Capítulo 36

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Ponto de Vista de Victor

Victor: O que foi, princesa? Não grita... Estou aqui apenas para conversar.

Digo num tom calmo e sinto seu corpo ficar arrepiado.

Victor: Se você gritar, eu te mato.

Sussurro para ela e lentamente retiro a minha mão da boca dela. Ela fica quieta, assim como eu mandei.

Victor: Isso, linda menina.

Me afasto e puxo uma cadeira para perto da cama, me sentando logo em seguida. Separo um pouco as pernas e apoio meus cotovelos nas mesmas, mantendo uma postura seria. Fico em silêncio por alguns momentos e deixo rolar o suspense, enquanto isso, Luana olha fixamente para mim, trémula e amedrontada.
Depois de alguns minutinhos bem tensos, claro que a tensão não batia para o meu lado, relaxo minha postura na cadeira.

Victor: Então, como vai a vida? (Pergunto com um sorriso falso no rosto)

Ela arregala os olhos com a minha pergunta repentina. Mas o que tem de mais em perguntar como vai a vida de alguém que eu conheço? Alguém que me diga.

Luana: Vai bem.

Victor: Agora vais me contar bem a história da tua morte. E caso tu falares algo que não me agrade, eu meto uma bala nessa cabecinha. Certo? (Falo com a minha postura séria de volta)

Luana: Certo.

Victor: Desembucha.

Luana: Ahm, eu não cheguei de morrer.

Victor: Claro, eu não tinha percebido. Muito obrigado pelo esclarecimento.

Falei com sarcasmo e ela revirou os olhos, parece que perdeu o medinho. Tirei minha arma e apontei bem para ela, que voltou a tremer. Aí está o que eu quero.

Victor: Revira esses olhos mais uma vez e vais saber do que eu sou capaz, se é que ainda não sabes.

Digo com um sorriso sádico e ela engole em seco. Aperto a arma contra a testa dela e elevo um pouco o tom.

Victor: Agora conta a porra da história.

Luana: Então, como eu dizia, eu pedi para as médicas dizerem que eu morri para que eu pudesse fugir de ti. Saí do país e fiz minha vida, agora voltei e estou aqui.

Victor: Luana... Ou devo dizer Helena (ela arregala os olhos). Você tem uma e única semana para decidir se me encontra na entrada bosque da cidade. Caso você aceite, você vive. Caso você negue, já sabe.

Me levanto para ir embora e quando já ia abrir a porta, me viro para dar um último recado.

Victor: Oh, não ouse abrir essa boquinha. E traz aquela pirralha mimada contigo, senão já sabes.

Saio do quarto por fim e volto para a minha vida.

Ponto de Vista de Luana

Assim que ele sai do quarto, finalmente me permito desabar. Medo, pavor e desespero é tudo que me caracteriza no momento. Não acredito que ele me encontrou nestas condições, não acredito que ele sabe minha segunda identidade, não acredito, não acredito, não acredito. Eu posso morrer, e desta vez, de verdade.
Comecei a ter um ataque de pânico e minha pressão subiu, o quadro ao meu lado começou a apitar bem rápido e logo uma enfermeira seguida de alguns médicos entraram no quarto, de repente ficou difícil de respirar. Senti uma máscara de oxigénio ser colocada sobre meu nariz e boca e fui apagando aos poucos.

Na Sombra da CorrupçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora