Desculpas

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Capítulo Quatro


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ㅤㅤNa fria manhã do início do inverno quando os flocos de neve atingiam-se contra a janela do dormitório da grifinória, acumulando e formando crostas de gelo sobre os peitoril de pedra. A madeira rangeu. O ruído sibilante do vento soou alto como um grito desolador de uma alma aflita.

Harry se sentia indisposto para levantar da cama pois estava desanimado demais com o rumo que as coisas vinham se formando em torno de sua vida. Estava sendo difícil lidar com a pressão esmagadora do torneio Tribruxo, ainda conciliar com as últimas atividades escolares e com a fama não tão repetina assim. E para completar, havia um outro motivo adicional para suas dores de cabeça, este de cabelos ruivos e sardas salpicadas no rosto: Ronald Weasley.

Ron estava indiferente com Harry. As vezes eles se davam bem e outras vezes discutiam porque Ron ainda duvidava que o amigo não havia posto seu próprio nome no cálice de fogo. Hermione tentava apaziguar as coisas, mas as vezes nem a determinação grifinória dela conseguia fazer os dois cabeças duras entrarem em um acordo. E o trio estavam mais distante do que nunca.

Naquela manhã de quarta-feira, a única coisa que Harry desejava era poder dormir por mais algumas horas e esquecer de sua própria existência, mas com a segunda prova do torneio chegando em dois meses e os deveres escolares, Harry sabia que tinha que se esforçar mais do que qualquer outro ali.

Bufando de frustração, ele chutou suas cobertas para longe e caminhou em direção ao banheiro. Em algum determinado tempo depois de está limpo e arrumado, desceu para a sala comunal da Grifinória encontrando uma cabeleira familiar por detrás de um livro de poções. Hermione lia atentamente e se não fosse por ele pigarrear para chamar sua atenção ela nem teria o notado.

─ Harry! ─ chamou com um sorriso alegre no rosto. ─ Estava esperando por você. Você está em cima da hora, se demorasse mais poderíamos até mesmo perder o café, mocinho. ─ falou e Harry sentiu-se como um filho levando um puxão de orelha da mãe.

─ Desculpe. ─ sorriu de volta. ─ Não quis encarar Ron de novo.

─ Vocês dois ainda não se resolveram? ─ suspirou ela, levantando-se do sofá e caminhando até o rapaz. ─ Você sabe que terão que fazer as pazes logo, não é? Harry vocês não podem continuar assim.

Ele suspirou profundamente.
─ Eu sei, Hermione. Eu prometo que vou tentar conversar com ele novamente depois, apenas me dê um tempo para ganhar mais coragem. Você sabe como ele é.

Ela ponderou por alguns segundos então balançou a cabeça em concordância, guardando seu livro na mochila.

─ É, eu sei como ele pode ser bem teimoso as vezes, não é tão diferente de você, sabe. ─ sorriu desarmando completamente o garoto que não pôde discordar, apenas riu fraco. ─ Eu disse para Ron que esperaria você para que fôssemos comer todos juntos, embora eu ache que ele nem sequer me ouviu porque nem olhou para mim. ─ seu semblante agora demonstrava uma leve chateação. ─ Então vamos logo, estou faminta.

Harry assentiu e, enquanto caminhavam juntos em direção ao salão principal. Em todo o percurso até a mesa da grifinória se manteve quieto. Recusava-se a abrir a boca e arriscar ter que ouvir mais sermões de Hermione. Estava cansado demais para lidar com isso agora. Com uma tristeza em seu olhar mais profundo que um lago obscuro, e Granger percebendo isso não fez perguntas.

Assim que entraram no salão, o aroma convidativo do café da manhã que preenchia o ar aguçou o apetite de Hermione. Harry por outro lado, estava com o seu estômago embrulhado. Mesmo após ambos sentarem-se à mesa e começaram a comer em silêncio, ele se esforçava para tomar um gole de suco de abóbora e mordiscar alguns biscoitos, mas parecia que tudo não tinha sabor algum.

November Rain • DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora