Consequências e Hormônios

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Capítulo Treze

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[ Aviso: Esse capítulo contém cenas descritas levemente como maduras que podem ser desconfortáveis para a leitura de alguns. Caso você seja um desses recomendo pular esse capítulo ]

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Segunda-feira.
27 de fevereiro de 1995.

ㅤㅤNo início da manhã, quando a maioria dos alunos de Hogwarts ainda dormia profundamente em suas camas, Draco Malfoy acordou assustado. Seus olhos cinéreos estavam arregalados e seus cabelos loiros e sedosos, que sempre eram impecavelmente alinhados, agora estavam desgrenhados e meios úmidos pelas gotas de suor que se formavam em sua testa. Seu tórax subia e descia rapidamente. Com a respiração entrecortada, tentava desesperadamente puxar mais ar pela boca. O loiro empurrou suas cobertas para baixo e assustou-se consigo mesmo.

Logo lembrou-se do sonho que tivera e, como se não pudesse piorar, lembrou-se detalhadamente de quem era o foco de seu sonho: Potter.

"Isso não pode estar acontecendo!", pensou, olhando com preocupação para os lados de seu quarto, buscando qualquer risada ou deboche que pudesse surgir. A vergonha era clara em sua expressão, mas para seu alívio, não havia ninguém ali. O loiro empurrou o resto das cobertas com os pés e correu para o seu banheiro, agradecendo a Merlin por seu sobrenome ser Malfoy. Com o poder que sua família possuía, ter um quarto só seu nas masmorras da Sonserina era a melhor coisa do mundo naquele momento. Ele tinha algo que a maioria dos outros alunos de Hogwarts não tinha: privacidade.

─ Merda. ─ murmurou assim que fechou a porta atrás de si, olhando para os lados e depois para baixo, em direção ao grande volume que tinha agora.

Aquilo estava mesmo acontecendo? Por quê? Como? Havia tantos questionamentos rondando em sua cabeça que, sem saber o que deveria fazer, o loiro encostou-se na parede do banheiro e praguejou, como se as respostas das perguntas que agora fazia para si mesmo não fossem óbvias demais.

A dois dias atrás, ele havia beijado Potter pela primeira vez, logo depois de uma pequena discussão entre ambos. O beijo, uma atitude totalmente irracional levada primeiramente pelo instinto de atormentar o grifinório, acabou resultando em muito mais do que massagear o ego de Draco e causar pânico em Potter. O beijo também havia mexido com ele, muito mais do que pensara que pudesse. Abalou toda a sua estrutura óssea e selou prazer na sua carne e pele.

Claro que o segundo fator motivador também foi o seu próprio desejo de ter Harry para si, mas ele jamais se permitiria admitir isso.

E agora, desde tal acontecimento, Draco não conseguia esquecer o que sentiu. Ele passou o resto do final de semana todo evitando Potter, temendo que, se o visse, acabaria cedendo à sua segunda parte que desejava o rapaz. E, consequentemente, agarraria o grifinório independentemente de onde ele se encontrasse. E o beijaria.

Era para mexer apenas com os sentimentos de Potter, não com os seus. Draco odiava sentir-se assim e, ainda mais, em fazer o que estava fazendo agora.

Foi com uma estranheza de sentimentos e sensações que levou conscientemente a costa da mão livre até sua boca para bloquear os suspiros de sairem mais altas do que gostaria. Porque mesmo que estivesse sozinho em seu próprio banheiro, ele ainda sim sentia como se houvessem vários olhos julgadores lançando-lhe negações e críticas por ele está se praticando algo tão constrangedor pensando em seu inimigo.

Ele conseguira vizualizar perfeitamente os olhos verdes esmeraldas de Potter o mirando. Aqueles cabelos rebeldes espalhados por todos os lados e os braços um pouco musculosos marcando sobre o uniforme vermelho da grifinória. O corpo pequeno e magro e os lábios macios e avermelhados.

November Rain • DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora