Contrato amoroso selado pelo sangue

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"Bom dia, meu amor!"

Com seu falso jeito doce, a mulher acordava seu marido, que era despertado com formas de carinho sem nenhum sentimento real. Ele de forma recíproca devolvia, mas com sentimentos reais vindos de seu coração. Aquela encenação era observada. Cada falsidade demonstrada era observada pelo corvo, que da janela daqueles dois vigiava. Após a encenação da esposa, o casal se dirigia à cozinha para o café da manhã. Onde a esposa começava a prepará-lo, tendo mesma conversa entre seu homem, que teve no dia anterior. Ela o incentivava, com aquele doce e esbelto sorriso, que escondia os planos perversos de uma maligna mulher. Os dois tomavam seus cafés, da forma que aquele casal já estava acostumado. Terminado o café, a mulher se despedia de seu marido. Incentivado e alegre, iria agora para seu emprego. Conforme ele caminhava, a mulher em sua vida, com um malicioso sorriso, se despedia pelas suas costas. Aquele olhar, o olhar daquela mulher, era afiado como o de uma víbora, condizendo com seus mais profundos desejos. Já pondo em prática algo que não conseguíamos descobrir, ainda não. A imagem que focava em sua expressão de perversidade lentamente entrava em transição. Em seguida, a cena mudava para mostrar um corvo levantando voo, sobrevoando um homem alegre que ia para o trabalho, carregando sua bolsa e acreditando que tinha a melhor mulher do mundo. Caminhava bastante, até chegar em um banco daquele pequeno bairro. Onde retirava algumas ferramentas de sua bolsa, seu martelo, pregos. Algumas poucas pessoas eram atendidas naquele momento, embora isso não interferisse em seu trabalho. Ele não trabalhava naquele banco, mas foi contratado para consertar algo naquele lugar. Aquele homem não tinha um emprego fixo ainda, ele trabalhava em bicos para ajudar nas despesas de sua casa. Em sua mente, ele era retribuído, mas a verdadeira retribuição, ele logo receberia. Após horas quebrando sua cabeça para resolver os problemas daquele banco, ele completava seu serviço, saindo daquele banco, voltando pelo mesmo caminho do qual veio, exausto. Ele chegaria antes de sua esposa naquela casa, visto que quando ele chegasse, sua esposa também teria saído a trabalho. Ele fazia todo o percurso novamente, cansado de um dia de trabalho, mas alegre por ser capaz de fazê-lo. Após um tempo, ele chegava em sua casa novamente. Sua casa que ficava de uma certa forma distante da única trilha que chegaria à parte movimentada da cidade, sabendo que o domador pegou um atalho que a minoria se atreveria a pegar, encurtando seu caminho por dentre uma mata realmente muito alta e árvores densas. Aquele homem abria sua porta com um suspiro de cansaço. Pronto para descansar, ele teria seu descanso, infelizmente não da forma que queria ao encostar suas mãos sobre a porta, ele não notava, repentinamente sentia uma dor aguda em seu peito, ao mesmo momento que um som de disparo entrava por seus tímpanos, ele acabava de tomar um tiro, caindo no chão em sua dor. ele conseguiu apenas virar seu corpo um pouco antes de cair, apenas para ter em sua vista, um homem que com metade do seu rosto tampado, apontava uma arma para o inocente trabalhador, no momento tendo sua voz com interrupções e irregular devido ao momento e a dor que sentia, perguntava:

"Mas... Por quê?"

Enquanto o assassino em silêncio, apenas observava aquele homem caído no chão, ele sabia que aquele homem ia morrer, por isso ele apenas se virava. Ele acabava de cumprir aquilo que foi contratado para fazer. Ao som de passos no jardim daquela casa, o homem ia embora, deixando para trás algo que sem provas, não o traria problemas.

O homem caído no chão sentia uma dor aguda e soltava leves ruídos de quem tenta suportar a agonia, enquanto se desculpava, por sua esposa, por não poder dar para ela uma vida melhor. Era o que diza em sua estupidez em amor a uma mulher que não o amava realmente. Ele sentia ódio por aquele homem que contra ele disparou, enquanto com o tempo, a sua perda de sangue, garantia uma lágrima de tristeza e o selamento de um pacto.

Aquele homem que agora infelizmente se encontrava morto, sentia ódio pelo seu assassino, tendo seu pacto após sua morte, mas sua vingança que estava para ser realizada,
Não seria direcionada apenas contra aquele homem. Pois não é assim que o pacto do corvo funciona, pois o pacto não se direciona apenas à pessoa que você quer se vingar, ele se direciona às raízes do seu desejo, que mesmo que você não saiba, existem, acabando com a raiz e com os demais desejos através dela gerados. Em uma breve explicação, não apenas aquele assassino receberia o peso da vingança, mas também a linda mulher, que com o coração daquele homem, brincou...

A cena que havia sido cortada, retornava momentos mais tarde, com uma mulher que chorava em cima de um corpo, era o corpo de seu marido. Ela que recebia a ajuda de três vizinhos moradores de uma pequena distância dali, haviam chegado tarde demais, um destes tinha há alguns minutos saído a cavalo em busca de socorro. A mulher fingia com sua mente falsa, em uma atuação que as pessoas sentiam pena, acreditando em sua dor interna. E os vizinhos que ali estavam, davam apoio para aquela perfeita atriz. Até que um dos homens que chegava a cavalo, trazia consigo o socorro para aquele homem, infelizmente já morto. Levando o homem até o veículo médico que trouxeram, eles carregavam o homem, dando a volta por uma longa trilha. O homem já não tinha mais vida, porém, sua autópsia seria necessária para investigação. Enquanto a mulher que se despedia dos seus vizinhos agradecendo pela ajuda, pedia um tempo, entrando em sua casa. Enquanto mudava sua expressão triste para um sorriso. Que se não soubéssemos já de início sobre sua personalidade, sentiríamos uma reviravolta. A mulher agora sentia uma euforia bem grande, sua euforia era tanta que ela não percebia que atraía olhares em sua casa, que agora estava escura sendo iluminada apenas por uma vela. Quando aquela mulher começava a acender uma outra vela, com o objetivo de clarear mais o lugar, suas mãos eram vistas em um vagaroso movimento enquanto acendia a vela, sendo surpreendida ao acender, sendo surpreendida pelas sombras que sobre o teto de sua casa estavam, pousados sobre as madeiras como se fossem morcegos, vários olhares a observavam, eram uma grande quantidade. A mulher sentia medo repentinamente, mas ela sentiria mais ao perceber que o tempo que ela olhava para o teto, era o suficiente para ela levar um tremendo susto ao olhar novamente para a mesa onde acendia a vela. Sentado na cadeira onde seu marido estaria naquele momento, umm homem com cabelos longos era iluminado por através daquela vela, não o via completamente pela falta de claridade, mas via o suficiente para sair daquela casa gritando. Ela abria as portas e iniciava uma grande fuga, ela corria o máximo que podia, desesperada. Os vizinhos que já estavam a uma boa distância em seus cavalos não mais a ouviam, ela fugia o máximo que podia, ela tentava entrar no meio daquelas árvores, saindo da trilha, corria pela mata densa, querendo despistar aquele que ela não sabia quem era, mas sabia que estava atrás dela. Em sua desesperada fuga, seu vestido era agarrado e preso em um galho, a impedindo de continuar. Ela tentava rasgar o vestido com agilidade, não tendo sucesso a tempo. Ela apenas olhava para trás, com olhos arregalados nos fornecia uma expressão de espanto e medo, a última coisa que vimos. Sem ter mais visão de nada que ali acontecia, tínhamos apenas a certeza, a vingança seria absoluta, após acabar com a raiz, acabaria também com os frutos. Sendo assim, mesmo que não pudéssemos acompanhar, tínhamos em mente, o que aquele assassino de aluguel teria de recompensa...

The crows who cryOnde histórias criam vida. Descubra agora