A verdadeira justiça

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O choro de um garoto, a preocupação de uma mãe, o corpo de um homem inocente que agora estava sobre o chão daquela praça, uma multidão que se dissipou, e 7 agressores, todos elementos que com certeza vão ficar em nossas memórias, principalmente aqueles 7 homens, que já tinham ido embora, satisfeitos com a justiça que haviam feito, pelo menos em seus conceitos perturbados de justiça. Cada um agora indo para seus separados destinos, enquanto a imagem que tínhamos daquela praça, se tornava escura, anunciando que as horas haviam se passado, e já era noite. A praça agora se encontrava quase vazia. Com o raro passar de pessoas por ali naquele momento, sem contar aquele homem, que observando o luar, estava sentado na praça. Agora ele se levantando, caminhava em direção a um estabelecimento, mais para uma pequena casa de apostas com dados, ele ao entrar já se deparava com as mesas de apostas, porém mais ao fundo daquele lugar, 3 amigos sentavam e gargalhavam, eles riam um com o outro:

- Isso que é uma comemoração de verdade! Nada mais merecido depois de tirar um pedófilo do mundo.

Dizia um dos 3 com orgulho

- Então para completar nossa noite de comemoração, lance esses dados!

Falava outro empolgado.

Aqueles 3, eram 3 dos 7 homens que julgaram um ser humano, usando seu próprio juízo. Daqueles 7, os 3 eram os únicos a ter uma ligação entre si, visto que já se conheciam.

Aquele homem que da porta os observava, era importunado pelo segurança do local:

- Para entrar preciso revistá-lo.

- Não será necessário.

Respondia aquele homem para o segurança

•Como assim não será necessário?

-Eles jogaram os dados, porém não creio que tenham sorte hoje.

Enquanto se virando, aquele homem saia do estabelecimento. Na mente do segurança, ele não havia dito nada que fizesse algum sentido, e se tratava apenas de mais um doido qualquer.

Ao mesmo tempo desses acontecimentos, no fundo daquela casa de apostas se ouvia um grito de felicidade:

-Isso ai!!! Eu falei que a sorte estava com a gente!

Enquanto o amigo ao seu lado ouvindo suas palavras comentava:

- Eu não estava confiando, haha, porém agora sempre que viermos aqui, você joga os dados pra gente. Olha, eu não queria acabar com a alegria, mas vou ao banheiro e na volta irei para casa, minha mulher já deve estar maluca.

- Eu também já estou indo embora

Dizia outro dos amigos, que se levantava da mesa seguindo seu parceiro.

O último que na mesa ficou, apenas recolhia a quantia de dinheiro e aguardava os outros, para dividir a grana de cada um. Foi assim que ele ficou, por pelo menos 5 minutos, até perder a paciência e resolver ir até o banheiro, no caminho sendo interrompido por um homem que voltava correndo as pressas do banheiro:

- Homens mortos!!! Dois homens mortos no banheiro!!!

Gritava ele, enquanto o segurança aparecia para intervir, as pessoas ficavam agitadas e tentavam entender o que repentinamente aconteceu, tudo isso enquanto aquele homem acompanhava o segurança até os sanitários, somente para se deparar, com seus dois parceiros, que agora jorravam o sangue que havia dentro de si, esvaindo suas vidas, a expressão de espanto daquele homem sem palavras, não sabia o que tinha acontecido, ele nem sequer sabia que, ele era o próximo....

Um olhar de espanto, era o fim daquela imagem que tinhamos em nossa cabeça, que nos mostrava agora a figura do domador, na estrada, ele caminhava tranquilamente, 3 homens mortos marcavam o número de suas vinganças já realizadas, enquanto ele caminhava, rumo ao quarto homem, que morava sozinho próximo dali, enquanto caminhava, ele sentia o vento que batendo em sua face, fazia seus fios loiros balançarem, ele continuava andando, saindo daquela zona comercial, ao caminhar por algumas vielas e ruas, ele passava por uma rua sem saída, parando na porta de uma casa, um lampião iluminava a parte externa, quase se apagando, enquanto o domador observava pela janela daquele lugar, aquele homem estava prestes a fazer seu jantar, que ele não teria sequer a chance de experimentar, com o aumento de nosso campo de visão da, era possível ver o homem saindo daquela cozinha, onde deixava sua panela preparando feijões, e indo rumo ao seu quarto, olhando por aquela janela, o domador observava e ficava em silêncio, somente para vermos a porta daquele quarto se fechar, e gritos de socorro e tentativas de sobrevivência passarem por através daquela porta como se a fizessem tremer. Enquanto o domador se preparando para partir, apenas falava:

- Um bom trabalho, meus amigos.

Saindo agora com as mãos em seus bolsos, no mesmo caminho pelo qual entrou naquela avenida sem saída, ele agora ia atrás dos outros 3 que tinham em suas contas de vida, um débito a ser pago. Um carpinteiro, um vendedor de relógios, e um obreiro. Andando com passos curtos, apenas aproveitando a lua minguante que aquela noite lhe proporcionava. Repentinamente duas portas vizinhas da casa daquele homem, se abriam, pessoas curiosas saiam para ver o que tinha acontecido. Para nossa surpresa, o domador não estava mais ali.

Enquanto tudo isso ocorria, com o trocar lento de cena, agora conseguimos claramente vislumbrar da pequena casa de apostas, com o local agora fechado, e cercado de pessoas, que aguardavam os policiais locais, que se deparariam com outra cena sem conclusão, sem pé, sem cabeça. A morte misteriosa de 3 homens. O conhecimento e razão do que ali aconteceu, e sobre o outro homem que acabara de ser executado, apenas nós, e o domador, temos noção.

The crows who cryOnde histórias criam vida. Descubra agora