✩ Not Bad↣ Axl Rose

Incêndio

  

   Decido que devia tomar um banho direito. Como ainda está de manhã, peguei uma roupa de sair.

   Quando saio do banheiro, já era por volta de meio dia. Como não tinha lugar pra almoçar, almoço no hotel. A comida era boa. Paro pra pensar o que faria hoje. Eu estava em Los Angeles, tinha que ter algo pra fazer. Uma praia, talvez? Por mais que estava fazendo um pouco de frio e não tinha sol, sem contar que eu tinha acabado de lavar o cabelo. Era incrível como que a única coisa que eu consegui pensar enquanto pensava no que fazer foi em Axl. Será que ele ainda tá trabalhando? Será que ele pode sair? Será que se eu chamar ele pra ir, ele vai falar que não? Não são os homens que tinham que chamar pro primeiro encontro? Seria um encontro? Não conseguia pensar em nada. Os bares só abriam mais tarde.

   Decidi que andaria pela cidade, só procurando algo pra fazer,  mas achei melhor esperar um pouco, já que tinha acabado de almoçar.  Para passar o tempo, coloquei um dos discos novos que comprei para tocar, já que a vitrola ainda estava no meu quarto, e comecei a arrumar o quarto. Guardei todas as minhas coisas na mala, arrumei a cama do hotel, arrumei o que tinha pra arrumar. Guardei os discos na mala, menos o que estava tocando, guardei minhas roupas sujas, sapatos. Quando finalmente acabo, percebo que a única coisa que pensei durante todo esse tempo foi em Axl.

   Na portaria, devolvo a vitrola e a chave, e saio. Escolho um caminho pra seguir, e vou no que eu nunca tinha ido. A esse ponto eu nem lembrava mais que eu tinha um carro.

   Fico na rua até de noite, quando começo a procurar um restaurante para comer. Depois de andar um pouco, acho alguns restaurantes legais, mas paro no que eu tava na frente, porque estava com fome demais pra refazer todo o caminho e ficar no que tinha achado que era melhor.

   Dessa vez eu tinha levado minha carteira. Saindo do restaurante, pago minha conta e volto para o hotel.

   Respiro fundo quando finalmente deito na cama. Estava cansada, e precisava de dormir. Tomo um banho quente, e quando encosto a cabeça no travesseiro, meus olhos se fechavam sozinhos. Começo a pensar em tudo que tem acontecido nesses últimos dias. Eu tinha realmente beijado meu inimigo de infância? No caso, beijado de novo meu inimigo de infância? Imagino em como meu irmão ficaria quando descobrisse isso, até porque, Axl foi um dos melhores amigos que ele já teve. Como ele ficaria depois de saber que eu dormi na mesma cama que ele? São com esses pensamentos que adormeço, mas não com os que acordo.

   Sou despertada por um barulho estridente e irritante no meu ouvido. Me sento na cama com dificuldade, tentando raciocinar o que está acontecendo. Levo uns segundos sentada na cama para escutar alguns gritos, e mais alguns para perceber que o barulho era uma sirene de incêndio. Saio correndo da cama e abro o guarda roupa. Olho para a minha mala e a abro. Pego a primeira calça que vejo e uma blusa qualquer. Antes de sair do quarto, pego a Halls que Slash me deu mais cedo, que estava no criado mudo perto da cama.

   Corro pelos corredores do hotel e chego nas escadas. Desço o mais rápido que posso. Quando saio do hotel, estava ofegante. Não conseguia respirar, nem andar direito.

   Agora, se eu não quisesse ficar na rua, eu teria que ficar em um hotel. Queria sair logo dali, e, desistindo da ideia do hotel, pois não queria pagar diária, penso em ficar na casa de Amy. Depois, penso que eu teria que ir de carro, e meu carro provavelmente pegou fogo. O lugar mais perto que tinha é a casa da banda do Axl. Suspiro e começo a caminhar até lá.

   Eu não sabia que horas eram, mas ainda era de madrugada, e o sol não tinha nem começado a nascer. Parando em frente a porta da casa, coloco uma Halls na boca antes de tocar a campainha. Passa por volta de um minuto e ninguém atende. Toco de novo. Foram inúmeras vezes até que alguém atendesse. Era Axl, e ele parecia que tinha acabado de sair da cama — Porque provavelmente tinha —, seu cabelo estava bagunçado, e ele usava algo que se assemelhava com pijamas. Quando identifica que sou eu que estou na porta, seu semblante despreocupado muda na hora.