornaram mais humanos, depois, lentamente, assumiram a aparência de um jovem de cabelos loiros. A transformação foi tão sutil que o homem não percebeu até que o rosto do jovem estava completamente formado. Amedrontado ele fechava seus olhos rapidamente, e os abria em seguida, Não havia mais nada lá. Ele pensou ter uma alucinação.Ele deitava seu pescoço novamente, e com um certo receio em sua mente depois do que viu parecer tão real e vívido, ele decide que é melhor tentar adormecer e esquecer o que sua mente tentava mostrá-lo. Ele fecha seus olhos, em uma tentativa de pegar no sono. Em questão de segundos, um vulto pode ser visto caminhando, indo na direção do homem, de forma tão silenciosa, que não é possível ser percebido. O homem que sente algo sobre seu peito, no instante abre seus olhos, apenas para se assustar com um corvo olhando diretamente para si. Corvo que solta um grunhido alto enquanto abre seu bico de forma a assustá-lo. A cena se congela, ela se escurece aos poucos. Não vemos nada, o que pode ter acontecido naquele quarto? Só iria ser descoberto pelos enfermeiros daquele manicômio, que encontrariam o homem em estado mórbido, alguns minutos depois. O homem que havia sido encontrado morto em sua cama, uma posição que indicava suicídio por asfixia, de forma que os funcionários se questionavam como ele havia desatado suas mãos, sendo que ele foi amarrado com vários nós, até que sua supervisora voltasse. Eles apenas não tinham a ideia, que aquele homem não cometeu suicídio por sua vontade, porém foi forçado a cometê-lo. Algumas horas depois que a policia chega no local e faz sua perícia , sendo chamada pelo alvoroço dos enfermeiros. Na manhã seguinte, podemos ver uma carta sobre uma mesa, que parecia ser dirigida a alguém em uma cidade um pouco
distante ao sul dali. A carta que era endereçada para "Sr. Connors, 5° Quartel policial de Londrine." Homem que tinha mais intimidade com os casos de mesma semelhança. A carta dizia:"Caro Oficial e investigador forense Connors, Nós do departamento de polícia da cidade de "Blucastle", temos aqui a expedição de um informado de assassinato, um homem identificado, como Lucah Steven. Há poucos dias sentenciado, e atribuído como mentalmente insano, foi encontrado morto em seu quarto por volta das 23:00 da noite de 15 de julho deste mesmo mês, supostamente suicídio por auto asfixia. Devemos também alertar que quando chegamos ao local, o cadáver não possuía suas órbitas oculares, e tinha suas intimidades perfuradas, cena horrenda. Acontecimento que os funcionários do local negaram ter notado quando o encontraram morto. Apesar desta incoerência de fatos, o estranho caso segue sem solução. Agradecimentos pela vossa atenção! (Primeiro oficial sargento Collins. 23° departamento policial de Blucastle)" A carta que seria enviada, continha fatos curiosos, mas nada que levasse os investigadores adiante, pois aqueles casos aparentemente sem solução, não deixavam para trás nenhuma pista evidente. Enquanto na janela daquele mesmo departamento policial, um Corvo que do lado de fora espreitava, Levanta voo, rumo a liberdade...
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The crows who cry
Mystery / ThrillerEm meados do século XVIII, Um homem vaga, se vingando pela dor daqueles que involuntariamente fizeram o pacto, simbolizado pelos corvos e mistérios que o rodeiam. A cada vingança realizada, um corvo é liberto.