Chocolates não são divertidos

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Capítulo Oito


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ㅤㅤEra véspera de natal. A neve caia fora do castelo e o frio congelava as pontas dos dedos de cada jovem, até mesmo os fantasmas de hogwarts reclamavam da gigantesca nevada. Faltavam-se agora apenas algumas horas para o baile de inverno e para o que todos os alunos mais ansiavam, o início das ferias.

Draco acordou naquela manhã muito bem disposto. Apoderou-se de suas vestimentas entregues pelo correio-coruja e as guardou cuidadosamente para o evento do dia seguinte. O resto da manhã foi como em qualquer outro dia em Hogwarts. Diretor Dumbledore em mais um de seus discursos longos e tediosos deu início aos preparativos para o evento. Os alunos foram designados a tomar seus cafés da manhã no salão principal como de costume, e a tirarem o resto do dia para descansarem e focarem suas atenções nas festividades.

Haviam muito estrépitos no salão naquela dia, mas Draco estava muito mais preocupado em permanecer envolto de seu próprio mundinho. Com os olhos fixos nas pontas de seus dedos que ele esfregava uns aos outros como se houvesse algum pózinho sobre eles.

Pansy pigarreou para chamar sua atenção enquanto jogava-se no assento ao seu lado. Pelo menos ela, aparentemente, estava bastante animada. Havia passado a semana toda ansiosa para estrear seu melhor vestido ao lado do seu par, e o mais gato de hogwarts, Malfoy. Ela passou os dias comentando sobre isso com outros colegas sonserinos, exceto com Draco, pois ele odiava conversar com ela sobre o evento, ou sobre qualquer coisa que não fosse Potter.

─ Está ansioso para amanhã? ─ perguntou com brilho nos seus olhos, pondo seus cotovelos na mesa e apoiando o queixo sobre as mãos.

Mas Draco não respondeu e continuou esfregando as pontas dos dedos com uma análise metódica. E com a falta de uma resposta, Pansy ficou levemente incomodada.

─ Draco, você está me ouvindo? ─ repetiu, estalando seus dedos próximo ao rosto do loiro, afim de chamar a atenção por meio daquele gesto singelo.

─ Estou. ─ respondeu por fim, sem olhar para ela, ainda bastante atento ao leve movimento em que fazia. E ignorando totalmente sua primeira pergunta ele continuou. ─ A segunda parte do plano ainda está em andamento.

O loiro finalmente ousou um olhar neutro para ela e Pansy arqueou as sobrancelhas visivelmente confusa.

─ Os presentes. Comprei algo para ele. Sua coruja deve chegar a qualquer momento trazendo.

Pansy tentou sorrir mas não conseguiu fingir que tinha ficado feliz com aquilo. Draco estava esquisito, agindo de forma indiferente. Era como se estivesse perdido em seus próprios pensamentos ou não fosse ele mesmo, com aquele tom tingido de raiva que era comum vindo dele. Muito pelo contrário, era só uma neutralidade esquisita, uma voz calma, um olhar cândido. E ele só sabia falar sobre Potter, o que estava começando a ficar chato para a garota.
Tentando uma abordagem diferente ela prosseguiu:

─ Ah claro, sua obsessão. Esqueci que agora está completando focado nisso. Então, o que ele falou ontem mesmo?

Draco não ligou para o comentário dela, afinal foi ela quem o meteu nesse rolo a princípio, então teria que lidar com isso agora. Ele apenas se ajeitou no banco e respirou fundo.

─ Nada demais.

─ Ah, sei... ─ comentou. Agora que parava para analisar o sonserino, Pansy poderia dizer que Draco parecia tão diferente do mesmo garoto que sempre estava acostumada a ver. Draco não havia até o momento praguejado ou insultado Potter, o que era estranho devido ao fato que o grifinório era o seu grande inimigo. Parkinson pensou, então resolveu questionar algo que já tinha se passado por sua mente antes, porém nunca se atreveu a perguntar. ─ Draco, quando você dizia que queria Potter morto e sonhava com isso, você realmente falava sério?

November Rain • DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora