Capítulo 2 - Segundo encontro

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— Desculpa o atraso professor... — falou Izuku adentrando sua sala de aula fazendo questão de não olhar para ninguém, principalmente para Katsuki Bakugou, ou Kacchan se preferir

— Hum — Resmungou o professor — Pode entrar apenas porque é raro você se atrasar, mas na próxima é diretoria — completou

— Certo... — o menor andou o mais rápido possível até a sua carteira, sentando-se e pegando tudo o que precisaria, todos os olhares da sala estavam concentrados em si como se esperassem alguma coisa, mas ele não se importou, não até colocar os cadernos em cima da mesa e ela desmoronar

— Professor! O Deku quebrou a mesa! — gritou um dos alunos, enquanto os outros apenas riam

— Izuku Midorya! — Advertiu enquanto suspirava — Diretoria! Agora! — gritou

O menor não esperou nem mais um segundo para jogar tudo de qualquer jeito na sua mochila novamente e sair da sala, aproveitou que estava atoa e resolveu sair para passear

A segurança da escola era fraca, nem sequer perceberam quando Midorya saiu, por mais que o professor tenha mandado o garoto para a diretoria ele não era obrigado a obedecer ainda mais quando era por uma coisa que não foi ele quem fez, e certamente ele não seria capaz de entrar na sala de aula de novo naquele mesmo dia, por mais que quisesse isso

O esverdeado continuou caminhando pela cidade, estava frio, o céu nublado, porém sem previsão de chuvas quando resolveu ir ao beco em que Tenko morava, fazia exatamente 7 meses que o garoto não visitava o lugar

E ele estava atoa mesmo...

Adentrou o beco normalmente sentindo uma nostalgia bater, poderiam ser apenas três anos, mas ainda sim a saudade que sentia do Shimura não poderia ser descrita em palavras

— Oque faz aqui? — indagou uma voz grossa atrás de si fazendo Izuku virar bruscamente apenas para dar de cara com um homem alto com o capuz do moletom cobrindo seu rosto

— N-Nada apenas de passagem... — Midorya tentou soar o mais firme possível

— Mentiras... ninguém usa esse beco como passagem! Esse é o desvio mais longo! — retrucou o homem claramente irritado começando a se aproximar do menor

— É.... eu... —

— Chega de mentiras! — gritou levantando a cabeça, fazendo ser possível a visualização de seu rosto, o maior tinha cabelos pretos, seus olhos eram um azul anil profundo, pacífico e doloroso que podiam facilmente ser confundido com o fundo do oceano, porém uma coisa que chamou a atenção de Izuku foram as cicatrizes que ele tinha por toda sua mandíbula e pálpebras, essas cicatrizes eram de terceiro grau com alguns piercings prendendo a pele chamuscada na saudável

O homem suspirou pesadamente antes de continuar, dessa vez com a voz mais calma — Apenas me diga o que você está fazendo aqui! Eu moro nesse beco há cinco meses e você é a primeira alma viva que passa aqui —

— Você mora aqui a cinco meses? — indagou Izuku um pouco curioso

— É surdo por acaso? — retrucou o maior se arrependendo profundamente de ter revelado algo assim para um completo estranho — Agora me diz... Oque você faz aqui? —

— E por que eu deveria confiar em você? Acabamos de nos conhecer. — respondeu o esverdeado em um pico de coragem aleatório, obviamente se arrependendo depois afinal o homem parecia ser do tipo que destruiria um prédio inteiro com facilidade apenas por querer

— D-d-d-d-desculpa!! — o garoto curvou-se a exatamente 90° graus enquanto se desculpava

— Oe? Por que caralhos você está pedindo desculpa? E por que está gaguejando tanto? — perguntou o homem confuso — "Ele consegue ser bem corajoso e plausível quando fala sem pensar" — pensou se surpreendendo por dentro, por mais que ainda pareça alguém que não se importa por fora o maior observa até demais o ambiente ao redor de si principalmente as ações das pessoas

— B-B-Bem e-eu... — ainda de cabeça abaixada Izuku hesitou ao falar

— Puta merda... — murmurou o maior mais para si mesmo do que para o esverdeado antes de suspirar — Me chame de Dabi! Agora será que poderia por gentileza me dizer OQUE CARALHOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI!!! — disse perdendo toda a calma que tinha guardado durante a semana fazendo o mais novo se encolher no lugar, ainda de cabeça abaixada

— E levanta essa cabeça pelo amor se deus! Como você consegue abaixar sua guarda assim com alguém na sua frente te encurralando em um beco? — indagou Dabi frustrado

— B-bem e-eu e-estava- — antes que o garoto pudesse continuar ele foi cortado pelo maior — Pare de gaguejar eu não mordo! —

Como pedido, Izuku suspirou profundamente tomando coragem para falar, o que demorou um tempinho — Eu estava apenas visitando o local, meu amigo morava aqui antigamente, mas ele foi embora à três anos — respondeu

— Agora posso ir embora? — indagou o mesmo, enquanto o maior abria a passagem para fora do beco, quando ele estava quase na rua foi possível ouvir a voz do moreno novamente chamando a atenção do garoto para si

— Se você resolver voltar, tome cuidado... Eu não sou o único que usa esse beco atualmente — disse, enquanto se sentava no chão, o Midorya foi apenas capaz de assentir enquanto ia embora



[...]





Horas Depois:

Izuku estava deitado em sua cama pensando no acontecimento de algumas horas antes, por algum motivo aquele homem havia o chamado a atenção, por mais que aqueles olhos azuis exalavam frieza se você prestar atenção era possível identificar dor ali, sem falar naquelas cicatrizes, pelo que ele poderia ter passado para deixar seu corpo naquele estado?

Estava frio naquele dia, e de acordo com a previsão do tempo iria ter uma tempestade das grandes! Sem se dar conta o menor se preocupou com o recém conhecido

Quando os primeiros resquícios de chuva apareceram na janela de seu quarto, Midorya calçou seus sapatos e correu em direção ao beco, a cada segundo que se passava a chuva aumentava....

Quando o menor chegou ao local, ofegante pelo esforço físico repentino, Dabi se assustou arregalando minimamente os olhos o que diabos aquele garoto estava fazendo ali a essa hora?

— Vai ter uma chuva das grandes hoje, o que acha de passar essa noite lá em casa? — perguntou ao moreno que rapidamente ficou pasmo e ao mesmo tempo confuso. Ele realmente está chamando um completo desconhecido para a casa dele?

— Tem certeza garoto? Olhe para mim! Você realmente acha que eu sou o tipo de pessoa para você abrigar em sua casa? — o maior perguntou para o garoto com uma falsa raiva, mas ao mesmo tempo curioso sobre a resposta

— Como assim? Se você estiver falando sobre tentativa de assassinato não se preocupe com isso! Não vou morrer! — o menor falou aquilo com tanta convicção que Dabi se perguntou se a saúde mental do garoto ainda estava lá, porque o senso de perigo de hoje mais cedo certamente havia evaporado de uma hora para outra

— Porque você confiaria em uma pessoa que conheceu a algumas horas em um beco? UM BECO! — questionou-o incrédulo

— Por que não? você me parece bastante confiável... — respondeu pensativo

— Vamos logo a chuva está piorando — Izuku pegou o menor pelo braço e começou a arrastá-lo para sua casa, e por mais que Dabi quisesse recusar ele realmente precisaria de um abrigo essa noite



[...]

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