Mudança

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Acordo na manhã seguinte deitado sozinho na cama, mas ouço um barulho na cozinha e imagino que é ela que Maria está. Me levanto e vou até lá para encontrar uma mesa super bem posta, com várias opções de café da manhã.

— Bom dia. Uau! Isso tudo é pra mim?

— Sim, você gostou? — me pergunta ela.

— Eu poderia me acostumar com isso. — sorrio e pisco para ela.

— Sente, vamos comer. — ela fala se sentando também. Isso é perfeito, nós dois aqui, compartilhando este momento juntos, ela é perfeita.

— Já que você fez tudo, então deixe-me eu te servir. O que você vai querer?

— Torradas e suco.

— Torradas e suco, então. — sorrio enquanto eu preparo o seu pedido.

— Então, eu fiquei sabendo lá no hospital que disse que era meu namorado. — ela sorri e morde o lábio inferior.

— Sim.

— Sim? — ela ergue as sobrancelhas.

— E não é isso que somos? Foi o que você falou pra Amber, não é? — agora é a minha vez de sorrir.

— Eu disse isso sim.

— Toma aqui seu suco e suas torradas. — entrego o prato e o copo para ela.

— Obrigada. — responde ela atacando a comida enquanto eu como também.

— Vamos sair hoje a noite, tipo um encontro. — digo um pouco depois de terminamos de comer .

— Um encontro?

— Sim, um encontro de verdade, nada de nos encontrarmos no Aurora ou no Rainbow café, um encontro onde eu busco você e nós saímos para jantar, no Cisne Negro.

— Tá.

— Ótimo. Então eu passo pra te buscar no hotel às sete, pode ser?

— Pode. — ela sorri e lhe dou um beijo demorado na bochecha.

Eu quero tanto isso, quero tanto um relacionamento com ela, essa vida com ela, já começo a ficar ansioso porque este jantar hoje a noite será o começo ou recomeço da nossa relação que vou fazer de tudo para dar certo.

Depois que limpamos tudo ela se arruma para voltar para o hotel e por mais que eu fique receoso por deixar ela andar sozinha por aí, tenho que confiar que dará tudo certo e que vou vê-la de novo.

Mais a tarde, olho para o meu guarda-roupa e minhas roupas são praticamente todas iguais, mas vou escolher uma decente para ver Maria, mas me olho no espelho e não gosto do que eu vejo, o que eu me tornei, um ex presidiário, ex bêbado, que teve a namorada sequestrada, respiro fundo e saio de casa. Em alguns minutos chego ao meu destino.

— E aí, Dan?! — cumprimento.

— E aí, barman? — responde ele. — O que posso fazer por você hoje?

— Você? Nada. Cadê o Harvey?

— Está lá trás. Pra quê? Vai fazer luzes ou retocar o preto azulado? — ele ri.

— Vai chamar ele. — digo já sem paciência. Depois de quase um minuto inteiro de espera o velho Harvey passa pela porta.

— Olá, garoto! Normalmente nos encontramos no bar.

— Pois é, Harvey, mas hoje eu quero que faça algo por mim.

Pouco mais de uma hora se passa e tenho até medo de me olhar no espelho, meu pulso está disparado, vi mechas e mais mechas de cabelo caídos no chão e agora não tem como voltar atrás, meus olhos estão trancados com medo de ver a merda que eu fiz, então abro os olhos.

Quebrados - (versão do Phil) Onde histórias criam vida. Descubra agora