November Rain • Drarry

O plano

Capítulo Dois

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─ Maldito seja! Devo está contaminado com os germes Potter.

Draco praguejou lavando as mãos ferozmente na pia do banheiro de seu dormitório na sonserina. Ele ensaboava as palmas, entre os dedos e as costas das mãos como se tivesse muita gordura sobre elas. Seu rosto tinha uma expressão ameaçadora. E seu tórax subia e descia de forma rápida. Ele estava louco, completamente transtornado de pura raiva. Não que vivesse no modo calmo lufa-lufa de qualquer maneira, ele sempre estava com raiva, xingando e implicando com todo mundo. Ameaçando outros alunos do castelo e sendo um completo estúpido. Mas desta vez sua raiva era diferente da habitual, não era algo que o divertia e dava prazer. Era raiva que lhe causava pânico.

Draco havia sonhado com Harry na noite anterior. Especificamente os olhos verdes de Harry. Ele não conseguia tira-los da cabeça. Estava impregnado no seu subconsciente. Ele sonhava com aqueles olhos dia após dia. Durante a droga de uma semana inteira desde que enfrentou Potter pela última vez. E todas as vezes em que sonhava, acordava assustado porque era sonhos bons... muito bons. Não bons do tipo que Draco estava acostumado, eram bons em essência, porque continham pureza.

Já tinha sonhado com Potter antes mas eram sempre sonhos em que ele de alguma forma o perseguia e o atormentava. O expondo ao ridículo ou até mesmo com um mundo bruxo livre do mestiço. Mas agora, aqueles sonhos bons em admiração aos olhos verdes do idiota grifinório eram demais para lidar. Porque nos sonhos Draco não era Draco Malfoy. Draco não atormentava Harry. Draco não caçoava de Harry. Draco não o humilhava ou desejava sua morte. Draco apenas queria Harry.

─ Que diabos! ─ levantou seu olhar para o espelho do banheiro e observou seu próprio reflexo por alguns poucos segundos. Buscando compreender o que é que tinha mudado desta vez. Lavou o rosto com a água morna e fechou a torneira saindo apressandamente para seu dormitório. ─ Por que não consigo parar de pensar e sonhar com aquele idiota? Por que?

─ Não consegue parar de pensar em quem? ─ uma voz feminina o tirou de seus pensamentos sombrios e ele notou a figura apoiada sobre o batente da porta de seu quarto, com os braços cruzados sobre o peito. A garota de cabelos escuros tinha uma pose tranquila mas um semblante sério. Pansy Parkinson aguardava pacientemente por uma resposta.

─ Já não disse que você deve bater na porta antes de entrar? ─ ele estalou a língua no céu da boca com desdém e a encarou de forma fria.

─ Se você ainda não notou, Draco, eu não estou dentro do seu quarto ainda. ─ ela sorriu, divertindo-se. ─ Você está meio atrasado para a refeição, o que não é um costume seu, estava preocupada e vim ver o motivo. Então, quem é que você não consegue parar de pensar? ─ voltou a perguntar com curiosidade.

─ Potter... ─ respondeu Draco, enojado.

─ Ah claro, Potter. Você está sempre obcecado com ele, não é uma surpresa. Então o que ele fez agora?

─ Não fale absurdos, não sou obcecado por aquele insuportável. ─ cuspiu furioso e enxugou o rosto em uma toalha pequena de algodão egípcio e Pansy do outro lado apenas revirou os olhos. ─ Tenho tido sonhos ruins com ele há dias. Nem nas noites em que deveriam ser tranquilas consigo me livrar daquele rosto-de-cicatriz.

Pansy não respondeu e apenas observou Malfoy jogar a toalha em um canto qualquer para que os elfos domésticos recolhecem depois. O loiro seguiu em direção a ela, sinalizando para que saísse imediatamente de sua frente e o dois caminharam lado a lado até o salão comunal da sonserina. Pansy foi a primeira a quebrar o silêncio.

─ Sonhos, huh? De que tipo? ─ perguntou seca.

─ Não é da sua conta! ─ rebateu desrespeitosamente e bufou de raiva se reprendendo por isso. ─ Por Merlin! São só sonhos diferentes dos quais nunca tive antes. Sonhos em que não implico com ele e não tenho raiva dele, o que é completamente bizarro pois estou sempre com raiva dele. ─ mordeu o lábio inferior e colocou suas mãos nos bolsos na calça enquanto ambos saiam pela passagem da sala comunal da sonserina e se direcionavam agora para o salão principal. ─ Isso já tem ocorrido a uma semana, estou sentindo falta dos sonhos em que vejo ele morrendo de forma agonizante. ─ brincou e riu com sua própria fala.