Ponto de Vista da Luana
Hoje, dia 23 de Abril de 2000, nasceria ela, nasceria minha filha, Selena.
Eu e meu marido Victor estávamos sentados no quintal de casa, estávamos a ter uma conversa um pouco animada, com outros amigos e amigas. Estavam lá às minhas melhores amigas, Lea e Michelle, e os melhores amigos de Victor, Gabriel e Bruno. Estávamos a combinar de como seria após a chegada da Selena, já tínhamos o quarto decorado de preto e cinzento, o que foi uma confusão com todo o mundo, porque queriam que fossem cores claras, mas eu queria que Selena fosse uma rapariga diferente, queria que ela não fosse muita emotiva e patricinha que nem as outras, então desde sempre a criei de forma diferente, inclusive nos brinquedos que eu idealizei pra ela. Estávamos nesse papo todo até que... minhas águas rebentaram e logo começaram as contracções, era ela, Selena estava a vir, ia ser uma de nós, mais uma alma na família Pascoal. Eu senti as dores das contracções, e meu marido carregou-me no seu colo em direcção ao carro, juntamente com seus amigos.
Eu logo senti algumas tonturas e eu logo percebi, era o que eu mais temia, Selena iria crescer apenas com seu pai.
Seu pai era louco, ele ficava extremamente agressivo quando perdia alguém e ele não conseguia lidar com isso, e agredia o próximo. Eu sofri com isso quando ele perdeu seus pais em um acidente de carro, ele agredia-me quase todos os dias bastava se lembrar que seus pais haviam atravessado a ponte que ele não podia seguir, e às vezes ele tinha até mesmo ilusões. Se eu morresse, ele iria agredir e culpar Selena pela minha morte, mas eu nn tinha escolha, teria que me sacrificar pela minha filha, eu sei que ela seria uma mulher forte, grandiosa e extravagante, onde quer que ela passe ela iria brilhar e maravilhar todo o mundo. Sou tirada de meus pensamentos quando meu marido abre a porta do boleiante e me carrega no colo mais uma vez. Ele me reconforta, dizendo que está tudo bem...
Colocaram-me em uma cadeira de rodas enquanto eu tentava aguentar as dores das contracções, cheguei na sala de parto, deitei-me na cama de hospital que era dura como tudo. Ouço a médica falar:
Médica: Sra. Pascoal, eu sou a Dra. Martinna e preciso que faça força pra fora.
Luana: Ahhhhh! (gritei, fazendo força para trazer minha filha)
Médica: não pare de empurrar...
Luana: Hmmmmm! Hmmm! (fiz mais força, ouvi meu marido sussurrar em meu ouvido, o que me deu mais força)
Victor: está quase meu amor, continue. Traga nossa filha linda. (sussurrou meu marido)
Médica: a pressão dela está a cair, Sra. Pascoal fique connosco.
Vi todo o mundo na sala entrar em pânico enquanto meus olhos se fechavam lentamente, meu marido tinha um olhar triste, preocupado e distante. Estava estático, provavelmente já entendendo a situação...
Foi aí, que eu apenas senti tudo ficar escuro.
Ponto de Vista de Victor
Estava ali segurando a mão da minha esposa enquanto ela trazia nossa filha, quando senti seu aperto ficar mais leve, olhei nos seus olhos e vi seus olhos se fecharem lentamente, até que percebi que ela estava desacordada. Fui arrastado pra fora da sala de parto contra a minha vontade enquanto observava minha esposa ali deitada sem reacção, eu não queria, mas não conseguia deixar de pensar o pior. Única coisa que eu pensava é que, mais uma vez, perdi a pessoa que eu amava, e a culpa era dela, aquela menina estúpida.
Victor: Ahhh! (gritei em frustração, batendo em uma parede e me sentando numa cadeira na sala de espera)
Afundei minha cabeça nas palmas das minhas mãos enquanto chorava silenciosamente, enquanto isso, senti uma esperança nascer dentro de mim, esperança de que minha amada volte pra os meus braços, esperança de que possa reviver todos os momentos doces, de carícias com ela. Fiquei ali sentado preso em meus pensamentos, até que sou arrancado deles quando ouço:
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Na Sombra da Corrupção
Action.....: Selena, eu não sei o que te deu para fugir do teu querido paizinho. Mas saiba que eu vou até ao fim do mundo para te encontrar e te fazer sofrer nas minhas mãos. Tu não és digna de nenhum amor nem carinho, tu nasceste para sofrer nas minhas m...