November Rain • Drarry

A Arte da Mistificação

Capítulo Dez

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ㅤㅤO vapor da locomotiva formava nuvens de fumaças cinzentas, enevoando pelo ambiente. As grandes rodas de ferro rangiam assim que começavam a girar lentamente pelos trilhos. O expresso de Hogwarts afastava-se da plataforma 9¾ e das famílias de bruxos que despediam-se em acenos, acompanhando com os olhos cheios de alegria para seus filhos abordo. A medida que ia ganhando velocidade a composição ia desaparecendo rumo ao horizonte com o destino selado em Hogwarts.

Os alunos se misturaram e arranjaram lugares entre os compartimentos, respectivamente ao lados daqueles de suas próprias Casas e quem tinham mais afinidade. A bruxa do carrinho de doces passavam pelo corredores oferecendo bolos de caldeirão, tortinhas de abóbora, sapos de chocolate e feijõezinhos de todos os sabores.

Pansy comprou uma boa quantidade de varinhas de alcaçuz para si e para os dois rapazes que compartilhavam o mesmo vagão com ela.

─ As minhas férias foram incríveis! ─ declamou Zabini, sua fala e gestos excessivos chamavam a atenção. ─ Primeiro viajei para o Brasil, um país tropical com um clima tão agradável, quente. Os bruxos de lá são tão diferentes dos daqui. Vocês sabiam que eles tem uma loucura por futebol bruxo? Pensei que nós éramos obcecados mas eles superam!

─ Do jeito que você descreve fazem as minhas férias parecerem tediosas. ─ comentou Pansy sobre o veemência de seu amigo, esbanjando um beicinho triste. Ela mastigou um alcaçuz logo depois.

─ Pode ter certeza que foram porque vocês sabiam também que eles tem uma ilha chamada ilha das cobras? É como se fosse a própria ilha de Slytherin. Draco, algum dia temos que ir juntos para o Brasil, cara! ─ o moreno encarou Malfoy com um brilho nos olhos tão alarmantes que faria qualquer um aceitar o convite imediatamente. ─ Depois os meus pais e eu descemos para a Argentina, Cataratas do Iguaçu e vocês não vão acreditar...

Enquanto Zabini continuava verbalizando animado. Draco observava através da janela do trem como se buscasse por alguma coisa entre os lagos, as árvores e colinas enterrados sobre o acúmulo de neve que pintavam uma vivaz imagem da ruralidade inglesa a metros de distância. Ele sequer ouvira uma palavra que os seus amigos diziam. Sua mente parecia estar em outro lugar.

─ Ei, você está me escutando? ─ perguntou Zabini acenando na frente do loiro que nem mesmo olhou para ele.

─ Nem perca o seu tempo. Ultimamente Draco tem assuntos que parecem serem mais importantes do que nós.

Zabini arqueou uma sobrancelha e observou. Malfoy nem sequer estava prestando atenção. O moreno se perguntava em que momento Draco já devia estar desatento e alheio ao que ele contava. Alguma coisa lhe dizia que era desde que entraram no trem.
Subitamente ele mudou de assunto.

─ Certo então, como está o plano para consquistar Potter mesmo?

Os pensamentos de loiro foram totalmente dissipados e seus olhos azuis focaram em Zabini assim que ouviu o sobrenome do seu inimigo. E tanto Blaise como Pansy agora tinha suas sobrancelhas arqueadas. Os dois riram e Draco nem sequer entendeu o porquê. Quando as risadas foram cessando as poucos Draco suspirou e finalmente abriu a boca para dizer algo.

─ A última vez que falei com Potter foi a duas semanas atrás, no baile de inverno.

─ É por isso que você está tão chateado? Por que o plano está parado?

Ele balançou a cabeça vagamente e voltou a olhar para a janela do trem, ajeitando seu cachecol verde sonserina envolta de seu pescoço.

─ Não, eu o convidei para sair e ele aceitou