22 - Tensão

16K 1.3K 518
                                    

   Quando meu corpo pareceu esfriar e meu coração se acalmar, a raiva tomou conta de mim. O que Paul estava fazendo? Quem ele pensa que é para me deixar daquela maneira?

   Caminhei até o guarda-roupa e peguei aquelas benditas camisolas de cetim que Alice comprou para mim no começo desse ano. Ela havia mandado por correio.

   Azul, verde, preta, branca, vermelha. Porque Alice havia comprado tantas cores? Mordi o lábio nervosa, qual cor?

   Escutei meu celular apitar e o peguei em cima da cama.

   "Não sei porque está querendo escolher uma dessas roupas, não consigo ver mais nada além de você totalmente confusa por uma hora tentando escolher uma cor, mas se quer provocar seu novo namorado, esse que você nunca me contou, use a vermelha. E por favor, use proteção, você ainda é jovem."

   Pisquei enquanto lia a mensagem de Alice. Que merda. Corei fortemente ao ter noção de que se eu fizesse algo Alice veria. Ah porra.

   Ou não. Alice não conseguiu ver Paul em nenhuma das suas visões. Será que Alice não conseguia ver através dos lobos? Espero que ela não consiga mesmo.

   Peguei a vermelha com um bordado preto em cima e vesti. Me olhei no espelho e me senti muito bonita. Uau.

   A camisola adornava todo o meu corpo, a cicatriz acima do meu peito ficava a mostra, assim como a mordida em meu ombro.

   O decote era em formato em V. Porque Alice falou logo do vermelho? Ele ia até metade das minhas coxas. Me deixava realmente gostosa.

   Soltei os cabelos e os escovei. Estava bonita. Coloquei um chinelo vermelho com pedrinhas que eu tinha e desci as escadas.

   Paul escutou meus passos e virou a cabeça em minha direção. Ele estava sentado no sofá. Vi o exato momento em que ele engoliu em seco e sequer piscou. Sorri internamente.

   Caminhei até o sofá e me sentei na outra ponta, logo coloquei minhas pernas em cima das suas. Vi o olhar de Paul descer para minhas coxas. Como eu estava sentada, a barra da camisola havia subido um pouquinho.

   — Você me deve uma massagem nos pés lobinho. – Vi seu olhar voltar para meu rosto, ele estava tenso, eu sabia. Paul engoliu em seco novamente e levou as mãos aos meus pés, mas seus olhos permanecem nos meus.

   Uau, Paul era realmente bons com as mãos. Seus olhos se cerraram na minha direção, eu sabia que ele havia percebido o que eu estava fazendo.

   Lhe lancei um sorriso inocente. Ah Paul, pobrezinho. As mãos dele saíram dos meus pés e foram para minha perna, subindo e subindo.

   Ele acariciava do meu joelho ao meu tornozelo, subindo um pouco cada vez mais. Seus olhos jamais deixavam os meus.

   Sua mão começou a ir até o meio das minhas coxas, nunca passando da barra da camisola vermelha.

   Filha da puta, eu quem deveria estar o provocando, não ao contrário.

   Irritada e começando a ficar excitada, me levantei e caminhei até a cozinha. Mas percebi o olhar de Paul em minhas costas, ou mais abaixo. Sorri, eu voltaria a estar no comando daquilo.

   Pensei no que eu poderia fazer, tentei me recordar de algo que Alice ou Rose tenham me falado. Logo me recordei de que um dia, Alice havia pedido para Jasper pegar algo para ela no armário, fora estranho ver meus irmãos tão próximos, mesmo que eu soubesse que eles namoravam.

   Porém ignorei a imagem que surgiu em minha mente e arrumei melhor minha roupa.

   — Paul. – Chamei o mesmo. Mantive meu coração calmo. — Pode vir aqui por favor? – Falei suavemente e inocentemente. Fiquei de pé na frente do armário dos copos, eu alcançava mas que graça teria?

𝐋𝐮𝐚 𝐂𝐡𝐞𝐢𝐚 | 𝐏𝐚𝐮𝐥 𝐋𝐚𝐡𝐨𝐭𝐞 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora