XII O que você quer de mim?

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Príncipe Louis
Inglaterra
👑

Zayn havia partido de volta para França. Faziam três dias desde o noivado. Naquela noite Zayn contara que havia deixado Harry no chalé, encontraram Gemma no caminho e seguiram os três. Zayn também dissera a Louis que havia conversado um pouco com o garoto e que Harry era bastante agradável. Louis agradeceu por Zayn ter acompanhado Harry.

Após a revelação do que de fato acontecera, Louis pode pensar nas palavras ditas por Mark. Estava recordado que o pai havia chamado Harry de trombadinha e ainda insinuado que Louis usava Harry para diversão. Zayn tentava amenizar a situação. O príncipe Malik acabou por pegar no sono na cama de Louis novamente, naquela noite. Louis não conseguiu dormir, somente após deitar-se no quarto ao lado, Louis se entregou ao cansaço e foi sucumbido por seus fiéis pesadelos.

Ele não viu Harry no dia seguinte, Mark planejara um passeio de carruagem para o príncipe e sua futura esposa. Louis odiava carruagens, forçou sorrisos do início ao fim.

E assim Louis passou os últimos dias.
Exibindo seu recente noivado em passeios e visitas aos grandes comércios.

Era importante dar aos maiores comerciantes a ilusão de que eles eram próximos da realeza.

Louis vira Harry de longe, duas vezes. Na primeira, o garoto passeava no jardim ao lado de Gemma. Louis observava da janela da sala de música onde Eleanor tocava piano lindamente, exibindo seus dotes para o Rei Mark. Louis estava pouco ligando. E ele sabia que ela também estava odiando aquela cena toda.

Na outra vez, Louis ouviu a voz de Harry na biblioteca enquanto seguia até o gabinete de Jeffrey, Louis iria perguntar por Devon, queria esclarecer com o garoto o que ele pretendia com Harry. Ele não conseguiu fazer isso, no entanto. 

Quando ouviu a voz de Harry, entrou na biblioteca, o garoto conversava com Zayn. Louis não estranhou, sabia que o amigo estava se valendo da companhia de Harry enquanto ele  precisa socializar ao lado de Eleanor. Louis acabou achando que seria desnecessário falar com Devon quando Harry se aproximou timidamente e deixou um selinho rápido em Louis. Na frente de Zayn.  Louis ficou paralisado enquanto Zayn sorria carinhosamente. Naquela noite Zayn concordou com Louis que Harry era mais que diversão. Louis estava fodido e Zayn não tinha a menor ideia de como ajudar.

E agora Louis estava sozinho. Não havia Eleanor para fazê-lo rir com piadas impróprias contadas em seu ouvido durante suas aparições juntos, não havia Zayn para se arrastar para sua cama a noite e ouvir Louis reclamar de tudo aquilo. E ele não encontrava Harry.

Louis decidira ir até o centro de Londres. Colocou um casaco pesado, um gorro e seguiu com Hela. Havia nevado há pouco e uma fina camada de neve cobria todo o caminho. A Escola de Medicina era uma construção praticamente nova, as cores claras predominavam e ajudavam a clarear o interior, junto com as muitas lamparinas.

A presença do príncipe alí causava um burburinho de especulações. Não foi preciso esperar nada quando Louis informou que estava ali para falar com o diretor.

O homem já de cabelos brancos recebeu Louis em sua sala, onde foram servidos de chá quente e biscoitos de chocolate. Louis no entanto não enrolou,  foi direto ao ponto. O diretor estranhou no início mas não contestou absolutamente nada. Ficou feliz inclusive,  pelo príncipe estar ligado a sua Escola de alguma forma. Os detalhes foram acertados entre os dois, Louis fizera questão de deixar claro que qualquer peripécia deveria ser comunicada diretamente à ele.

Quando retornou ao Palácio,  Harry estava nos estábulos ajudando Oliver.  Louis engoliu o ímpeto de arrumar uma briga com o cavalariço quando viu que Harry se divertia com a tarefa. Mas sinceramente? Louis estava odiando ver Harry em meio a feno e esterco.

- Lou! – O garoto exclamou animado assim que Louis entrou com Hela. – Oli disse que vai me levar para um lugar essa noite.

Louis estalou o pescoço em direção a Oliver. O cavalariço sorriu e deu de ombros.

- O garoto fica preso aqui, precisa conhecer o mundo.

Louis olhou para Harry. Harry se sentia preso? Louis se odiaria se a resposta fosse positiva.  Harry não era um prisioneiro. Harry era livre, Harry poderia fazer tudo o que quisesse, se Harry quisesse atravessar o aceno Louis mesmo o acompanharia.

- Eu quero sair Lou. – Harry concordou com o cavalariço.

Ok.

- Certo. Nós vamos sair essa noite.

- Nós?  - Oliver quem questionou.

- Sim. Nós três.

- Tem certeza príncipe?  Com o noivado recente, sua imagem está em mais evidência do que nunca.

- E quando foi que eu me importei Oliver?

Oliver conhecia Louis. Sabia como ele era teimoso e impossível.  Louis não se importava com o que falavam.

- Deixarei os cavalos preparados Vossa Alteza. 

Isso fez Louis se lembrar. Ele deveria ensinar Harry a cavalgar. Mas estava demasiadamente frio, ele deixaria para outro dia.

Harry insistiu que iria permanecer ali, ajudando Oliver, então Louis seguiu para o interior do Palácio. Como sempre, Louis não costumava bater em portas, entrou de uma vez no gabinete de Jeffrey. Fora Anne quem o comunicara de que o braço direito do Rei estava a sua procura.

- Vossa Alteza!

- O que quer falar comigo? – Direto e rude.

- O entregador do alfaiate esteve aqui. – A finalmente. – Houve alguma confusão ou todas aquelas caixas de roupas estavam mesmo no nome daquele garoto?

Daquele garoto. Louis cavaria duas covas, uma para Devon e uma para Jeffrey. Pai e filho, lado a lado.

- Não era um engano. – Mark entrou de uma vez. Mas que mania inconveniente.

Mark jogou uma folha de papel sobre a mesa de Jeffrey. O homem abriu e assobiou. Louis estava entediado, sinceramente.

- Isso é... – Jeffrey ainda fitava o papel.

- Um absurdo. – Começou Mark. – Uma pequena fortuna gasta em roupas em nome de um filho da empregada?

-Anne. – Louis pontoou, Mark estreitou os olhos para ele. – O nome da mãe de Harry é Anne. – Explicou.

Mark o encarava pasmo. Jeffrey ainda estava boquiaberto com a conta em sua mão. Louis sabia que seria muito dinheiro. Havia insistido para Harry pedir todos os modelos que quisesse e em todas as cores que quisesse, sem restrições de tecidos ou quantidades.

- Aliás. – Louis aproveitou que já estavam ali, e decidiu poupar outra discussão,  era melhor já fazer tudo de uma vez. Jogou outro papel que estava em seu bolso sobre a mesa de Jeffrey.  – Preciso que pague isso para mim.

Jeffrey abriu o envelope.  Arregalou os olhos. Olhou para Mark. Louis revirou os olhos. (Quanto drama).

- O que é? – Mark tomou o papel das mãos de Jeffrey. Passou os olhos e... – Por Deus! Você enlouqueceu? – Gritou.

- Você gasta essa quantia com prostitutas e ninguém fala nada. – Louis pontoou.

Mark enrubesceu. Dava para sentir como o ar ficara pesado. O Rei respirou fundo, Louis pensou que ele estivesse se acalmando mas então ele explodiu.

- Aquele moleque está usando você! Não é possível que você seja tão burro! – Mark jogou o papel com força conta Louis. Louis não se abalou sequer um pouco. – Ele só quer o seu dinheiro, quer se aproveitar do luxo que você pode oferecer, será que você não enxerga?  - Gritava pressionando o dedo indicador contra o peito de Louis.

A forma como Mark falava de Harry estava começando a irrita-lo. Jeffrey olhava a cena sem interferir, Louis sentia seu sangue borbulhando, mas Mark estava alheio a tudo, tomado pelo desgosto que tinha por Harry.

- Eu sempre achei que você fosse esquisito,  sempre me perguntei como é que sua mãe dera a luz a um garoto tão amargurado, mas talvez você só seja louco.

Louis se perdeu. Não havia mais nada dentro dele que o fizesse manter a calma. E assim como já havia acontecido antes, levou segundos para Louis estar segurando Mark contra a parede,  os olhos ardendo o cegando.

- Não ouse falar  da minha mãe quando foi você que a obrigou gerar um maldito herdeiro. – Louis mantinha ambas as mãos segurando firme os ombros de Mark prensados na parede. – Você matou ela, não eu.

- Eu nunca disse que você era culpado. – Mark parecia surpreso com a fala de Louis. Mas Louis não deu ouvidos, ele estava tomado pela raiva agora.

- E não ouse falar de Harry, eu me lembro de já ter avisado sobre isso. – Louis cuspia as palavras banhadas em fúria.

- Ele só quer seu dinheiro. – Mark ousou insistir. Louis apertou mais seus ombros até Mark se contorcer em dor.

- Isso não é da sua conta. Harry não é assim, ele não é como vocês,  um bando de abutres esperando por ouro. – Estava quente. Muito quente. Louis fervia. – Entretanto  se ele quiser, eu dou. Se é meu dinheiro que Harry quer, se é luxo, ele terá.  Ele terá tudo que ele quiser e não é você que vai impedir.

O tempo congelou. Houve uma pausa demasiadamente longa. Então Louis respirou novamente. Ele soltou Mark que se desequilibrou. Quando o rei se recompôs,  passou por Louis assustado.

- Você enlouqueceu de vez. – Foi o que disse quando passou pelo filho. – Ele vai nos destruir. – Mark falou para Jeffrey dessa vez. – Meu próprio filho vai destruir tudo que eu construí.

Mark saiu. Mas antes que a porta fosse fechada totalmente em um estrondo,  Louis disse as palavras que queimavam dentro de si:

- Eu não sou seu filho.

Maldição [Larry Stylinsom]Onde histórias criam vida. Descubra agora