JoshNa manhã seguinte, a mãe de Anne estava indisposta para ir à missa pela manhã, então seria só nós dois, e como a igreja não ficava muito longe, resolvemos ir caminhando.
A brisa da manhã estava fresca e o sol já tinha dado as caras, e eu estava de mãos dadas com a mulher que amo.— Josh, lembra daquilo que eu disse sobre ter liberdade e proporcioná-la a outras pessoas?
— Claro, por quê?
— Recentemente, minha professora nos pediu para criarmos uma empresa fictícia, e eu pensei em algo relacionado a isso... — Anne disse, pensativa.
— Eu gostaria muito de ouvir suas ideias. — Disse, para incentivá-la a prosseguir.
— Certo, mas já adianto que talvez eu fale por horas, então acho melhor irmos a algum lugar após a missa e irei explicar com calma. Que tal aquela cafeteria com os livros e flores?
— Me parece ótimo. — Sorri, sabendo que de todos os lugares, ela escolheu aquele porque provavelmente era o seu preferido depois da igreja e de seu quarto.
Passamos a celebração da missa aninhados um ao outro, e isso me fez pensar que estaria disposto a frequentar a igreja de Anne sempre, pelo prazer de sua companhia e de adorarmos juntos, servirmos juntos a Deus. O sermão foi sobre a família, sobre a importância de observar o exemplo da sagrada família: Jesus, Maria e José. O padre relembrou uma canção católica antiga, porém muito bonita, que eu costumava ouvir na casa de minha avó Amélia, chamada "Oração pelas Famílias". Durante o refrão, toda a igreja cantou junto:
"Que a família comece e termine sabendo onde vai, e que o homem carregue nos ombros a graça de um pai. Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor, e que os filhos conheçam a força que brota do amor!"
Foi de fato lindo de se ver, e após a celebração da missa, eu e Anne nos dirigimos à cafeteria. Estava empolgado para ouvir sobre seus planos. É lindo a forma como sua pupila dilata e seus olhos brilham quando ela fala de coisas que ama.
— Bom dia, o que irão pedir? — O garçom perguntou assim que nos acomodamos em uma mesa.
— Só um minuto. — Analisei o cardápio e Anne fez o mesmo. — Quero um cappuccino e um croissant, por favor.
— Vou querer o mesmo. — Declarou Anne.
O garçom se retirou e, em poucos minutos, trouxe nossos pedidos. Anne começou a saborear seu croissant entre suspiros e não contive o riso.
— Você definitivamente sabe apreciar a comida. — Disse, enquanto a observava.
— Claro, meu paladar sempre foi mais aguçado que o da maioria das pessoas que conheço, talvez por isso eu tenha desenvolvido interesse pela culinária desde cedo, já que era difícil de me agradarem.
— Bem, isso explica então por que o mingau do outro dia estava tão incrível. Você estava apenas sendo modesta quando disse que não era tão boa cozinhando.
(Ela sorriu gentilmente)
— Que bom saber, porque isso já é um bom começo com relação aos meus planos.
— Por favor, não me torture mais, Anne, conte de uma vez. — Brinquei.
Anne
A celebração da missa de hoje foi belíssima, e a companhia de Josh, agradável como de costume. Depois de fazermos nossos pedidos no meu café preferido, o mesmo que Elisa me trouxe da outra vez, comecei a entrar no assunto dos meus planos. Aparentemente, Josh estava impaciente com meu suspense, o que me arrancou um leve sorriso.
— Está bem, está bem... A ideia que tive tem relação com seu projeto daquele restaurante ao redor da árvore antiga. Pensei em usar a planta que elaborou, se não se importar.
— Permissão concedida, continue, Anne.
— Ótimo, seu projeto vai combinar com a temática do restaurante, já que dá visão para o céu, porque tem a ver com liberdade. Será o restaurante e lanchonete "Freedom", com o lema: oferecendo colheradas e mordidas de liberdade. Enfim, contaremos com cardápios voltados para diabéticos, intolerantes à lactose e a vários outros tipos de restrições alimentares. Será servido desde um simples café até uma refeição mais elaborada e até mesmo sobremesa. No nosso próprio espaço, serão produzidos os ingredientes orgânicos e saudáveis. Pretendo me especializar na área de nutrição, porque administração é de fato apenas o ponto de partida rumo a esse sonho de ser dona do meu próprio negócio e fazer algo significativo. Não é justo que muitas pessoas se privem de desfrutar certas refeições por conta de certos ingredientes. Quero mudar isso, é essa a forma que encontrei de proporcionar um pouco de liberdade às pessoas, Josh.
— Uau, Anne, isso é realmente fascinante e lindo. Temos que ter fé de que dará tudo certo, e estarei na torcida por você, lhe apoiando no que precisar. Você tem um coração incrível. — Josh declarou, com o olhar brilhando de admiração por minhas palavras, o que aqueceu meu coração. Era lindo a forma como ele sempre me apoiava.
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Uma segunda chance
DuchoweAnne Smith é uma jovem de família católica que mora com sua mãe, Helena Smith. Com o tempo Anne já não tinha tanta intimidade com Deus, mas em um piscar de olhos se vê em uma situação que irá virar sua vida do avesso. E se pudéssemos bater um papo c...