IV. Caos

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Príncipe Louis
Londres

Os dias que levariam para as correspondências do Rei Mark chegarem até a França, mais especificamente aos pais de Eleanor, e mais os dias que a resposta levaria para chegar, estavam deixando Mark eufórico. Apesar de ter exigido que Louis escolhesse uma noiva no seu aniversário,  ele não creditada de verdade que o filho faria e ele havia deixado isso claro para o filho durante um jantar.

Louis no entanto, optou por aproveitar as semanas que se estenderiam para que toda a papelada sobre um noivado fosse organizada, e não pensar sobre o assunto. Ele pensaria apenas quando chegasse a hora. Ou nem isso.

Ele não queria fazer parte das burocracias e organizações. Quando chegasse o dia de anunciar o noivado ele faria, quando chegasse o dia do casamento ele diria sim e pronto. Tudo resolvido.

Por hora, ele não iria se preocupar.
Dedicou-se a aproveitar que Zayn iria passar alguns dias ainda em Londres antes de retornar com sua noiva para seu país.

Durante toda a semana que correu após o baile de aniversário, Louis usou suas tardes em passeios com o amigo pelas ruas da cidade. O povo amava a amizade entre os príncipes de dois países tão importantes e bem desenvolvidos. Algumas noites eles driblavam a guarda real para se jogarem nas casas de jogos noturnas. Era um escândalo o Príncipe ser visto apostando mas ele se divertia e não dava a mínima para reputação. Ele era o único herdeiro do Rei. Quaisquer que fosse sua fama, não alteraria em nada, ele assumiria o trono de qualquer forma.

A parte da manhã de todos os dias no entanto foram... curiosas. Todos os dias Louis montava em Hela, com uma pequena bolsa de couro pendurada na lateral de seu corpo e cavalgava até os campos verdes onde havia encontrado o jovem rapaz na manhã seguinte ao seu aniversário.

Ele não sabia ao certo o porquê, apenas ia. Na bolsa havia um livro que encontrou na biblioteca do Palácio. Eram tantos. Louis não tinha o hábito de ler, vez ou outra pra fugir do tédio ou dos funcionários, ele se trancava na biblioteca e folheava um livro ou outro. Mas se perdia facilmente em estórias muito longas.

Ainda assim, escolheu um livro que havia lido uns anos antes e tinha se agradado da estória. E todas as manhãs levava-o consigo em sua cavalgada. Ele não lia. Nem ao menos descia de sua égua. Chegava no campo verde e avistava a árvore do outro lado, solitária.  Não havia ninguém sentado ao pé dela com um livro em mãos e cabelos rebeldes. Então o Príncipe dava meia volta e retornava ao Palácio.

Ele não estava esperando ver alguém. Não era isso,  era só que... bem, ele gostava de cavalgar pela manhã. Sempre gostou. E se ele estava levando um livro consigo era algo irrelevante.

Zayn chegou a questionar em uma das manhãs que o viu chegar de seu passeio matinal. Louis disse que gostava de ler ao ar livre e Zayn que não conhecia todos os seus gostos. Ele esperava que o amigo tivesse acreditado. Não queria ter que explicar algo que nem ele mesmo entendia.

Ele também não ia pensar sobre isso.

Despedir do Príncipe Malik foi difícil. Ao final de quinze dias, Zayn partiu com sua noiva em um navio de volta à França e Louis sabia que só o veria novamente no casamento dos dois. Ele estava feliz pelo amigo, ou fingia estar. Sabia que aquelas eram obrigações que ambos teriam que cumprir. Mas sentiria falta de seu único companheiro.  O único que entendia um pouco dos medos e frustrações que andavam agarradas as costas de Louis dia e noite.

Ao menos, Zayn havia escapado para os aposentos de Louis na última noite com uma garrafa de vinho em mãos e os dois aproveitaram todas as horas da madrugada em suas conversas banais de jovens comuns, bebedeira e algumas brincadeiras, que com certeza não eram permitidas entre dois rapazes, muito menos se um deles fosse noivo.

Maldição [Larry Stylinsom]Onde histórias criam vida. Descubra agora