"- Vossas senhorias, que tiveram a oportunidade de presenciar o testemunho dos réus, chegamos a finalidade que, por falta de provas que digam o contrário, concluímos que o réu merece ser condenado pela morte de Lee Sora, de 15 anos, no dia 28 de jun...
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Algumas — longas — horas depois, Jungkook foi gentilmente despertado pelos finos raios de sol que se infiltravam pela janela ao seu lado.
Bocejando preguiçosamente, sentiu uma leve enxaqueca latejar em suas têmporas, quando percebeu que um dos finos raios dourados de luz rompia a cortina que ainda velava a janela, convidando-o a estender os dedos curiosos e puxá-la com cuidado, preguiçosamente, ainda tomado pelo sono recente. E então em um gesto lento e delicado, como se estivesse desvendando um segredo, Jungkook revelou a deslumbrante vastidão da paisagem diante de seus olhos, que em sua mente não existiriam palavras para descrever.
— É bonito não é? — ouviu uma voz feminina e olhou para o outro lado da cabine, onde havia uma aeromoça descansando em uma poltrona.
— S-sim — disse, voltando a encarar aquela imagem magnífica onde o sol saía por entre as cascatas de nuvens.
— Está com fome? — perguntou e ele virou-se assentindo rapidamente, pois realmente estava. — Vou trazer algo pra você — respondeu e se levantou indo para fora da cabine.
Enquanto isso, concentrou-se em gravar cada pedaço daquelas imagens na sua mente. Uma pontada em seu peito o fez acordar para realidade e temer o que o aguardava novamente, mas foi desperto com o som de rodinhas metálicas adentrando a cabine.
A aeromoça voltava com um carrinho prateado, contendo pequenas tigelas com frutas, torradas, alguns sachês, pequenos cubinhos de uma pasta de queijo, uma xícara de café bem quente e um copo lacrado com um suco amarelo.
Agradeceu e logo em seguida abocanhou o que lhe era possível, indo direto nas torradas e no café quente. Comeu tudo o que pôde até quase não sobrar mais nada, e em seguida a moça já levava o carrinho embora novamente e mais duas começavam a trazer o desjejum dos policiais.
Praticamente às oito horas da manhã, desembarcaram no aeroporto de Montreal. E quando o comissário informou que era verão no Canadá, Jungkook esperava que estivesse quente, porém mal haviam deixado o avião e o frio para ele — que trajava finas roupas — já era quase insuportável.
— Pegue — disse uma voz vinda de trás, onde encontrou com o olhar, um policial jovem, que estendia nas mãos, o próprio casaco felpudo e grosso contendo o escudo militar, bordado a frente — Você ainda não viu o que é frio de verdade. — disse meio descontraído, com um sorriso morno, adornado por belos olhos azuis.
— Para onde nós vamos agora? — o Jeon perguntou curioso, mas aceitando o casaco, o vestindo mais rápido possível.
— Acredito que para o departamento de polícia da cidade e depois para a embaixada fazer seu registro. Relaxa, você ainda vai se cansar muito hoje. — o rapaz de pele alva e aparência jovem demais para seu cargo, sorriu de forma carinhosa.
