Mais um canhão disparava, dessa vez, o canhão pertencia aos homens da marinha que após terem a pólvora em mãos, respondiam com aquele disparo. Os inimigos eram notados sobre sua embarcação, saqueadores. O imediato olhava para aquela embarcação com olhos profundos e arregalados, divagando o motivo do ataque. Para atacarem uma embarcação que em sua estrutura, já indicava ser da marinha, eles provavelmente sabiam o número de homens que a embarcação possuía. Talvez assumindo, pelo número de homens que estavam presentes no convés naquele momento. Recuperando sua postura, Lauliet, que se mantinha a uma certa distância, já com as mãos em uma espada que tinha em sua bainha, ainda ordenava seus homens. O navio inimigo se aproximava cada vez mais. Alguns dos saqueadores que tentavam adentrar naquele barco eram recebidos com armas engasgando em pólvora. Sendo impedidos de entrar naquele navio, a embarcação toda estremecia. Os homens estavam agitados e sem descanso. Dois homens caiam no chão. Um deles já caía sem vida, era ferido mortalmente em sua cabeça. O outro, que tinha seu braço atingido, simplesmente era inutilizado nesta batalha. Mas as perdas não ocorriam apenas deste lado. Os saqueadores também tiveram três dos que tentavam pular naquele barco, perfurados como uma peneira. Eles haviam assumido errado. Aqueles dez homens eram o suficiente para pará-los. Eles continuavam disparando enquanto guiavam seu barco para o outro lado o mais rápido que podiam. Enquanto isso, o Imediato olhava fixamente para o capitão daquele bando de saqueadores. No olhar do imediato, víamos uma certa raiva. Apenas vendo aquele olhar, nossa mente já dizia o que se passava na cabeça de Lauliet:
"Eu ainda vou te pegar miserável!"
O barco de saqueadores ia embora, desistindo daquele confronto que parecia não trazer benefício algum agora. Enquanto os homens da marinha continuavam a atirar. Aquele barco se afastava lentamente, tentando recuar daquele campo, onde eles mesmos iniciaram, algo que não conseguiram ganhar. O imediato ordenava aos homens que cessassem fogo e checassem os danos daquele navio. Após a verificação ser feita por seus homens conforme o tempo passava, não encontraram danos significativos, para suas sortes. Eles não tinham homens suficientes para uma perseguição e já tinham o suficiente de batalhas inúteis naquele dia. Seu único objetivo era chegar até aquela ilha, nada mais. Algumas horas se passavam. Víamos os homens jogando um corpo enrolado em uma manta branca no mar. Aquele corpo era jogado no profundo oceano. Os homens se lamentavam pela perda de um de seus companheiros. Enquanto víamos o Imediato Lauliet saindo daquele convés e entrando na parte interior do navio, descendo as escadas, ele passava por alguns marinheiros conversando sobre o que há pouco aconteceu e lamentando a morte de um de seus amigos. Seguindo mais à frente, sentado e encostado na parede daquele andar, um homem com um braço atado e imobilizado. Aquele que tinha acabado de ser tratado por um de seus paramédicos. Aquela tripulação possuía apenas dois deles. Um dos paramédicos, infelizmente, estava agora morto. O outro ainda tratava e acalmava aquele homem, que parecia nervoso. Lauliet se dirigia até seu quarto especial novamente. Ele ao entrar se assentava em sua cama, trazendo seu pequeno armário para perto de si. Ele colocava um pedaço de papel sobre ele e começava a escrever. Ele escrevia todos os acontecimentos daquela viagem, anotando cada acontecimento de forma detalhada, anotando conforme suas memórias vinham, o auxiliando na descrição de tais fatos. No meio daqueles preocupantes acontecimentos, uma voz novamente passeava dentro da mente de Lauliet Dortmund:
"Quando você voltar, me traga um presente do mar como sempre faz."
Em sua memória, sua mulher, com um sorriso no rosto, dizia tal frase. Ele chacoalhava brevemente sua cabeça para os lados, como forma de tentar focar naquilo que para ele, seria mais importante no momento, seus deveres como oficial da marinha. Após ter a carta anotada, ele a guardava dentro de seu armário, que seria bem armazenada até sua chegada naquela pequena ilha. Ao mesmo tempo que tínhamos a visão da mão de Lauliet despejando aquela carta dentro daquela gaveta, nossa visão que estremecia levemente, como se tivessemos náuseas, trocava nosso cenário, nos levando diretamente para o galpão de armazenamento do navio. Ali estava quem há 4 dias aguardava, agora podendo ser visto por nós. Dando atenção para o corvo que em seu ombro estava, como forma de consolação. Não demoraria muito tempo enquanto aquele homem acariciava seu corvo com mãos gentis, a cena que focando no dois, se desfazia, pois outro salto temporal lentamente nos seria mostrado. Na forma de um barco que se aproximava cada vez mais de uma ilha, de forma tranquila pelas águas, quando escutamos a voz que anunciava:
"Senhor! A ilha pode ser avistada!"
Enquanto de um quarto, um homem que colocava suas vestes marítimas, se aprontava para subir e ver. Agora ajeitado e com seu uniforme, Lauliet Dortmund tomava a frente, se posicionando na parte frontal mais notável daquele navio, sendo visto pelas pessoas do porto naquela ilha. Aquilo que nos indicava, a chegada...
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The crows who cry
Mystery / ThrillerEm meados do século XVIII, Um homem vaga, se vingando pela dor daqueles que involuntariamente fizeram o pacto, simbolizado pelos corvos e mistérios que o rodeiam. A cada vingança realizada, um corvo é liberto.