Veneno embrulhado para presente

4 4 0
                                    

O estado de Lustershire não seria o mesmo com tantas coisas estranhas acontecendo ao mesmo tempo. Primeiro, a morte misteriosa do comerciante, com a possibilidade de uma união das máfias menores terem acabado com seu legado. Então Bryan Lester, agora um orfanato? Entre os outros não citados. Todos esses acontecimentos estavam sendo escritos em uma carta. A pessoa que a escrevia não nos era mostrada, porém podíamos ver o movimento ligeiro de suas mãos escrevendo tais fatos. Essa pessoa não sabia, mas antes que aquela carta fosse enviada para quem quer que fosse, ela teria mais coisas a serem descritas e detalhadas nela, porque próximo dali, após sua recente passagem em um abrigo infantil, um homem cortava caminho por dentre as árvores. Ele não tinha pressa, mas algo que estranhávamos era sua falta de interesse em usar de sua habilidade antes vista. Ele parecia preferir caminhar por aquelas árvores, calmamente, cortando caminho por um atalho, guiado pelo instinto de um corvo que sentia algo. Enquanto aquele homem seguia seu caminho, ele parava para ver o lindo campo de flores que, após andar o suficiente e sair de dentro das árvores, ele podia vislumbrar. Aquilo pertencia a um casebre que ele podia notar. Uma casa simples porém bem estruturada, em sua janela havia um jarro com flores para decoração. O domador só estava ali porque o corvo sentiu que deveria estar. Afinal, se ele voltasse pelo mesmo caminho, não iria encontrar nada além da cidade onde Bryan Lester faleceu. Dentro da casa, alguém conversava. Pois quando nossa visão era trocada para o interior da casa, conseguíamos ver bem uma mulher extremamente bonita, com seu marido, conversava. Bem vestida e decorada por suas bijuterias, sua condição financeira era média, mas ela amava aqueles adornos. Ela fitava seu parceiro com um olhar fixo e atenção em excesso, o tratando como qualquer homem quer ser tratado por sua esposa. Enquanto assentados na mesa, os dois conversavam entre si:

-Meu bem, você sabe que vamos passar por isso juntos. Você vai sim conseguir um emprego melhor.

acalmando o homem que ao lado de sua vida caminhava, ele que estava no momento preocupado. Embora ela o ajudasse como uma atendente de bar, ele só queria um emprego melhor para que ela não tivesse que continuar naquele lugar, cheio de homens perversos e promíscuos, em sua percepção.

A imagem que ele tinha de sua esposa era de uma digna mulher, seu anjo da guarda, e isso foi o que ela sempre demonstrou nesses 2 anos que eles têm de casados. após aquela conversa, o marido se levantava indo se aprontar para seu trabalho. Enquanto ele que ao seu quarto se dirigia, não via que aquele sorriso doce e meigo que sua mulher o demonstrou quando o dava atenção naquela mesa, se tornava lentamente o mesmo sorriso, porém com traços de perversidade em sua essência conforme ele se distanciava.

Trajado e pronto, ele saía após dar um beijo em sua esposa. abrindo a porta, se afastava da casa, sendo observado por olhos que escondidos no meio daquelas árvores, após a conclusão da cena, se viravam e iam embora.

Havia algo naquela mulher que ela não dizia ao seu marido, Sua perversidade inerente ao seu coração. Os únicos que sentiam algo diferente naquela mulher eram o corvo e o domador. Este. Que após ir embora, decide que continuará observando aquele lugar, pois pressentia que sua presença ainda seria requisitada naquele lugar.

Víamos as horas que passavam enquanto a mulher que ali dentro se encontrava também se aprontava. Ela se arrumava para sair e ir trabalhar. Conforme o tempo passava, ela era vista saindo pelas portas daquela casa, pronta para mais um dia de trabalho. Nada fora do normal, pelo menos até agora. Enquanto ela caminhava, a imagem nos transportava para a porta de um bar, onde ao entrar, um homem limpava suas botas pretas. Aquele homem atraía a atenção de todos naquele bar, tanto por sua aparência quanto por suas vestimentas chamativas. Ele apenas queria se assentar, e foi o que fez assim que encontrou a melhor mesa para ele, no fundo daquele bar. Sendo atendido pelo dono do local, que chegava o atendendo com toda educação, assumindo que pelo estilo peculiar, aquele não era um cliente qualquer:

-Boa noite jovem. Sinta-se em casa. Gostaria de alguma bebida?

Temos o melhor vinho dessa cidade.

Não, obrigado. O que eu estou esperando ainda vai chegar.

Dizia ele com seu tom tranquilo, mas firme.

Oh, entendo. Aproveite de qualquer forma, e se precisar, é só me chamar.

Enquanto sentado naquela mesa, olhando fixamente para a porta, o domador podia ver a porta se abrir, com a entrada de uma mulher, a mesma que tivemos a chance de ver mais cedo. Ela entrando passava por todo salão, até entrar na ala dos funcionários, onde se arrumando, retornava para exercer seu trabalho. pronta e já em serviço, assim foi por algumas horas que passaram em nossos olhares em cenas de suas comunicações e atendimentos aos clientes. Até que o fechamento do bar e o início da madrugada era chegado. Todos começavam a sair. O domador, por sua falta de pressa, se levantava calmamente e só após a saída de todos, era sua vez. Ao sair por aquela porta, ele caminhava e só parava quando já estava do outro lado da rua. Uma rua parada onde apenas um bar e alguns poucos estabelecimentos, todos fechados, residiam. Ele parecia esperar por algo. Sua espera tinha resposta. Quando o expediente de meio período daquela mulher acabou, e ela saiu pelas portas daquele lugar, ela caminhou por aquelas ruas, na mesma direção que veio, sendo agora seguida por uma figura de mistério completo. Mas um fato era curioso, ela desviou seu caminho. Aquele não era exatamente o caminho pelo qual veio, e foi naquele desvio, pegando uma rua diferente, que ela indo aos fundos de outro estabelecimento se encontrava com um homem de porte alto. Aquele homem a pegava nos braços. Dava para assumir que pela intimidade ali mostrada, aqueles dois eram bons amantes. Sendo observados de longe, eles entre si dialogavam. Entre as palavras soltas na conversa, apenas um trecho importante era solto para nossos ouvidos:

-Sim, e eu já planejei tudo. Ele vai dar cabo daquele inútil para nós. Quando tudo for resolvido, podemos viver juntos. Você sabe disso.

A pessoa que a observava se virava para ir embora, não se interessando pelo restante do diálogo que prosseguia. Nos dando a imagem final do domador caminhando e apenas pensando sobre todas as coisas que ele viu e ouviu ali acontecer.

The crows who cryOnde histórias criam vida. Descubra agora