Capítulo 11

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As acções narradas neste capítulo decorrem no momento em que Victor saiu do Edifício para casa.

Ponto de Vista de Victor

Saí daquela maldita reunião enfurecido, aquela pirralha conseguiu me irritar. Mas por sorte, eu tenho onde descarregar e por pouco não matei aquela maluca.
Estou a conduzir feito louco pela estrada, faço ultrapassagens de qualquer maneira, carros buzinam para mim, mas eu não ligo. Só quero chegar em casa para descarregar o stress do trabalho na minha pequena. É a minha bolinha de stress.
Depois de alguns minutos a conduzir, finalmente cheguei em casa, estacionei na garagem e fui para dentro. A casa está silenciosa por serem exactamente 1h da manhã, fui rapidamente até ao meu quarto, tirei o smoking e a máscara, pus uma roupa qualquer e fui até ao quarto de Selena.

Ponto de Vista de Selena

Estava a dormir quando ouço a porta do meu quarto fazer um estrondo, levantei assustada e vi meu pai. Eu já sabia o que ia acontecer, tem sido assim desde que completei 12 anos, há algumas semanas, meu pai me bate e me tortura diariamente, quando bem lhe apetece e eu não sei o porquê disso. Rapidamente me encolhi de medo no canto da cama enquanto ele se aproximava de mim.

Victor: Adivinha... O trabalho hoje me irritou muito... Alguém vai pagar por isso. A culpada de tudo és tu, a culpada de eu ser assim és tu, sua pirralha.

De todas as vezes que ele me agrediu, nunca respondi quando ele falava. Mas hoje não vai ser assim.

Selena: Mentira. Você já nasceu maluco, seu lixo. Victor você é um lixo.

Já não chamo ele de pai, nenhum pai machuca sua própria filha de propósito.

Victor: Errado. Eu não sou um lixo, sou um monstro. (Dito isso, ele começou a gargalhar alto, Carolina deveria acordar)

Lembrando de Carolina, Victor descobriu que ela me tratava bem enquanto ele não estava e espancou ela que ficou gravemente ferida. E como Victor é bipolar, levou ela para o hospital. E ela ainda fica aqui, submissa a ele, não sei porquê. Enquanto ele estava distraído a gargalhar, levantei do chão e corri como o Flash até onde ficam guardadas as facas, levei a maior que tinha ali, que era menor que a dele. Fiquei em prontidão com a faca apontada para ele, pois ele notou meus movimentos e agora vinha até mim.

Victor: Oh... Vai me desafiar? (Perguntou sarcástico e deu um leve sorriso de canto)

Eu estava trémula, eu não ia lutar com ele, isso é suicida. Não tenho um plano, só me resta correr.

Selena: 3... (Ele me olhou confuso enquanto eu contava) 2... 1...

Terminei a minha contagem e saí disparada para fora de casa na esperança de que conseguisse fugir. Não vi Victor atrás de mim e achei que ele tivesse desistido e me deixar escapar, mas percebi que estava errada, pois logo em seguida escutei dois tiros e tremi de medo, mas não parei de correr. Logo ouvi seu grito ecoar pelo quintal da casa.

Victor: Que comece o jogo!!!

Ele parecia um maníaco, aliás, ele é um maníaco, um psicopata, ele é doentio. De todas as poucas pessoas que conheço, ele é o pior, Victor Pascoal.
Eu estava a correr a mais de 20 minutos por este quintal gigante, que mais parece uma floresta de tantas árvores que tem, quantas casuarinas. Victor disparava em minha direcção algumas vezes para me assustar, eu tropeçava e caía, mas não podia me deixar levar e morrer, continuei a correr para salvar minha vida, até que cheguei a um ponto em que já não dava mais. Estou ofegante demais, meus pulmões vão cair, meu coração bate descompassadamente, minha cabeça vibra, meu corpo todo treme, preciso descansar. Diminuo o meu ritmo sento e descanso encostada a uma das árvores e logo lágrimas rolam meu rosto, abraço minhas pernas e coloco minha cabeça entre elas, onde me permito chorar silenciosamente para não atrair atenções indesejadas. Vários pensamentos invadem minha mente, mas no mesmo instante são afastados assim que eu ouço galhos caídos de árvores a serem esmagados pelos pés de alguém, tapo minha boca com a mão para não fazer barulho e fecho meus olhos, na tentativa de escapar deste mundo, mas não adiantou, os passos só se intensificavam, ele estava perto de mim, eu iria morrer agora. Sinto uma mão no meu ombro, e meu corpo gela, mas não é a mão de Victor, viro para trás assustada e vejo Carolina. Ela sorri para mim com lágrimas nos olhos.

Na Sombra da CorrupçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora