A curandeira

4 4 0
                                    

Um nascer do sol reluzente iluminava algumas colinas rochosas, bem distante das áreas comerciais e urbanizadas. Uma cabana no meio das árvores, conforme a imagem chegando mais perto, nos mostra dentro daquela casa, uma jovem e realmente atraente mulher que preparando um chá com ervas medicinais, gasta algumas horas enquanto também cuida dos afazeres domésticos, o despejava em uma pequena vasilha, e o levava para uma idosa que estava acamada em sua casa. Aquela era sua querida avó, avó da jovem curandeira que se chamava Yuè, algo que fazia total sentido, até mesmo pelo apreço que a garota desde pequena tinha com as flores e ervas. Sempre cuidadosa, tratando sua doente avó e outros que necessitavam de sua ajuda, pessoas que vinham de vários lugares, subiam aquela pequena colina irregular para se encontrar com a jovem curandeira.

Porém, infelizmente, pessoas de má índole fofocavam mentiras, soltando ao vento falácias sobre bruxarias e pactos, pois algumas das curas e tratamentos que realizava não tinham explicação lógica na mente néscia que tinham. A imagem parecia mudar, lentamente formando duas botas de cor negra em movimento contínuo, saindo das áreas urbanas da cidade, após uma madrugada um tanto quanto "agitada", deixando para trás atos que seriam descobertos mais tarde. Porém, apenas para espantar e confundir os residentes daquele lugar. O homem continuava andando. Agora ele tinha uma trilha para seguir, tendo como destino a cabana de uma curandeira que ficava um pouco distante dali. O corvo em seu ombro começava a se inquietar, nos dando sinais de que algo naquela cabana o atraía.

Enquanto com o voltar da imagem para a cabana, a mulher que dava chá para sua avó dizia:
-Aqui está, a senhora deve melhorar logo. Eu colhi as melhores ervas que encontrei em nosso jardim.

-Obrigado, minha filha. Você tem sido muito atenciosa e cuidadosa. Eu sempre me orgulhei de você.

Enquanto o diálogo era interrompido por batidas na porta, a jovem automaticamente olhava para a mesma direção de onde as interrupções se originavam, se levantando e indo até lá, perguntando sobre quem batia, obtendo sua resolução da voz que parecia ser de um homem:

-Viemos apenas para sermos consultados. Nos disseram que você nos ajudaria.

A garota, que após ouvir isso encostava suas mãos na maçaneta da porta, a girando levemente, apenas para ter a porta empurrada, a fazendo cair sentada no chão, enquanto um dos três homens em sua porta falava:

-Então é aqui mesmo, o covil onde ela faz suas bruxarias. Ouvi dizer que você andou fazendo algum tipo de veneno mocinha, e sobre a indefesa senhora que mantém em sua casa?.
Enquanto a garota confusa os respondia:

-Veneno?! Eu tenho tomado conta da minha avó, que está doente há um bom tempo, e tudo o que faço são remédios vindos das plantas.

-Não sou muito de aceitar desculpas. Você se tornou um assunto repercutido na cidade, e o fato de você envenenar as pessoas está apenas se espalhando.

Falava aquele homem, que tinha sua estupidez estampada na cara, vista pela expressão de certeza do que dizia.
Enquanto a jovem apenas pensava e chegava à conclusão de que algum paciente não satisfeito era o único tipo de pessoa que contaria aquele tipo de mentira, enquanto ela ouvia a sentença daqueles três homens se direcionar a ela:

-Você é uma gracinha de beleza, por isso, resolvemos te dar uma chance, jovenzinha. Vamos te dar tempo para sumir com as provas de seus atos, porém voltaremos amanhã, e se encontrarmos algum dos seus venenos ou poções de bruxaria, destruiremos qualquer resquício e avisaremos todo mundo. Agradeça por nós três nos oferecermos para vir averiguar, ou você teria várias pessoas indignadas na sua porta agora.

Ele se virando ia embora, fechando a porta, e chamando seus dois acompanhantes. Eles desciam aquele pequeno relevo de terra irregular, caminhando com cuidado. Porém, enquanto desciam, eles notavam um homem vestido todo em preto se aproximando. Ele caminhava tranquilamente e eles continuavam descendo, enquanto o homem subia. Nesse ritmo contínuo, eles acabaram se encontrando, enquanto um dos três homens, o mesmo que advertiu a jovem curandeira, Tomava a frente e o questionava:

-Ei, cara! Aonde você está indo?

O homem que do lado dos três passava, os ignorando de primeiro momento, agora virava seu rosto, apenas dizendo:

-Vai por mim, o que eu farei, você não está interessado em saber.

A reação dos três era de surpresa e indignação, o mais notável dos três voltava a falar:

-O que disse? Pois saiba que se você entrar na casa daquela brux...

Interrompido, repentinamente pelo corvo no ombro do domador, que se virava, o corvo se virando para trás, olhava para aquele homem, de forma curiosa.
O homem percebendo que de alguma forma se intimidou e se distraiu olhando para o olhar daquele corvo, apenas se virava, pronto para ir embora resmungando:

-Quer saber?! Faça o que quiser. A vida é sua afinal.

Enquanto os três continuavam descendo e se afastando, o domador continuava seus passos rumo à cabana, tranquilamente, chegando à porta da pequena casinha, ele batia na porta.

Ouvindo choros, mas não obtendo respostas, ele então falava com sua calma voz.

-Gostaria de conversar com você, jovem curandeira.

-Vão embora! Não quero que vocês me atrapalhem mais.

sua resposta Indignada

-Vocês? Entendo, não irei lhe implorar para entrar. Mas você se importaria de me oferecer um pouco de chá? Caminhei bastante para chegar até aqui.

Com sua voz tranquila e com um leve tom de persuasão, continuava a comunicação.
A garota percebendo que não se tratava mais daqueles três, abria sua porta, se surpreendendo com a figura que em sua porta principal aguardava, bem trajado, de boa aparência, porém diferente do que ela estava acostumada, possuía um olhar sereno, e um tanto quanto apático.

Ela o perguntava o que queria, enquanto ele de forma respeitosa, limpava seus sapatos, e entrava naquela cabana, a garota demorou um tempo para se sentir confortável novamente. E perceber que aquele homem, não a faria nada:

-Enquanto eu subia até aqui, vi três homens que pareciam bem mal humorados, quem eram eles?

Perguntava ele.

-Homens burros, é o que eles são para mim, não apenas eles, mas todos que acreditam nas mentiras que espalham sobre mim.

Respondia ela sobre seu questionamento.

-Eu entendo.

Recebendo nas mãos, uma pequena tigela de madeira, olhando para ela, o chá quente, transparecia seu rosto, de tão límpida que a água estava, enquanto em seu pensamento, o domador divagava:

"Este chá, parece tão límpido e puro."

Enquanto tomava um pouco daquela bebida, a jovem entristecida explicava para ele o porquê estava cabisbaixa, e triste, ela o contava sobre sua avó, que estava acamada, bem atrás da cadeira do domador, uma senhora dormindo. A cena era silenciosa, mas nos mostrava um belo diálogo, com o domador bem atento, a cada frase dita pela mulher. Enquanto com o passar das cenas, que indicavam uma conversa um pouco duradoura, entre cenas de um diálogo entre os dois e um olhar atento vindo do domador, A cena mudando lentamente nos mostrava o mesmo saindo por aquela mesma porta, se despedindo, enquanto com elegância agradecia pelo chá que havia tomado.

Descendo aquele caminho, ele seguia por aquela floresta, passando no meio das árvores, ele encontrando uma grande árvore, se assentava e se encostando, ele de longe tinha visão daquela cabana, já eram quase 17:00 da tarde naquele momento, e ele não sairia dali, pois eles aguardavam, aguardavam o anoitecer, e aguardavam o próximo amanhecer, ele e seu corvo, pelo momento que eles realmente teriam de se levantar...

The crows who cryOnde histórias criam vida. Descubra agora