Capítulo 6: Desilusão?

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No dia seguinte resolvi sair do hospital para espairecer novamente, e quem sabe me esbarrar com um certo par de olhos azuis? "Josh"... ao menos eu tinha um nome, ainda que eu não tivesse a certeza se esse nome o pertencia, bom, ao menos pensar nesse rapaz me fazia relaxar um pouco, fugir do que estava acontecendo, por mais que Deus tenha renovado minhas forças a aflição ainda ameaça me atormentar a todo tempo.

Porque afinal, se tinha uma coisa que eu havia entendido nos últimos dias é que ter Cristo na minha vida não anula o deserto, mas me garante graça para suportar o processo.

Me aproximei do banco onde o tinha avistado outro dia, e como já era de se esperar ele não estava lá. Resolvi esperar um pouco enquanto observava o ambiente, quem sabe uma hora ou outra ele chegasse?

Comecei a apreciar o farfalhar das folhas ao vento, e algumas pétalas de cerejeira começaram a dançar no ar, estendi a mão na tentativa de aparar alguma. Na cultura oriental, a flor de cerejeira simboliza o amor, a renovação, a esperança e a felicidade
— coisas que eu realmente precisava no momento.
Me dei conta que há um bom tempo não admirava a natureza, divina criação de Deus — eu realmente estava vivendo no automático pelo visto, conclui. — Isso me fez pensar que muitas vezes é só questão de "desfocar" um pouco, desviar do problema como foco em si, mudar a perspectiva — Enquanto eu estava perdida em pensamentos avistei ao longe alguém se aproximando, era o Josh! — Fiquei tão empolgada que parecia que meu coração estava me traindo e errando as batidas.

— Será que Deus o tinha enviado? — pensei, e não pude deixar de me sentir grata.

Ele acabou se atrapalhando segurando seu violão e uma pilha de papéis e alguns acabaram caindo—
eu acabei soltando uma risada sincera com a cena — Aquele era realmente um sujeito interessante. Depois de enfim juntar os papéis, caminhou em minha direção, ou melhor, do banco, e se sentou ao meu lado.

— Seria ótimo se ele pudesse me notar de alguma forma— Pensei um pouco desanimada.

O que eu não esperava é que fosse começar a ventar fortemente como se uma tempestade ameaçasse estar próxima, e de repente todos os papéis de Josh voaram para longe, e acreditem se quiser, alguns foram parar justamente dentro do hospital, mais especificamente, na frente do quarto em que estava internada.
O que não era totalmente impossível, levando em consideração que estávamos próximos do hospital e meu quarto era um dos primeiros, mas ainda assim foi algo que claramente teve a mão de Deus.

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