A Cafeteria era um lugar bem calmo e relaxante, muitas pessoas iam lá para estudar, mas como a maioria estava de férias, estavam apenas se divertindo. Fernando e Luigi já haviam chegado e estavam arrumando suas coisas.
-Aquele Gael não gostou de mim, né? Pode falar a verdade.
-É o jeito dele, meio que ele não é muito fã dos LGBTs, mas não se preocupa, eu vou falar com ele se você quiser.
-Eu agradeceria. - diz pegando o aventais e começando a se vestir - todos seus amigos são assim? Quero dizer, homofóbicos?
-Mais ou menos, o Murilo é mais de boa, mas o Gael e o Thiago são bastante, o Bartô nem liga, agora o esquisito do Antônio é também, moleque chato da porra. - fala já se irritando.
-Adoro o Mu.
-Ah é, de onde você conhece ele?
-A gente é fã do mesmo livro, na verdade, somos fãs de bastante coisa em comum.
-Que livro? Nem sabia que ele gostava de ler.
-Olha, eu vou te contar porque você é meu amigo, mas eu não confio nos outros, beleza?
-Tudo bem, nem deve ser tão importante.
-Ah, sei lá, pelo jeito que aqueles lá me tratam só por eu ser gay…
-Foi mal por eles… é o jeito que eles foram criados, não que seja uma boa desculpa, mas…
-Tá de boa, já tô acostumado. Bom, eu e o Mu somos fãs de "Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo", conhece?
-Nunca ouvi falar, mas por que que os meninos não poderiam saber?
-Bom… os protagonistas são gays, aliás, um casal gay.
-Ah… não sabia que o Murilo lia essas coisas.
-Tá decepcionado?
-Não, claro que não, eu só não sabia mesmo, não tenho nenhum problema com isso.
-Acho bom, se não nossa amizade acabaria aqui mesmo. - ri - A gente até fala que ele é o Aristóteles e eu sou o Dante - ri de novo.
-Tá, isso foi bem gay - ri - mas fofo.
-É, ele realmente é fofo.
-Hmm, “ele realmente é fofo” - diz com uma cara engraçada.
-Cala a boca, vai. - joga um pano nele enquanto ri - Ele é hétero ainda por cima, nem vale a pena.
-Mas se ele não fosse, você estaria afim?
-Mas ele é.
-Mas e SE não fosse.
-Ah… sei lá, vamos trabalhar se não eu fico confuso - muda de assunto.
-Vou considerar isso um sim. - fala e os dois riem.
₊˚ʚ ᗢ₊˚ʚ
O turno da tarde, que ia das 14:00 até as 20:00, já estava acabando, e os meninos estavam fechando o Café.
-Por que você odeia o Antônio? - pergunta Luigi - se você quiser falar, claro…
-A gente sempre foi assim… mas tudo piorou na formatura do ano passado…
-Se não quiser falar, tudo bem.
-Depois eu te conto, pode ser?
-De boa.
-Mas agora… Dante, né. - da um sorrisinho.
-Ah, cala a boca - mostra o dedo médio.
-Agora só vou te chamar assim, a menos que o Aristóteles tenha ciúmes. - ri de novo.
-Eu vou te matar, sério - tenta ficar sério mas ri também, fazendo os dois caírem na risada que nem idiotas.
-Aiai, é por isso que você é meu amigo, cara. - enxuga as lágrimas que se formaram de tanto rir.
-Tá vendo? Tem que ser amigo de viado, nós somos umas criaturas bem engraçadas. - os dois caem na risada novamente.
-Vamos embora, se não eu vou passar a noite inteira rindo.
E os dois partem para o ônibus que os levavam de volta para o internato.
₊˚ʚ ᗢ₊˚ʚ
-Finalmente voltaram. - diz Thiago - tava cansado de tanto esperar.
-Ninguém pediu para nos esperar - fala Fernando na brincadeira.
-Também não espero mais, seu esquisito. - mostra a língua.
-Ô criança, vamos para dentro, vamos - diz o empurrando.
-Me solta! Sequestro! - gritava Thiago.
-Cala a boca! -xinga Fernando, enquanto isso, Luigi só dava risada.
₊˚ʚ ᗢ₊˚ʚ
Chegando no quarto Fernado vê que Antônio está deitado na cama assistindo seus animes, quando Antônio percebe que Fernando chegou, ele tira o fone e fala.
- Ah você chegou, agora eu não vou ter mais paz - revira os olhos.
- Pelo menos eu passei o dia sem ver sua cara.
- Eu digo o mesmo, foi muito bom hoje, você pode fazer isso todo dia né?
- Que pena, trabalho só duas vezes na semana - da um sorriso forçado - Me ature amanhã.
- Aff, que dias da semana eu vou ter paz?
- Por que eu deveria falar ?
- Só fala, ah que sabe? Esquece não quero saber mesmo - fala indo colocar o fone de volta, mas Fernando fala.
- Terça e quinta, feliz? - diz e coloca a mochila na cama - vou tomar banho.
- E o Kiko?
Fernando fecha a porta do banheiro com força e Antônio da uma risada nasal e volta para o seu anime.
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Mon Chéri
RomansaFernando e Antônio sempre se odiaram, mas será que após se mudarem para um internato e serem colocados como colegas de quarto isso mudaria? Uma história sobre descobertas e segredos mostra como só conquistamos se lutarmos pelo que queremos.