Perdidas

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Rebecca correu e finalmente alcançou a guarda-costas.
__ Ei, sua doida! Quem te deu o direito de me tratar daquele jeito e depois virar as costas? E esse é meu carro!
Chankinha se virou abruptamente e jogou a chave nela.
__ Aqui! Engole seu carro. Ou use o como motel, já que adora trepar com todo mundo.
A mais baixa foi pra cima da morena e levantou a mão para lhe dar uma bofetada. Porém, a ex policial a agarrou pelo pulso.
__ Está me chamando de vadia por que gosto de sexo? Sou livre, solteira. Homens fazem isso o tempo todo. Aposto que você não os discrimina assim?
__ Sai da minha frente. Preciso procurar um ponto de ônibus ou táxi.__ A voz da mais velha soou fria e cruel.
A filha do embaixador estapeou o ombro da guarda-costas assim que a outra soltou seu pulso.
__ Sua obrigação é cuidar de mim. Para isso recebe um salário astronômico. __ A mais baixa relembrou.
__ Pois me demito. Não sou obrigada a aturar doida que vive ultrapassando os limites por pura diversão.
Com um sorriso sarcástico, a designer perguntou:
__ E se meu pai descobrir sobre nós? Acha que consegue outro emprego no país? Ou no mundo?
Enraivecida ao extremo, a tailandesa arrastou a filha do embaixador pelo braço e a pressionou contra a porta do carro.
__ Você já acabou com meu sonho. Qual é a sua, garota? É psicopata? Vai arrumar o que fazer.
__ Não disse que eu vou contar. Posso me calar. Se… __ A jovem de 22 anos piscou.
Freen estregou o rosto num gesto de frustração.
__ Se o que, sua peste?
__ Bem, você sabe do que eu gosto.
Num movimento rápido, Chankimha destrancou o carro e jogou a mais baixa la dentro ao abrir a porta de trás.
Então entrou também e bateu a porta violentamente.
__ To de saco cheio, Rebecca! Esses joguinhos infantis podem ser comuns entre riquinhas fúteis. Eu sei o que é contar moedas para comprar um pão. Vai se fuder, você e tudo que representa. Quer contar? Vá em frente.
A jovem de cabelos castanhos acariciou a coxa da ex policial e foi subindo.
__ Confessa que essa raiva tem outro motivo.
A morena de 26 anos levantou a sobrancelha e questionou:
__ E qual serie esse motivo?
__ Ciumes. Óbvio.__ Rebecca afirmou com confiança.
A segurança sacudiu a cabeça e empurrou a mão da designer.
__ Vai se fuder, pirralha. Sério. Parei contigo.
A milionária se inclinou e lambeu a orelha da ex policial antes de sussurrar:
__ Essa pirralha te faz gozar até formar um pequeno lago na cama. Não seja tão radical. Também não conheço ninguém que me coma do jeito que você faz. Pensei que ia me mijar e era meu corpo sobrecarregado de orgasmos.
Freen tensionou a mandíbula e o punho antes de agarrar Rebecca pelo cabelo e puxá-la para seu colo.
Elas se beijaram com tanto desejo que a mais nova sentiu um pouco de tontura, mas continuou.
A ex policial arrancou o sutiã da designer e puxou seu seio para chupá-lo como uma manga madura.
Rebecca gemeu, segurou a mais velha pelo ombro e jogou a cabeça para trás.
Chankimha deu mais uma chupada no mamilo da designer e ordenou:
__ Levanta um pouco para eu tirar sua calcinha!
Sorrindo, a mais nova obedeceu e puxou o vestido até a cintura.
A guarda-costas arrebentou a peça de baixo sem qualquer cerimônia e meteu três dedos na anglo-tailandesa.
Arfando, a designer lambeu os lábios enquanto encarava a mais velha.
Sentindo o sexo melado da linda garota, Freen girou sua mão para fazer pressão no ponto certo.
__ Filha da puta! Gostosa do caralho!__ A filha do embaixador resmungou.
Com um sorriso sacana, a mais alta disse:
__ Senta com vontade, putinha. Eu sei do jeito que você gosta. Vou meter gostoso.
Rebecca mordeu o canto da boca e fechou os olhos ao rebolar e pressionar seu sexo contra a mão da mais velha.
Dando estocadas barulhentas, Chankimha falou com a voz rouca:
__ Olha pra mim, Rebecca! Quero ver sua reação enquanto te fodo.
A jovem de 22 anos pensou que iria infartar de tanto tesão.
Freen a dedou incontáveis vezes enquanto se encaravam.
A morena beijou e mordiscou o queixo da designer e sussurrou em seu ouvido.
__ Contrai sua xoxota, teerak!
Rebecca não soube dizer o que a deixou mais desvairada: a voz da guarda-costas, aqueles dedos dentro dela ou o jeito que a morena a comandou.
Quando ela apertou os músculos internos em volta da mão da ex policial, a jovem de dupla nacionalidade gemeu alto porque Chankimha empurrou os dedos com vontade e girou levemente.
A designer gozou como uma cachoeira, molhando a calça da guarda-costas.
Envergonhada, Rebecca se inclinou e escondeu a cabeça no peito da mais velha.
Freen fez um cafuné na designer com a mão desocupada.
__ Desculpa. Eu não contava com isso. Estraguei sua calça.__ A jovem de cabelos castanhos sussurrou.
A tailandesa replicou:
__ É só uma calça. Também não foi nada de mais. Basta lavar.
Com certa hesitação, a garota de 22 anos pediu:
__ Vamos para um hotel. Você sabe que gosto de retribuir. Esse negócio de mão única não combina com a gente.
A guarda-costas riu e comentou:
__ Nunca conheci alguém tão louca. É tarde. Não acha que seu pai vai notar sua ausência?
Rebecca se ajustou no colo da bela morena e olhou no fundo dos seus olhos.
__ Mando uma mensagem avisando que vamos dormir na casa de uma amiga. Freen, preciso te ter. E se formos para a embaixada, mil coisas podem acontecer para nos atrapalhar.
A ex policial mordeu o lábio num sinal de preocupação.
Então declarou;
__ Que seja a última vez. Você é famosa no país. E eu tenho meus conhecidos pelas ruas de Bangkok. Melhor não brincarmos com a sorte.

__ x __

Ambas estavam afundadas até o pescoço em uma atração avassaladora e a guarda-costas vinha lutando contra seus princípios e desejos.
Mesmo não querendo admitir para si, Rebecca sentia mais do que tesão pela ex policial.
A designer começara um projeto com um amigo da época da faculdade. Mas não conseguia sair do lugar porque sua mente havia sido tomada pela existência da mais velha.
Durante aquele mês, Chankimha se manteve firme e recusou as investidas mais perigosas da filha do embaixador.
Elas se encontravam num apartamento da mais jovem para aliviar a tensão sexual.
E também se pegavam em banheiros durante as festas de algumas amigas da Rebecca.
Contudo, eram frias e distantes em frente às pessoas. E mal se falavam na embaixada.
A mais nova procurava arrumar motivos para sair apenas para estar na companhia da tailandesa.
Freen havia sido contratada há 8 meses e vivia esse caso secreto com a filha do chefe há quase 6.
Naquela semana, Nam ligou para a amiga implorando por ajuda.
Sem pestanejar, a morena comunicou ao embaixador que precisava tirar o dia de folga por problemas pessoais.
A chefe de segurança indicou o seu homem de confiança para ficar de prontidão em frente ao prédio onde a designer estava trabalhando.
Ela se encontrou com a cafetina lá pelas 11 da manhã e soube de um policial corrupto que andava extorquindo as meninas.
Após prometer resolver a situação, Chankimha confessou que ainda estava enrolada com a filha do embaixador.
Nam riu e declarou que tal informação não era surpresa.
A mais velha convidou a guarda-costas para almoçar e elas caminharam pelo bairro até chegarem num novo restaurante, que já era badalado na cidade.
Conversaram sobre amenidades para esquecerem os problemas por algum tempo.
Mas antes de pagar a conta, Chankimha reforçou que ligaria para Heng e conseguiria ajuda para pegar o policial bandido.
Ao saírem do restaurante, Nam cruzou o braço com sua amiga de longa data e caminharam de volta ao bordel.
Freen abriu a porta do prédio para que a outra entrasse. Mas foram interrompidas por uma voz grave e sensual:
__ Então é disso que você gosta, huh? Prostitutas.
A guarda-costas se virou e encarou a filha do seu patrão com um misto de surpresa e irritação.
__ O que está fazendo aqui, Rebecca?
Com o queixo levantado de modo arrogante, a anglo-tailandesa replicou:
__ Eu poderia perguntar o mesmo, já que me largou na mão de um qualquer sem me avisar. Só que estou vendo com meus próprios olhos. Olha o nível que você baixa. Deve ser afinidade, não é mesmo?
Nam soltou uma risada e falou em voz alta:
__ Freen ka, ela é mais do que mimada.Nojentinha, né? Desde quando você precisa pagar pra trepar?
__ Então você a conhece bem assim, é?__ A designer franziu a testa.
Vendo que a amiga estava ficando mais irritada, a dona do bordel tentou manter o clima de piada.
__ A conheço melhor do que você. Somos amigas de longa data. Enquanto você conhece a língua, eu conheço o coração.
__ Ora, sua...
A guarda-costas encarou a filha do embaixador enquanto falava com a Nam:
__ Apenas ignore, Nam. Estou indo. Preciso resolver aquele seu problema.
__ Eeei! Você trabalha ou não para mim? Exijo uma explicação!__ A garota de 22 anos reclamou.
Freen deu dois passos à frente e sussurrou no ouvido da mais baixa:
__ Não! Trabalho para seu pai. Ele paga meu salário. Boquete não é moeda para mim. Já falei com o Senhor Armstrong sobre a folga que estou tirando. Como sempre, sua imprudência só gera complicação. Fugiu do outro segurança só para arrumar confusão.
__ Freen, eu… __ Rebecca hesitou em se desculpar e viu a morena ir embora.
Nam balançou a cabeça e disse:
__ Me parece que falta comunicação entre vocês duas. Trepar é uma delícia, mas não faz milagre. Você tem sorte, garota. Destruiu a carreira dos sonhos da Freen sem perder um dente. E… ela se importa com sua vida de verdade. Se existe algo dentro dessa cabeça de vento, melhore como pessoa. Ou vai perdê-la antes mesmo de tê-la por completo.
Balançada, a anglo-tailandesa murmurou:
__ Foi mal. Não sei o que me deu. Eu estava tão feliz... Quando vi vocês duas cheias de intimidade, se tocando e então vindo para um lugar como esse, eu pirei.
A dona do bordel riu e comentou:
__ Isso tem nome: ciúme. Vocês duas são tão sem noção! Duas gays perdidas. Não devia te dar essa moral. Mas Freen jamais dormiu com alguém com quem não sentisse um vínculo. Zero experiência com mulheres da vida. Se bem que você parece mais puta que minhas meninas.
Rebecca queria fingir que se ofendera. Contudo, uma alegria explosiva brotou em seu peito e rasgou um sorriso em seu rosto.
__ Está dizendo que ela gosta de mim?
Nam revirou os olhos e entrou no prédio sem responder.

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