Capítulo 18 - Run (or not)

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[...]


Izuku correu, correu sem olhar para trás. Ele não acha que seria capaz de continuar seguindo em frente sabendo que Tenko e Dabi estavam lutando contra heróis profissionais. Sabendo que ambos estavam em perigo.

O chão tremeu com os impactos da batalha que ocorria apenas alguns metros atrás de si. Izuku sentiu seu peito apertar. O medo enchendo-o com diversas possibilidades.

Ele continuou correndo.


[...]


— Midoriya! — Izuku se virou rapidamente para onde a voz infantil vinha. Seus olhos percorreram todo o espaço em busca de algo ao parar de correr.

Kota estava ofegante, e visivelmente aterrorizado. Ele parece ter visto um fantasma.

Kota veio correndo de um dos corredores que ele não deveria estar. Ele foi avisado, junto de Eri no primeiro dia deles com a LOV, especificamente para não ir para aquele lado do prédio. Mas, bem, agora que eles estão sob ataque, talvez não importe tanto assim.

Por sinal...

— Kota! — Izuku chamou, ajoelhando ao ver o garoto correr direto para seus braços. Ele o pegou no colo e começou a afagar às costas dele em uma tentativa de acalmá-lo.

— O que aconteceu? Você está bem? E... — Izuku sentiu um enorme peso se instalar em suas costas, ficou difícil de respirar, o ar parecia não ser capaz de ser puxado para seus pulmões. — ...Onde está Eri? —

— Eu não sei... — Kota disse, com o rosto enterrado no pescoço alheio. Midoriya sentiu suas roupas se tornarem úmidas, provavelmente devido as lágrimas.

— O prédio começou a tremer, e... e- n-nós nos separamos. Eu- eu- — As palavras começaram a se embaralhar em meio ao choro e ranho. Em nenhum momento, Izuku parou de acariciá-lo em uma tentativa de transmitir tranquilidade. Mas ele mesmo estava apavorado.

— Você se lembra de onde estavam? —

Kota não diz nada, mas move sua cabeça negativamente.

Izuku engoliu em seco. Ele fechou os olhos ignorando os barulhos ao seu redor, o choramingo de Kota, as ondas de choque da luta, os gritos, as partes do prédio antigo que começava a ceder.

Midoriya abriu os olhos, com uma nova determinação instalada em si. Suprimindo toda a angústia e sentimentos negativos anteriores.

Izuku começou a correr.


[...]


Não

Não

Não

Mentalmente, Izuku procurava a porta certa e eliminava as outras. Ele corria, com Kota em seus braços, que olhava com curiosidade para o que o adolescente fazia, mas não se atreveu a perguntar.

Essa!

Até que Izuku finalmente parou. Encarando uma grande porta, que... se parecia com todas as outras. Ele segurou o garoto com uma mão, usando a outra para girar a maçaneta.

Não abriu. Estava trancada.

Izuku xingou, esquecendo momentaneamente que Kota estava com ele.

Rapidamente Midoriya retirou a criança de seu colo. Pedindo para que ele desse alguns passos para trás e ficasse a uma distância segura. Feito isso Izuku respirou profundamente. Se concentrando para o que ele estava prestes a fazer.

Com um chute bem-posicionado, a porta caiu. Izuku não perdeu a maneira que Kota vacilou, ou como ele de repente estava mais alarmado. De qualquer forma, assim que Midoriya deu um passo para dentro do quarto Kota o seguiu sem pensar duas vezes.

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