Capítulo 35

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Ponto de Vista de Luana

Dei a proposta de trabalho à Selena, preciso dela lá para atrair certas atenções que são necessárias para o meu plano. Ela está toda empolgada com o trabalho novo, fico feliz por ela não estar desconfiada, isso seria uma grande pedra no meu sapato. Assim que dei a proposta para ela, fui interceptada pelo Macuácua, um dos meus seguranças, enquanto ia para o meu quarto para repousar.

Luana: Aconteceu alguma coisa?

Pergunto preocupada, eles nunca me abordam numa situação em que não há nada de novo. Que não seja um inimigo novo, um pouco de paz faz bem, além de que não estou em condições de passar por uma crise agora.

Macuácua: Não, apenas preciso ter uma conversinha com a senhora.

Luana: Claro, vamos para um lugar mais privado. Me siga, por favor.

Andava até ao escritório quando sinto o corpo do Macuácua encostar o meu por trás e em seguida um pano com químicos por cima do meu nariz e boca. Tentei resistir, porém não consegui suster a respiração por tanto tempo e acabei por ceder e desmaiar. Acordei numa sala que eu reconhecia muito bem, a sala da tortura da casa.

"Há quanto tempo estou desmaiada?"
"O que fizeram comigo enquanto estive desacordada?"

Esses são os primeiros pensamentos que me vêm à cabeça assim que acordo e rapidamente lágrimas descem pelo meu rosto com a minha mente a imaginar o pior.

Macuácua: Calma, princesa. Não precisa ficar assim, se sinta em casa.

Ele fala com um sorriso debochado nos lábios, enquanto caminhava em passos lentos na minha direcção.

Macuácua: Então você acha que está no controle de tudo, não é? Como sabe estar aqui em baixo, onde ninguém sabe que a senhora está? E que ninguém quer saber sobre onde a senhora está?

Ele fala aquilo e me sinto como se estivesse num cativeiro dentro da minha própria casa. Que horrível! Será que Selena se sentia assim nas mãos do Victor? Ou será que era pior? Nunca vou saber a dor que ela passou nas mãos daquele monstro.

"Será que eu deveria mesmo lhe usar para chegar ao meu objectivo?" - pensei comigo mesma.

Meus pensamentos são arrancados de mim quando sinto uma chapada na minha bochecha que faz meu rosto arder com intensidade. Que ódio deste homem.

Macuácua: Quando eu perguntar, você responde. Entendeu?

Não respondi nada, eu sou a chefe aqui e não vou me rebaixar ao nível de ficar a escutar insatisfação de lacaio de bandido. Me poupe!

Senti outra chapada na minha outra bochecha e foi aí que eu senti a sessão de porrada chegar.

"Mas porque será que gostam tanto de me bater?" - pensei comigo mesma.

- Talvez porque você seja uma porcaria mesmo? Nunca pensou nisso? - meu grande subconsciente gritou, o que me fez ficar irritada.

A porrada não parava mais, e foi assim durante minutos que se transformaram em horas e depois daí eu já não sabia dizer quanto tempo passei aqui, e por que é que ninguém veio me procurar ainda. Macuácua todos os dias vem aqui me bater e torturar e ele sempre diz que é por eu me achar a dona da porra toda e por ter colocado aquela estranha na posição de vice-líder da gangue enquanto deveria ser ele. A tal "estranha" é a Selena, já agora.
Então ele me bate como nunca bateu antes, com tanta força que nem para gritar não tenho mais voz. É sempre a mesma coisa e eu já não tenho vontade de nada, só quero morrer aqui, não sei porquê meu corpo insiste em se manter de pé.

Na Sombra da CorrupçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora