Capítulo 7

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Gabriel Barbosa 

O dia começou de uma maneira diferente, hoje acordei 2 horas mais cedo que o normal. O treino começa as 09:00 e são 05:00 da manhã e estou de pé pois a animação toma conta de mim.

Minha mãe e a Dhiovanna, por incrível que pareça, já estavam acordadas preparando tudo. No Sábado a noite quando tomei a decisão de fazer algo, começamos a correr com tudo. Dhio conseguiu contato com algumas pessoas que fazem decoração e doces, mas algumas coisinhas como lembrancinhas minha mãe se prontificou a fazer.

A cozinha estava tomada por saquinhos com o tema flamengo cheio de docinhos, tudo muito fofo, e pela primeira vez naquele dia meu peito se encheu de felicidade.

- Bi, tá tudo pronto. Só precisamos tomar café da manhã. - Diz Dhio - Combinei com o pessoal da decoração que vamos chegar lá no CT umas 10:30 pra conseguir arrumar tudo.

- Tá bom, marquei com a Agatha as 15:00. Ela vai chegar e vai nos encontrar no campo e depois vamos levar todos pra área compartilhada do CT e assim fazemos a surpresa. - Digo animado. Sento a mesa enquanto assisto minha mãe preparar o café da manhã.

- Você acordou cedo, tá ansioso? - Pergunta minha mãe.

- Muito, acordei porque queria tentar ajudar vocês em algo, mas tô vendo que já estão com tudo adiantado. - Digo e ela sorri.

- Estava animada demais. Vou deixar tudo prontinho pro café e vou dormir mais um pouco, até o horário de ir pro CT. Quero conhecer o pequeno também. - Diz

- Acho que vou voltar pra cama também, levanto as 07:00 e tomo café. Tô muito ansioso. - Digo sincero e logo sinto os braços da Dhio envolver meu pescoço.

- Posso deitar com você? - Pergunta e eu concordo. Dhio sempre teve o costume de fugir pra minha cama quando era mais nova.

A nossa relação é uma das coisas que mais prezo na vida, fui ensinado que minha irmã é um pedacinho de mim. Ela é a minha melhor amiga, quem me conhece de verdade e tem todo amor e zelo por mim e vice versa. Dhio é parte importante da minha história, minha motivação. Tudo de ruim que consegue chegar até ela me destrói em níveis absurdos.

Deitamos e ficamos igual quando faziamos quando éramos crianças. Logo cochilamos e acordo com minha mãe entrando no quarto.

- Que coisa mais linda de se ver, igual quando eram crianças. - Diz rindo e segurando o celular gravando. - Bebezinhos da mamãe. - Diz e eu só sei rir. - Vamos levantar, já são 07:30.  Tomar café e partiu CT Gabi. - Diz animada e eu me solto do abraço da Dhio, levantando beijando a cabeça da minha mãe e indo em direção ao banheiro.  

As 09:00 da manhã já estou no CT, por incrível que pareça sou um dos primeiros a chegar. O dia parece passar de forma lenta, logo chega o horário de almoço.

- Irmão, eu tô muito ansioso - Digo sentando na mesa com Giorgian ao meu lado.

- É hoje né? Que el niño vem ao CT? - Pergunta Delacruz

- Sim, ele vem hoje. Preparei uma festinha de aniversário pra ele. - Digo e vejo a mesa inteira me olhar. - O que foi cara, só achei que seria legal. - Digo - E se eu fosse vocês não comeria tanto, vai ter bolo e docinhos e o melhor estamos liberados para comer.

- Amém - Diz Léo - Sonhando com salgadinhos de festa.

- Dhio e minha mãe que prepararam tudo, irmão vai ter até lembrancinhas para os adultos. - Digo e levanto as mãos em agradecimento.

- Quero saber se posso levar um pratinho pra casa - Diz Gerson e a mesa inteira rir, menos os gringos que não entenderam a piada.

- Alguém explica a tradição da festa de aniversário brasileira aos gringos por favor - Digo rindo e observo Gerson explicar tudo a eles.

- Mas isso só rola em festa raiz, festa de rico não tem isso - Diz Luiz Araújo.

- Disse o rico - Digo rindo.

- Festa das minhas crias são raiz, vocês vão ver - Diz rindo e o almoço segue.

Por volta das 14:30, estávamos na sala de convivência próximo aos quartos que temos aqui, pra quando precisamos passar a noite no CT apenas esperando o horário do pequeno chegar. Dhio me avisa por mensagem que já estavam aqui e tudo está pronto. Desço até a sala de descanso, onde foi montado tudo. Ao entrar na sala encontro toda a decoração de festa do flamengo, mesa de bolo, docinhos e até mesmo lembrancinhas, tudo personalizado com o nome de Apolo e escudo do time.

- Tá tudo tão lindo - Digo sorrindo - Obrigado Dhio - Digo a abraçando.

- Ele vai ficar super feliz - Diz rindo

- Vai mesmo, pelo que soube ele já chegou aqui. Está fazendo um tour pelo CT com a mãe e a madrinha - Diz minha mãe ao me abraçar.

- Vou avisar aos caras então, para que assim eles já venham ficar aqui - Digo, puxando o celular e avisando no grupo do whatsapp para que desçam até aqui.

Minutos depois todos estão aqui, estamos sentados no sofá um pouco distante da mesa quando um dos caras que são administradores do instagram do flamengo avisa que eles estão vindo. Sinto meu coração disparar fortemente, acho que uma escola de samba se instalou dentro do meu peito nesse momento.

- Irmão, eu tô gelado. - Digo alto e vejo os caras rirem. - Quero pedir que na hora que eles entrarem não gritem. Podemos falar uma surpresa em tom de voz normal, para que não assuste o Apolo. - Todos concordam.

- Eu também estou ansioso - Diz David Luiz. - Soube que os Diegos estão aqui, vieram conhecer o Apolo também - Diz sorrindo - Foda demais o que você tá fazendo irmão. - Me abraça de lado e só sorri, não sabia o que dizer sobre. Não é algo que eu estava acostumada a fazer, mas foi o que meu coração pediu.

Ouvimos barulho de passos se aproximando e pelo vidro consigo enxergar o Ribas entrando.

- Essa aqui é a sala de descanso dos jogadores Apolinho. Aqui a gente joga vídeo game e fica descansando pós almoço e treino. - Diz ao abrir a porta. Logo vejo um pedacinho de gente agarrado na mão da mãe.

- Surpresa - Falamos em um tom de voz adequado, para que ele não se assuste, vejo seu olhar sair de sua mãe pra mim, diversas vezes.

- Babigol? Mamãe, Ga-bi-gol! Flamengo - Diz pulando e olhando todos ao redor.

- É o time do flamengo filho - Diz emocionada e derrepente ele agarra nas pernas dela e chora. - O meu amor - Abaixa o pegando no colo. - Você não ama tanto o Flamengo? - Pergunta e ele apenas balança a cabeça - Vai lá falar com os jogadores do time bebê. - Diz e ele olha novamente para todos e fixa o olho em mim.

- Gabi-gol - Fala separadamente e abre os braços. Vejo minha mãe e irmã limparem algumas lágrimas. Me aproximo de Apolo e sua mãe o pegando no colo.

- Oi carinha, estava tão ansioso pra te conhecer. - Digo baixinho ao sentir ele me apertar em um abraço assim que vem para o meu colo. E um sentimento desconhecido preenche meu ser.

Volto mais tarde (ou amanhã) com o resto desse encontro.

Beijos.

PEÇA RARA - GABIGOLOnde histórias criam vida. Descubra agora