Capítulo 32

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Ponto de Vista de Luana

Assim que eu voltei para aqui, eu sempre soube que se eu a encontrasse, não seria fácil de tê-la para mim como filha, mas eu preferi tentar. Eu sempre soube que havia uma ínfima chance dela sobreviver nas mãos do Victor, e quando eu larguei tudo, eu lhe deixei na corda bamba. Quando eu voltei e vasculhei a mansão onde um dia eu chamei de minha, minha casa, meu lar, mas não confundam, não era lar porque era onde eu vivia com meu marido, era lar porque nós construímos memórias juntos lá. Como eu dizia, vasculhei a casa e não encontrei minha bebê, admito que fiquei preocupada e coloquei todos os meus homens atrás dela, e quando finalmente encontrei, descobri que ela estava associada a gangues. Não vou mentir, fiquei chocada, mas contente por ela ter conseguido sobreviver e que tenha seguido as minhas pisadas, mesmo sem saber.

Lhe observei durante alguns meses, mas não era apenas uma observação, eu filmava tudo o que ela fazia. E então comecei a pensar num plano para trazê-la até mim de uma forma que pareça coincidência, e eu, incrível como sou, consegui. E agora estou aqui, sorrio vitoriosa e triunfante enquanto lhe mostro o ecrã do telefone que contém as gravações dela. Ela está completamente chocada e eu adoro isso, meu coração se aquece e mergulha num mar de sensações esplendorosas. Entrego o telefone de volta ao segurança que me entregou e começo a dar pequenos e lentos passos à volta da Selena, que ainda se encontra chocada, com um olhar distante.

Luana: Então... Filha, o que me dizes agora? Vais ou ficas?

Sussurro num dos ouvidos dela enquanto ela continua parada, meu sorriso só consegue aumentar. Caminho mais um pouco e me coloco de frente para ela, bem próximo ao seu rosto e então eu continuo a falar.

Luana: Eu não queria que fosse assim, mas tu não me deste outra escolha, querida.

Digo e faço carinho na sua bochecha, sentindo seu corpo se arrepiar sob o meu toque. Meu sorriso aumentou. Ela me quer por perto, só não quer admitir.

Luana: A mamã voltou de viagem e a única coisa que ela queria era que a sua filhinha a recebesse de braços abertos. Mas a filhinha foi mal comportada e vai ficar de castigo, entendeu?

Faço uma pergunta mas não obtenho resposta. Decido repetir.

Luana: Entendeu, filha?

Pergunto novamente e já estava a começar a ficar sem paciência.

Luana: ENTENDEU?!

Levanto o tom e dou uma chapada bem na cara dela, que ainda com o olhar distante, coloca a mão sobre o local onde teve o impacto.
Me arrependendo do que fiz com a minha filha, rapidamente meus olhos se enchem de lágrimas e eu lhe envolvo num abraço, mas quando ia tornar o abraço apertado sinto um empurrão que me impulsiona para trás, seguido de uma carga de porrada por todo o meu corpo. Quando meus seguranças iam se aproximar para tirar minha filha de cima de mim, eu faço um sinal com a mão para que eles parassem. Eu mereço isto, nunca deveria ter levantado a mão contra a minha própria filha, eu fui uma péssima mãe, vou tentar me redimir.

Ponto de Vista de Selena

Assim que vi o vídeo que rodava no ecrã minúsculo do telefone, meu mundo desabou e eu fiquei sem chão. Fiquei num transe completo ainda a tentar processar e digirir a informação.
Sou quase arrancada do meu transe por uma chapada bem dada no meu rosto, ainda por dentro do transe, levo, lentamente, uma das minhas mãos à minha bochecha atingida, depois sou envolvida por braços, quando os braços iam tornar o abraço apertado, finalmente recupero do transe e empurro a maluca para longe do meu corpo, iniciando a minha favorita sessão de porrada. Os seguranças iam se aproximar, mas ela, por algum motivo impediu a sua aproximação. Não liguei e aumentei a carga de porrada, desferi golpes e golpes, e em segundos ela estava no chão comigo em cima dela.

Na Sombra da CorrupçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora