Capítulo XXVI

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FOI ENGRAÇADO VER O DESESPERO DE VOCÊS MAS EU TENHO UM CORAÇÃO MOLE ENTÃO APROVEITEM 💓

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Valentina POV

Quando a onda me atingiu, ela arrancou Luiza da minha mão e me empurrou para cima e para
baixo e em círculos. Eu tossia e engasgava e não conseguia respirar, e as ondas me puxavam de volta sempre que eu dava um jeito de colocar a cabeça acima da água.

— Luiza! — gritei o nome dela várias vezes, lutando para evitar que a água entrasse pela
garganta. Olhei ao redor, mas não consegui vê-la.

Onde você está, Lu?

O tronco de uma árvore bateu nos meus quadris e senti uma dor pelo corpo todo. Uma
quantidade interminável de escombros me circundava, mas não havia nada grande o suficiente para eu agarrar antes que passasse por mim, levada pelas ondas encrespadas.
Diminuí o ritmo da respiração, tentando não entrar em pânico.

Ela tem que lutar. Ela não pode desistir.

Boiei para poupar minhas forças, berrando o nome dela e esperando atentamente por uma
resposta. Nada além de silêncio. Uma segunda onda me atingiu, dessa vez menor, e afundei de novo. Um enorme galho de árvore flutuava perto de mim quando consegui subir à superfície e me agarrei nele. Pensar em Luiza tentando conservar a cabeça acima da água me matava. Ela tinha horror a ficar sozinha na ilha, mas ficar sozinha no oceano era um pesadelo que nenhuma de nós tinha sequer imaginado. Ela dizia que
se sentia segura comigo, mas agora eu não podia protegê-la.

Eu só deixei você, Lu, porque não dependia de mim.

Voltei a gritar o nome dela, fazendo uma pausa de um minuto antes de tentar de novo. Minha
voz ficou cada vez mais fraca e minha garganta ardia de sede. O sol, alto no céu, me castigava, meu rosto já pinicava por causa da queimadura.
O galho de árvore, encharcado de água, afundou.

Não havia nada mais para segurar; por isso, eu
alternava entre bater os pés para manter a cabeça fora da água e boiar.

Eu lutava para manter a cabeça fora da água. O tempo passou, e o cansaço aumentou. Apertando
um pouco os olhos para tentar enxergar a distância, avistei uma viga de madeira flutuando. Meus braços e minhas pernas quase não tinham mais forças para me impulsionar até ela. Eu a agarrei e agradeci quando percebi que ela aguentava o meu peso sem afundar.

Deitei o rosto na madeira e avaliei minhas opções. Não levei muito tempo para perceber que eu não tinha nenhuma.

Luiza POV

O homem usando roupa de mergulho pulou na água perto de mim. Falou algo, mas não consegui escutar por causa do som da hélice do helicóptero. Ele mantinha minha cabeça fora da água e fez sinal com a mão livre para alguém baixar uma cesta.

Eu não tinha certeza se era verdade ou se era um sonho. O homem me colocou na cesta, que foi puxada por outro homem dentro do helicóptero. Eles a baixaram mais uma vez e pegaram o homem com roupa de mergulho.

Eu tremia descontroladamente em minha camiseta e meu short. Eles me enrolaram em
cobertores, e lutei, no meio do maior cansaço que já senti na vida, para dizer as palavras que eu
queria.

— Valentina — O som saiu pouco mais alto do que um sussurro, e ninguém no helicóptero me ouviu — Valentina— repeti, um pouco mais alto.

O homem levantou minha cabeça e colocou uma garrafa de água nos meus lábios. Bebi, saciando
minha sede devastadora. A água fresca amaciou minha garganta, e reencontrei minha voz.

Valu - Na ilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora