Esperança

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- Rápido! Peguem toalhas! Amanda segure a mão de Fergus e aperte. Respire e inspire, Amanda! Respire e inspire! - Minha mãe diz enquanto se prepara para fazer o parto de Amanda.
- Eu estou com você amor, não vou sair do seu lado, respire fundo. - Fergus.

Enquanto o avião cortava os céus em pleno voo, a equipe a bordo agia com uma mistura de calma e urgência. Com a experiência e treinamento, todos se uniram para transformar a cabine do jato em um improvisado centro de parto.
Amanda com uma força inabalável, enfrentava as contrações com uma determinação inabalável. Seu rosto refletia uma mistura de dor e esperança, enquanto ela se preparava para dar à luz em um lugar improvável, mas seguro.
Mesmo sem uma equipe médica, minha mãe experiente, agiu rapidamente para garantir o bem-estar da mãe e do bebê. Com suprimentos médicos improvisados e uma meticulosa atenção aos detalhes, estávamos prontos para enfrentar qualquer desafio que surgisse durante o parto.
Enquanto o avião continuava sua jornada pelos céus, o milagre da vida se desdobrava naquela cabine. Com o apoio amoroso de seu marido e de todos nós, Amanda trazia seu filho ao mundo em meio ao rugido dos motores e ao zumbido dos sistemas de navegação.
E então, em um momento de pura maravilha, o choro do recém-nascido encheu a cabine, trazendo uma mistura de alívio e alegria para todos a bordo. Num instante, o jato particular se tornou o palco de um dos eventos mais extraordinários da vida, onde a força do amor e da vida superou todas as adversidades.
Quem imaginaria que isso aconteceria, no meio de um local cheio de tristeza e amargura, uma luzinha nasce e tira toda angústia de cada um neste voo.

- Parabéns, é uma menina! - Minha mãe diz entregando a nova recém chegada à família para os braços de sua mamãe.
- Ah, isso é tão incrível... - Sebastian diz dando tapinhas nas costas do irmão.
- É mais que incrível... - Fergus diz com os olhos cheios de amor enquanto acaricia a cabeça da filha.
- Eu te amo... Você acabou de vir ao mundo no meio de um conflito entre todos nós, seu nome será Asha, pois você foi o início de nossa esperança. - Amanda diz abraçando a filha.

Mesmo estando feliz, sinto uma pontada no peito, não pude ver meu filho crescer, não sei nem ao menos o nome que lhe foi dado, uma parte de mim gostaria de voltar no tempo, e dar um jeito de mudar tudo, mas outra parte de mim sente que nada foi em vão. Jasper olha pra mim, e parece sentir a mesma sensação, ele vem em minha direção e diz baixinho...

- Phillip... - Jasper diz chegando o acento mais perto do meu e segurando minha cintura. Sem ter forças pra falar, coloquei a cabeça no peito dele e chorei. Senti uma mão em meu ombro esquerdo, olhei pra cima e vi Sebastian, do lado dele estava Anderson, o olhar deles era de puro amor e compreensão.

- Sabe que somos uma família não é? - Sebastian.
- Claro que sei. - Digo fungando o nariz.
- Então sabe que iremos mimar muito seu bebê, não é? - Anderson diz com um sorriso.
- Vamos aprontar muito com o seu mini Jasper, haha! - Fergus diz olhando pra mim com um sorriso travesso.
- E é por isso que ficarei de olho em vocês o tempo todo. - Jasper diz sorrindo olhando para os meninos.
- Elizabeth, você quer segura-lá? - Amanda.
- Não sei se deveria... - digo com receio.
- Não se preocupe, apenas relaxe. - Meu pai.

A sensação de pegar um recém-nascido pela primeira vez é mistura de delicadeza, reverência e uma onda de emoções avassaladoras. Ao segurar esse pequeno ser humano em meus braços, senti uma sensação de admiração diante da fragilidade e da pureza que ele representa. Cada toque parece transmitir uma conexão instantânea e uma responsabilidade imensa, enquanto sou envolvida por uma sensação de ternura e amor profundo. Os sentimentos de admiração, cuidado e alegria se entrelaçam, criando um momento único e inesquecível que é difícil de descrever completamente, mas que deixa uma marca indelével no coração.
Depois de segurar Asha por alguns minutos, entrego ela para os braços da mãe.
O sol despontava no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e dourado, enquanto o jato particular descia graciosamente em direção à pista de pouso. As nuvens pareciam dançar em torno da aeronave, como se estivessem saudando sua chegada. O som do motor diminuiu gradualmente, dando lugar a uma calmaria quase palpável, que contrastava com a agitação do voo.
A cada segundo, aproximávamos da ilha, revelando detalhes antes invisíveis: árvores que se encurvavam com a brisa matinal, uma mansão ao lado de um imenso jardim distante, e finalmente, o asfalto da pista, imaculadamente estendido como uma faixa de boas-vindas.
Com um toque suave, as rodas tocaram o solo, dissipando qualquer dúvida sobre a habilidade do piloto. O jato deslizou majestosamente pela pista, diminuindo a velocidade até que, finalmente, se imobilizou em uma parada perfeita.
No interior da aeronave todos estávamos ansiosos para pisar em terra firme. O capitão anunciou o sucesso do pouso, e um suspiro coletivo de alívio encheu a cabine. Era uma manhã de chegada, de novos começos e promessas, e o jato particular, com sua elegância inconfundível, era o veículo para esses sonhos aterrissarem e se tornarem realidade.

Meu Privado Mundo - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora