Meu Privado Mundo - Parte 1

Fênix 1.0

Sim, ela voltou...

Arteise On

Era uma vez, uma linda garota, de olhos azuis, cabelos ruivos como brasa ardente, um sorriso encantador e uma voz suave, extrovertida, amigável, delicada, com um toque de impaciência.
Era a garota perfeita, aos olhos dos meninos.
Tinha um irmão, protetor, cuidadoso, um amigo que guardava seus segredos mais íntimos.

A jovem garota era inocente, não via maldade nas pessoas, e isso trouxe sua ruína. Estudava num colégio interno, onde se apaixonou por um garoto, ele era moreno, bonito, inteligente e a tratava como uma princesa.

Se apaixonaram por acidente, mas no primeiro toque de suas mãos, tiveram certeza de que era seu primeiro amor, com uma troca de olhares, um Tchan surgiu...

Mas o que parecia um conto de fadas logo se tornaria uma jornada repleta de desafios. À medida que se conheciam, ela começou a perceber que o mundo ao seu redor não era tão puro quanto imaginava. Segredos escondidos, ciúmes entre colegas e as expectativas da sociedade ameaçavam a fragilidade daquele amor recém-descoberto. E, em meio a risos e promessas, uma sombra se aproximava, pronta para testar a força de seus sentimentos

Enquanto os dias passavam, eles se encontravam em lugares escondidos do colégio, longe dos olhares curiosos. Cada conversa era uma descoberta; cada riso, uma confirmação do que sentiam. No entanto, a felicidade deles não passou despercebida. Uma colega de classe, invejosa do que via, decidiu que aquele amor deveria ser destruído.

Ela começou a espalhar rumores, criando mal-entendidos que testaram a confiança da garota. Aos poucos, a inocência dela começou a se dissipar, substituída por dúvidas e inseguranças. O menino, por sua vez, tentava protegê-la, mas a pressão era intensa e, muitas vezes, ele se sentia impotente.

Certa tarde, enquanto o sol se punha, a garota, angustiada, decidiu confrontá-lo.

– Você ainda me ama? — Perguntou, com a voz trêmula.

Ele a olhou nos olhos e, apesar do medo que sentia, respondeu:
– Nada pode mudar o que sinto por você. Vamos enfrentar isso juntos.

Com essa declaração, a determinação deles se fortaleceu. Juntos, decidiram desvendar a verdade por trás dos rumores e enfrentar aqueles que queriam separá-los. Era hora de provar que o amor verdadeiro pode resistir às tempestades, mesmo quando tudo parece estar contra eles.

Enquanto a jovem tentava lidar com os rumores e as inseguranças, seu irmão se mostrava cada vez mais preocupado com a relação. Ele sempre fora seu protetor, mas agora sua atitude se tornava controladora.
– Você não conhece bem esse garoto. — dizia ele, com um olhar sério. — Ele pode não ter boas intenções.

A garota, confusa, tentava defender o amor que sentia. Mas as palavras do irmão ecoavam em sua mente, fazendo-a questionar se estava realmente enxergando a verdade. O garoto, por sua vez, sentia a pressão e tentava se aproximar do irmão dela, mas suas tentativas eram frequentemente mal interpretadas.

Enquanto isso, o irmão a alertava sobre as armadilhas do mundo.
– Ele é bonito, mas pode ser manipulador. Você precisa abrir os olhos. — insistia.

E com isso, ele começou a ensinar a ela a desconfiança e a precaução, envenenando sua visão inocente do amor.

A jovem se via dividida entre a lealdade ao irmão e seus sentimentos profundos pelo garoto. Em uma noite, após uma discussão acalorada com o irmão, ela decidiu se encontrar com o garoto no jardim da escola, buscando clareza.
– Eu não sei mais em quem confiar. — confessou, lágrimas nos olhos.

Ele, percebendo a dor que ela carregava, tomou suas mãos.
– Prometo que farei de tudo para provar que sou diferente. Você precisa me dar uma chance. — ele disse, com sinceridade.

Ela sentiu uma chama de esperança, mas a sombra do irmão continuava a pairar sobre eles, ameaçando apagar aquela luz.
Em um dia que deveria ser especial, o garoto decidiu que era hora de provar seu amor de maneira grandiosa. Ele planejou uma surpresa, algo que mostraria à garota o quanto ela significava para ele. No entanto, enquanto se preparava, uma briga eclodiu entre ele e seu melhor amigo, que estava visivelmente irritado por sua crescente paixão pela mesma garota.

As palavras se tornaram gritos, e a tensão no ar era palpável. O amigo, consumido pela raiva e pelo ciúme, não hesitou em ameaçá-lo.
– Ela não é para você! Você está brincando com fogo! — gritou, avançando ameaçadoramente.

A discussão partiu para agressão, com uma faca escondida, o melhor amigo dele tentou o golpear, por sorte, falhou, mas sua fúria apenas aumentou.
Com uma força bruta e maestria, cortou o rosto daquele que um dia, chamara de amigo, o garoto, com sangue escorrendo de seu rosto, caiu no chão.

Ela vendo seu amado ensanguentado, furiosa o defendeu, quase sendo acertada, pela mesma faca, agora suja de sangue. Ele vendo que seu amor poderia morrer ali, por uma discussão boba, se levantou, e com todas suas forças, agarrou a faca e a tirou das mãos de seu amigo.

O amigo, vendo que estava perdendo, rapidamente foi em sua direção, tentando pegar a faca de volta, numa das tentativas, foi acertado na cabeça, com o cabo da própria faca. Ele não queria machucar o mesmo, cortando-o, então o acertou na cabeça, apenas para que desmaiasse.

Infelizmente, a pancada acabou causando um estrago maior, o menino estava em coma, a ambulância foi chamada, e o garoto foi acusado de tentativa de homicídio. O irmão da garota, fez com que os dois se afastassem, achando-o perigoso demais para ficarem juntos.

Deitado na cama, envolto por uma aura de silêncio absoluto, estava aquele que um dia foi seu melhor amigo. O ventilador girava suavemente, mas não havia sinal de vida em seu rosto sereno. Seus olhos, fechados como se guardassem segredos profundos, não reagiam ao toque ou à luz que se filtrava pela janela.

Os monitores ao lado dele emitindo um bip constante, marcavam o ritmo da sua existência, enquanto seus pulmões se expandiam e contraíam de forma automática, como se ainda houvesse um fio invisível que o ligasse ao mundo. A pele, pálida e fria, era um lembrete de que o corpo, embora presente, estava longe de ali habitar.

A dor e culpa, o sucumbia, dia após dia. Expulso da escola, não podia ver o amor de sua vida, mas com a ajuda do pai, que era detetive chefe do FBI, conseguiu retornar. Mas era tratado como escória, assassino...

A garota não se importava com o que diziam, apenas os dois sabiam o que realmente havia acontecido naquele dia, estavam dispostos a enfrentar o mundo pelo seu amor, mais pelo e puro amor.