42 - Traição

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Point of view - Paul Lahote.

   Me despedi de Leonor e aguardei paciente a loira falar. Aquela sanguessuga não apoiava meu relacionamento com Leonor.

   — Se você falar qualquer coisa do que conversaremos aqui para Leonor, eu irei desmentir. – Começou a loira parada perto da parede da cozinha. — E ela acreditaria em mim.

   Ótimo, eu iria me irritar com a loira também.

— Escute cachorro, não apoio seu relacionamento com a minha irmã, você não merece ela. – Respirei fundo. — Leonor merece alguém melhor, alguém que não vá machucá-la ao perder o controle.

Fechei minhas mãos com força, eu iria matar aquela branquela.

Eu tinha aquele medo, aquele receio de acabar machucando Leonor. Mas eu sabia que não o faria, eu jamais machucaria minha namorada.

— Vai me dizer que ela merece um sanguessuga? – Ironizei. A loira pálida ficou em silêncio. Ela estava brincando comigo certo? — Isso é sério? Prefere que ela fique com um sanguessuga sem vida que a qualquer momento poderá transformá-la?

Eu ri, aquilo só podia ser piada. Agora eu entendia o porque ela não apoiava nosso relacionamento.

Franzi o nariz ao sentir o cheiro de outro sanguessuga, logo reconheci, Joseph. A cara pálida não percebeu.

— Você quer que ela se transforme. – Eu me afastei dela irritado. — Você disse que queria que ela vivesse a vida que você não teve. – Acusei amargamente.

— Não fale sobre a minha vida. – A loira disse irritada, ótimo. — Leonor poderá ter a vida que eu não tive, poderá ter filhos, envelhecer, mas com alguém que a mereça, um humano como ela. Alguém que não vai machucá-la caso perca o controle.

— Leonor quer isso? Um humano? – Perguntei irritado.

— Ela ainda é jovem, não sabe o que quer. – Bufei, ela estava querendo decidir pela minha namorada? — Mas logo ela vai notar que você não merece ela, vai ver a verdade sobre você.

— Qual é o seu problema? – Aquela criatura estava me fazendo querer matá-la.

— Eu não posso perder minha Leonor, minha garotinha. – Fechei os olhos com força. — E você está roubando a minha Leonor, ela nem passa mais tempo comigo. – Claro, e a culpa era totalmente sua, sua loira azeda. Sua voz ficou mais fria. — Você vai terminar com ela.

Lhe encarei confuso e chocado. Que merda de animal aquela maluca comeu?

— Não. – Eu disse.

— Você vai sim, vai terminar com ela, dizer que não merece ela. – Comecei a tremer. — Vai dizer que não a ama, que ela precisa ter uma vida normal, longe de você e dos cachorros.

— Vai impedir que ela se aproxime do irmão também? – Perguntei com raiva.

— Ela tem outros irmãos, ele não fará falta. – Peguei um vaso de flores vazio que havia ali e joguei na loira pálida.

Seus olhos se arregalaram, nem ela com seus sentidos de sanguessuga conseguiu impedir que o vidro colidisse com seu rosto pálido.

— Seu idiota. – Revirei os olhos.

— Eu não vou terminar com Leonor, a menos que ela queira isso. – Eu disse lhe encarando com raiva. — Fique longe do meu relacionamento com ela, ou eu juro que mato você na próxima vez.

Virei-me e sai dali irritado, sentia meu sangue fervendo.

— Então eu vou levá-la. – Parei confuso. — Ou termine com ela, ou eu sumo com Leonor que nem mesmo você será capaz de encontrá-la. – Me virei, ela não faria aquilo. — As pessoas da cidade estão desconfiando já, sobre a minha família, teremos que nos mudar logo. – Ela disse como se estivesse ganhando uma partida. — Acha que Leonor ficará aqui? Sem a família?

𝐋𝐮𝐚 𝐂𝐡𝐞𝐢𝐚 | 𝐏𝐚𝐮𝐥 𝐋𝐚𝐡𝐨𝐭𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora