XXV Pedaços de um Rei

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Harry Styles
Inglaterra


Harry observava o vapor de sua respiração embaçar o vidro da carruagem com a testa encostada contra a janela. A carta de Anne, bem quadrada no bolso da casaca ainda o incomodava  e ele talvez fosse lê-la mais uma vez antes de chegar ao seu destino.

No dia anterior, foi entregue por um moleque, a carta de sua mãe. Anne visitava Harry sempre que conseguia escapar  de suas obrigações no Palácio, mas com o inverno rigoroso como estava, Harry até preferia que ela não fosse, e se contentava com as cartas o atualizando sobre a vida dela e de Gemma.

Harry era muito grato à Louis por ter mantido as duas no Palácio quando ele mesmo foi embora, principalmente naquele momento, que ele assistia Londres ruindo aos poucos. Ao menos ele sabia que dentro do muros reais, as duas estavam bem e sem dificuldades.

Styles fazia o que podia, embora não tivesse muito a ser feito; o frio estava mesmo castigando a Inglaterra há meses. No entanto, quando não estava na escola de medicina, Harry ia para o salão beneficente ajudar o padre preparar e servir alguns pratos de sopas, mas não haviam mais doações,  já que o povo mal tinha comida para seu próprio sustento. O pouco que eles conseguiam, era Harry mesmo quem levava.

Como? Bem, ele não iria se sentir mal com aquilo pois era para o bem maior, então ele pedia ajuda de Anne e Gemma para entregarem à ele legumes, verduras e às vezes, carnes, que elas conseguiam pegar escondido no Palácio.

Já que Louis, aparentemente não estava fazendo nada para ajudar a população,  Harry dava seu jeito.

Ele também conseguia ajudar com pequenas doações de remédios, o povo estava morrendo de pneumonia e os suprimentos médicos não eram suficientes, além do mais, plebeus mal tinham condições de se alimentarem, imagina arcar com gastos medicinais. Então Harry distribuía os remédios, o quanto podia.

Para sua sorte, o que Anne ganhava não era tão ruim, e ele sabia que Gemma também havia conseguido seu próprio cargo dentro do Palácio, e como ambas não pagavam pela moradia, Anne conseguia guardar uma boa quantia e ainda podia mandar uma parte para Harry. Era o suficiente para ele sobreviver, ainda assim, ele tirava uma parte e usava para ajudar a quem precisava.

Novamente, Harry era grato por Louis manter sua mãe e irmã no Palácio, e grato por Louis não ter deixado de arcar com os gastos da escola de medicina, onde Harry conseguia os remédios.

Harry sentia falta de Louis. Tanta falta. Ele sabia que Louis havia se escondido atrás de árvores perto de seu hotel, algumas vezes nos primeiros meses após ter ido embora do Palácio,  e em cada vez, Harry fingia não tê-lo visto e aquilo partia seu coração em infinitos pedaços, mas Harry sabia que fez o que precisava fazer. Ele abrira mão da sua própria felicidade para garantir que Louis ficasse bem e garantir que louis cumprisse o acordo feito por Johannah. Mas tinha um limite, Harry não conseguiria assistir a vida de casal de Louis e Eleanor, então ele precisou partir para proteger seu rei.

Anne nunca lhe contava sobre o casal quando visitava Harry, ou nem mesmo nas cartas, então Harry estava completamente alheio, exceto, claro, alguns meses atrás quando um pronunciamento real fora feito.

As famílias mais importantes do país receberam cartas em suas casas, mas no centro da praça de Londres, o mesmo lugar onde Harry esteve com uma corda no pescoço um dia, o mensageiro real subiu em um palanque improvisado e leu o comunicado simples e direto:

“O Rei Louis e a Rainha Eleanor se alegram em anunciar que esperam pelo novo herdeiro.”

Isso. Mais nada.

Maldição [Larry Stylinsom]Onde histórias criam vida. Descubra agora