Prólogo

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Johannah acordou com um homem parado frente a sua cama. Era um homem desconhecido, mas de maneira alguma ela poderia deixar de notar sua beleza incomparável. Ele a encarava com um sorriso digno da verdadeira realeza.

Ela estava amedrontada, ofegante e impressionada. Não ouvira barulho algum que a avisasse sobre a chegada daquela criatura, apenas um frio insuportável que parecia ter origem no próprio homem. Ela se encolheu ainda mais sob as cobertas de lã.

Johannah queria perguntar como ele havia entrado em um quarto, no último andar de um Palácio cercado por guardas. Mais que isso, ela queria perguntar quem ele era, mas falar estava fora de seu controle, além de que, um fio de sua consciência a alertava de que, embora ela não acreditasse, ela procurou por isso.

Ela sabia.

O homem se aproximou ainda mais de sua cama, afundou os joelhos no colchão macio e as mãos nos punhos de johannah, que não conseguia deixar de encarar aquele rosto esculpido por deuses. Ele prendeu os braços da mulher acima de sua cabeça, usando apenas a força de uma mão, ela estava aterrorizada, todo seu corpo tremia sob o corpo musculoso que se deitara sobre o seu, no entanto, estranhamente, um pensamento de alívio a percorreu: o rei não estava ali para salvá-la, portanto, todos teriam o que tanto desejavam, ainda que o preço fosse alto.

Olhos vermelhos. Foi o último detalhe que Johannah pode perceber, antes que aquele homem a tomasse a força, de forma avassaladora para uma consumação carnal.

Não houve a menor chance de lutar contra, espernear ou gritar. A força exercida pelo homem comparava-se a de uma criatura gigantesca, e havia algo ainda pior: apesar de abrir a boca e empenhar todo seu esforço em chamar por alguma ajuda, nenhum som era produzido pelas cordas vocais de Johannah.

Aquela criatura a tomou em seus braços e a despiu como se ela fosse menos que um peso de papel, ela não significava nada para aquele homem. Isso era aterrorizante, mas ela não poderia se arrepender, era tarde.

Os olhos azuis de Johannah jorravam lágrimas carregadas de súplica, mas não houve misericórdia. Ele era impiedoso e aproveitou cada segundo do ato profano que realizara contra o corpo da mulher.

A cama estava aos trapos quando ele acabou. Os lençóis foram rasgados, assim como o traje de dormir de Johannah. Mas ele estava satisfeito, o sorriso não abandonava sua face em nenhum instante.

-Está feito - foi o que disse o homem de olhos vermelhos ao se vestir. - Você dará à luz a um menino em breve, e creio que está ciente dos termos.

- Eu sei dos termos - Só então Johannah notou que havia recuperado sua voz.

Era um misto de sentimentos, horror, nojo, esperança...

O homem desapareceu da mesma forma que surgira: silenciosamente e inesperadamente.

Ao se ver sozinha novamente em seus lençóis sujos de maldade, Johannah abraçou o próprio corpo sendo tomada pelo sentimento mais controverso que já havia sentido.

Ela sabia que era o fim. Mas ainda assim, era só o começo de tudo.

Maldição [Larry Stylinsom]Onde histórias criam vida. Descubra agora