XXVII Início

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Rei Louis
Inglaterra
👑

Harry ficou.

Era como se Louis estivesse vivendo em uma névoa inebriante da qual ele não queria sair nunca.

Adormecer e acordar com Harry em seus braços era quente, era aconchegante, fazia Louis se sentir ainda mais poderoso, fazia ele se sentir verdadeiramente um rei. O rei do país, o dono do mundo, porque sim, o mundo agora dormia agarrado em seu peito e com os cabelos espalhados cheirando a lavanda, todas as noites.

Até mesmo o tempo parecia passar diferente e agir diferente. Com o decorrer das semanas, tudo foi ficando mais quente, dentro e fora de Louis. Eles levantavam juntos e juntos eles visitavam Eleanor, onde Harry passava a maior parte do dia. E era aquecedor.

Louis não sentia ciúmes ou qualquer coisa parecida porque seu coação se enchia ao ver o cuidado que seu garoto tinha com a rainha, era inesperado mas era sobretudo, Harry sendo como sempre fora, como Louis o conhecera anos atrás, gentil, doce, caridoso. Tudo o que Louis não conseguia ser mas que estava tentando mudar.

Ainda era difícil lutar contra si mesmo e contra o sangue que corria em suas veias, Louis tinha sede de poder, de ser a autoridade e de ser temido e obedecido, mas apenas a presença de Harry no Palácio o fazia se controlar, tentar tratar as pessoas com mais gentileza e mesmo quando ele falhava, Harry estava sempre ali para se desculpar em nome do rei, fazendo Louis entender indiretamente que aquela atitude havia sido inadequada.

Tudo estava mudando. O Rei voltara as suas tarefas que estavam há muito abandonadas. Após um sermão (esse não havia sido gentil mas Harry nunca saberia) sobre Devon não poder piscar ao lado de Harry, Louis aceitou que ele era de grande ajuda, já que no tempo em que passara bebendo pelos corredores, Devon e Jeffrey haviam feito o que podiam para manter o Palácio em pé. Mas havia muita coisa para fazer, para mudar, para concertar, e Louis estava se empenhando.

Até mesmo a neve começara  a derreter. Aos poucos as temperaturas estavam subindo e não demoraria para o solo voltar a produzir. Era a esperança de todos, a Inglaterra já havia sido castigada por tempo suficiente. Mas enquanto esse processo acontecia lentamente,  Zayn ainda se certificava de enviar suprimentos da França e Harry ainda tirava parte deles para levar à vila e ainda ajudava a servir sopa ao menos uma vez na semana. Obviamente,  agora ele levava mais vegetais e mais carne, também levava mais remédios e cobertores porque agora, Louis ordenava aos empregados que separassem tudo o que eles não necessitavam dentro do palácios, e o próprio rei acompanhava Harry e servia os pratos de sopa para seu povo.

Tudo estava mudando.

Mas Eleanor ainda parecia ter a vida retirada de si aos poucos, dia após dia.

- El, você precisa tentar.

Era manhã e Louis seguia com sua rotina de ver Eleanor sempre antes de começar o dia. Harry estava tentando alimentá-la com algum tipo de mingau porque até mesmo mastigar parecia difícil para ela. Era desolador e Louis sentia vontade de arrancar aquela criança de dentro dela. Ele pensava se era isso que havia acontecido com sua mãe na gravidez, porque era o que contavam para ele, que Johannah havia ficado fraca demais.

Eleanor engolia com dificuldade uma colherada do preparo e Harry tinha um balde ao lado caso o estômago dela rejeitasse. Gema tentava esconder as lágrimas do outro lado do quarto fingindo arrumar a penteadeira, era triste. As manhãs eram tristes e o rei se sentia culpado. Porque ele era. E embora a noite, na cama, Harry o convencesse do contrário e o convencesse de que Louis havia feito o que devia ser feito e que sabia ele não imaginava que Eleanor ficaria assim, o dia amanhecia e Louis se deparava com a realidade, de novo e de novo. E era triste.

Maldição [Larry Stylinsom]Onde histórias criam vida. Descubra agora