Estávamos a caminho de minha casa, caminhando lentamente, e ri comigo mesma ao reparar que nossos passos estavam em sincronia, - há quem diga que quando isso ocorre significa uma conexão profunda ou algo do tipo.
—Amanhã serei liberado do café por conta do evento anual da minha faculdade, no qual podemos convidar alunos de outras faculdades. Tenho trabalhado em um projeto sobre um restaurante construído em torno daquela árvore antiga da cidade, que está ameaçada de ser derrubada, e eu queria saber se você gostaria de ir Anne, você também pode convidar a Elisa.
—Claro, Josh. Por que não?
—Fico feliz em saber, sua presença vai significar muito pra mim. Sendo assim, te pego às 14h.
—Certo, boa noite Josh. -Eu disse ao chegarmos em minha casa e me despedi lhe dando um beijo na bochecha, o que lhe fez me lançar um sorriso bobo.
—Boa noite, Anne.
Mandei uma mensagem para Elisa convidando-a para o evento e agradeci a Deus por ter Josh ao meu lado, graças a ele o meu dia tinha sido metade amargo e metade doce. Por fim, me deitei na cama e em poucos minutos cai em sono profundo.
Comecei a sonhar que estava sentada em uma cadeira de balanço numa varanda com uma garotinha ruiva de olhos azuis em meu colo, que aparentava ter uns 4 anos, e estava dando gargalhadas sinceras com às cócegas que eu lhe fazia. Era uma casa adorável com um jardim iluminado, e ao longe pude avistar Josh colhendo algumas flores com seu pequeno ajudante tão ruivo e tão pequeno quanto a garotinha em meu colo, - deduzi que fossem irmãos gêmeos. De repente ele colocou o menino sentado em seus ombros e se aproximaram, ambos traziam flores em suas mãos. Recebi às de Josh e a pequena em meu colo recebeu às de seu irmão, pensei comigo mesma "a palavra convence, mas o exemplo arrasta".
E então acordei com a luz do sol beijando meu rosto e invadindo meu quarto, despertei feliz recordando aquele sonho reconfortante.
Pude ouvir alguns passarinhos cantando e estava com o coração esperançoso, de fato, por mais que não visse mais Deus cara a cara, ele ainda estava lá: na brisa suave, no canto dos pássaros, no riso de alguma criança, no céu azul e colorido, ou até mesmo no céu cinza, eu o via em tudo, até mesmo quando não era capaz de sentir sua presença.
Não é que Deus tenha me dado um milagre, eu sou o milagre, ele não só me deu uma segunda chance, ele me fez renascer, nova criatura eu sou. Por mais que eu seja só um pontinho em um universo tão vasto, se eu puder fazer a diferença na vida de uma única pessoa que seja, então minha existência não terá sido em vão.
Senti em meu coração que deveria levar a sério o que Elisa havia dito, peguei papel e caneta e comecei a rabiscar algumas coisas aproveitando meu momento de inspiração, quem sabe acabasse se transformando em um livro? quem sabe esse livro realmente impactasse e transformasse vidas?
Depois de um tempo rabiscando me espreguicei e levantei da cama indo em direção a cozinha.
—Bom dia, querida —minha mãe disse com um sorriso acolhedor.
—Bom dia, mãe —lhe retribui com um leve sorriso e me sentei em uma das cadeiras do balcão.
—Você parece estar melhor hoje, fico feliz. Hoje fiz panquecas com mel para o café da manhã, sei que gosta.
—Minha mãe me serviu algumas panquecas enquanto eu preparava o meu café.—Sim, principalmente graças a Deus, em parte graças ao Josh, e outra parte graças ao sonho reconfortante que tive ontem.
—Ah é? E como foi esse sonho?-
Minha mãe perguntou enquanto se sentava ao meu lado.Contei para ela meu sonho em detalhes e ela prestou bastante atenção. Eu amava esses pequenos momentos com ela.
Por fim, deduzimos que o sonho poderia se tratar de meu desejo de ser mãe, — embora parte de mim estivesse convencida de que se tratava de algum tipo de revelação do futuro.
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Uma segunda chance
SpiritualAnne Smith é uma jovem de família católica que mora com sua mãe, Helena Smith. Com o tempo Anne já não tinha tanta intimidade com Deus, mas em um piscar de olhos se vê em uma situação que irá virar sua vida do avesso. E se pudéssemos bater um papo c...