Capítulo VIII

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ATE AMANHÃ 🥰

PS: INFELIZMENTE O WATTPAD ME ODEIA E NAO TA NOTIFICANDO OS CAPÍTULOS 😭


Valentina POV

Luiza estava deitada de lado, virada pra mim, ainda dormindo. Os cortes no seu rosto estavam sarando, e, para a sorte dela, nenhum parecia profundo o suficiente para deixar uma cicatriz.

Se ela abrisse os olhos, me pegaria olhando para ela, então me arrastei para fora do bote e busquei dispersar os pensamentos que andavam vagando em minha mente

Luiza acordou dez minutos depois. Comemos coco e fruta-pão de café da manhã, e depois escovei os dentes, enxaguando com água da chuva.

— Aqui — falei, entregando a escova e a pasta de dentes para ela.

— Obrigada. — Ela colocou pasta na escova e escovou os dentes.

— Talvez haja outro avião hoje — refleti.

— Talvez — disse Luiza

Mas ela não olhou para mim enquanto falava.

— Quero dar mais uma olhada por aí. Ver o que mais tem nessa ilha.

— Temos que ter cuidado — alertou ela. — Não temos sapatos.

Dei a ela um par das minhas meias para que seus pés não ficassem completamente descalços. Eu me abaixei atrás da cabana, coloquei minha calça jeans para proteger as pernas dos mosquitos e entramos na floresta.

O ar úmido se instalou na minha pele. Passei por uma nuvem de mosquitos, mantendo a boca fechada e espantando-os com as mãos. Fomos mais para o interior da ilha, e o cheiro de plantas
podres ficou mais forte. As folhagens acima de nós bloqueavam quase toda a luz do sol, e os únicos sons que ouvíamos eram os galhos se partindo e a nossa respiração enquanto inalávamos o ar pesado.

O suor encharcava minhas roupas. Continuamos em silêncio, e imaginei quanto tempo levaria para abrirmos caminho entre as árvores e chegarmos até o outro lado. Chegamos lá quinze minutos depois. Luiza estava logo atrás de mim, então eu vi primeiro.

Parando bruscamente, me virei e fiz um sinal para ela se apressar. Ela me alcançou e sussurrou:

— O que é aquilo?

— Não sei.

Uma choupana de madeira, mais ou menos do tamanho de um trailer, se erguia quinze metros à frente. Talvez outra pessoa morasse na ilha. Alguém que não se preocupava com apresentações.

Andamos até a choupana com cuidado. A porta da frente pendia aberta, com as dobradiças enferrujadas, e demos uma espiada no interior.

— Olá? — disse Luiza

Como ninguém respondeu, atravessamos a soleira da porta e pisamos no chão de madeira. Havia outra porta do lado oposto do cômodo sem janelas, mas estava fechada. Não havia nenhum móvel.
Cutuquei uma pilha de cobertores no canto, e pulamos para trás quando uns insetos voaram de lá.

Quando meus olhos se ajustaram à pouca luminosidade, percebi que havia uma grande caixa de ferramentas de metal no chão. Eu me abaixei e a abri. Havia um martelo, diversos pacotes de pregos
e parafusos, uma fita métrica, alicates e um serrote. Luiza encontrou algumas roupas. Pegou uma camisa, mas a manga se soltou.

— Pensei que talvez pudéssemos usar isso, mas deixa para lá — disse ela, fazendo uma careta.

Abri a porta do segundo cômodo, e entramos bem devagar. Sacos vazios de batatas fritas e embalagens de balas estavam espalhados no chão. Perto, havia um recipiente de plástico com uma
abertura larga. Eu o peguei e olhei para dentro. Vazio. Quem quer que morasse aqui,provavelmente o usava para coletar água. Talvez, se tivéssemos explorado a ilha mais um pouco,andado além e encontrado a choupana mais cedo, não tivéssemos sido forçadas a beber a água do lago. Talvez estivéssemos na praia quando o avião sobrevoou nossas cabeças.

Valu - Na ilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora