X. Não me deixe no escuro

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Príncipe Louis William
Inglaterra
👑


Parecia tudo bem. A noite havia sido demasiadamente esquisita mas Louis estava bem.

Depois que enterraram o corvo e Harry se despediu – ele fez um discurso para o pássaro – Louis o levou até seu quarto.  Harry precisava de um banho quente e roupas secas.  Louis mandou chamar Genevive em seu chalé para preparar a banheira, com água quente e óleos relaxantes. A garota se oferecera para auxiliar o príncipe a se despir (como era sua função) mas o caso era que aquele banho não era para ele. Louis se lavara rapidamente no banheiro de um dos vários quartos vazios. Foi necessário passar a noite no outro quarto também, os vidros da janela ainda estavam espalhados pelo chão de seus aposentos, com sangue, e o buraco na janela permitiu que a chuva entrasse. O quarto de Louis estava um caos. Assim como ele.

Depois de um tempo que era melhor nem comentar, Harry saiu da banheira e se vestiu com roupas que o Príncipe havia separado para ele. Louis fora para a cama após fazer com que Genevive preparasse o quarto ao lado para Harry passar a noite, e serem servidos com chá. 

O príncipe não havia sido atormentado por seus tradicionais pesadelos, tampouco ele havia fechado os olhos naquela noite. Imaginara em certo momento que estava ficando resfriado, por isso seu coração estava batendo acelerado e havia um frio no estômago. Ele pensava se no quarto ao lado, Harry também sentia os mesmos sintomas, não queria que o garoto adoecesse. 

Eventualmente, os sintomas foram embora, perto do amanhecer.
Então Louis estava bem. Embora sentisse uma necessidade exímia de cavalgar.

Por esse motivo seguiu até o estabulo e partiu com Hela rumo aos campos verdes. Não estavam mais tão verdes. O capim parecia estar morrendo, não haviam mais Dentes-de-leão, o frio estava castigando Londres. Matando a vegetação. O inverno estava chegando mais cedo.

Louis queria sentar-se ao pé da árvore onde várias vezes encontrara com Harry, mas estava molhado. Lamacento. De lá daria para ver o nascer do sol, mas as nuvens não estavam dando uma trégua nos últimos dias.

Louis voltou para o Palácio.  Cavalgar sentindo o vento do amanhecer contra seu corpo, o contato com Hela,  aquilo acalmava Louis. Embora ele ao menos soubesse que estava tão necessitado de calmaria.

Harry ainda dormia enquanto Louis tomava o dejejum. Genevive havia questionado receosamente se deveria acordar o garoto e se deveria pedir que colocassem um lugar à mesa para ele. Embora Louis tenha dito para não perturbarem o sono de Harry, um pensamento rápido lhe ocorrera: Harry estava se tornando “de casa”. Aquilo era sério.  Não fazia sentido algum e era extremamente sério.

- Pensei que não levantaria tão cedo. – Mark ocupou seu lugar na ponta da mesa.

- Já cavalguei, inclusive. – Louis não era de dar muitas explicações.

- Eu vi. – Mark respondeu prontamente. Louis assentiu imaginando que o Rei deveria tê-lo visto atravessar os portões com Hela. O Rei o surpreendeu. – Você e o garoto na chuva. Você estragou o jardim.

É claro. As janelas do quarto de Mark davam vista para o jardim principal.
Louis estremeceu.

Não por medo de Mark. Não havia uma única pessoa no mundo que fosse capaz de causar medo no príncipe. Ele estremeceu por se lembrar de que também achava aquilo de enterrar um corvo ao lado de tulipas, algo extremamente idiota, e ainda assim, ele fez. Sem hesitar. Ele ajudara aquele garoto enterrar um maldito corvo no jardim principal de um Palácio.

Louis não respondera nada a Mark.

- Eu não sei o que você está fazendo Louis, só espero que não destrua nossa história na monarquia britânica.

Maldição [Larry Stylinsom]Onde histórias criam vida. Descubra agora