Fofoca

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Já no bar, deixo Mabi sentada em uma mesa e vou até a cozinha pedir para Héctor preparar algo especial pra ela comer, depois volto e me sento na frente dela. Meu Deus, ela está tão linda, seus lábios carnudos e rosados formam um sorriso perfeito e seus olhos escuros quase se fecham e brilham olhando pra mim,

— Oi — digo a ela enquanto alcanço suas mãos em cima da mesa.

— Oi — responde ela.

— Você está bem? Deve se sentir exausta depois de todo o esforço que fez pra resolver o sequestro, entrar no meio de um grupo que não conhece e depois vir pra cá. Como se sente, amor? — nunca chamei ninguém assim antes, mas quando a chamo assim a palavra não soa estranha.

— Não me sinto cansada em relação ao sequestro, estou triste pelo Richy, mas o que é mais cansativo é tentar me encaixar aqui nas vidas dessas pessoas, estou me sentindo meio, excluída. — ela levanta os ombros e abaixa.

— Espero que não se sinta assim comigo. — aperto suas mãos de leve.

— Não, não me sinto assim com você. — ela fala.

— Que bom! Está com fome?

— Estou com muita. — ela solta minhas mãos e as colocam em cima do estômago fazendo uma careta e depois ri.

— Já pedi algo, logo chega.

— Obrigada, você tem sido bastante atencioso comigo.

Então nossa comida é servida e Mabi ataca sem fazer nenhuma cerimônia, ela realmente estava com fome e sorrio enquanto ela engole o hambúrguer praticamente sem mastigar.

— Então— começa ela — Quando você fez essas tatuagens?

— Quando fiz 18, minha mãe era meio conservadora, ela sabia que eu queria fazer, mas achava que eu não ia conseguir emprego, mas quando eu fiz 18 anos eu fiz.

— E o que ela disse quando viu?

— Ela ficou brava, mas depois só aceitou.

— Elas tem algum significado ou são aleatórias?

— Aleatórias.

— Doeu muito?

— Essa aqui sim. — passo a mão para a tatuagem em meu pescoço. — Você tem alguma?

— Não, eu não tenho.

— Faria alguma? Eu tenho um bom contato!

— Não, eu acho que nunca iria me acostumar, sempre iria me esquecer e achar que é algum bicho, já me assusto quando meu cabelo passa no meu cotovelo — ela ri — E acho que ia enjoar e me arrepender, sei lá.

— Na maioria das vezes eu nem me lembro que tenho. Já são parte de mim, são meus acessórios.

— E esse piercing no nariz.

— O que tem ele?

— Doeu? Fez com 18 também?

— Não, foi um pouco mais tarde e doeu só um pouco.

— Achei que um cara com o estilo como o seu usaria alargadores também. — ela sorri.

— Eu pensei muito nisso, mas sei lá acho que já é demais.

— Tatuagens que são algo permanente tudo bem, mas alargadores que você pode tirar, não? — ela gargalha — Meu Deus que contraditório.

— Pode ser.

— Você está bem?

— Acho que sim.

— Já se acostumou a ser um homem livre de novo?

Quebrados - (versão do Phil) Onde histórias criam vida. Descubra agora